domingo, 26 de janeiro de 2014

Transparência.



Cara... eu nunca fui funkeiro, nunca fui pagodeiro, nunca usei drogas, e nunca segui muitas modas. Nunca fui boy, nunca fui marrento, nunca fiz jiu-jítsu, e nunca briguei na rua, mesmo quando estava na escola. Nunca cheguei em ninguém na balada, nunca soube fazer isto, sempre achei que tenho o direito de dizer não pra qualquer mulher e sempre me encantei pelas princesinhas ao invés das gostosonas. Já tomei pé na bunda, já dei pé na bunda, mas confesso que adoro uma. Nunca gostei de reggae, odeio Bob Marley, odeio maconha, odeio barraco e sim, não tomo refrigerante durante a semana para segurar a barriga. Prefiro sentir inveja de quem é feliz do que de quem é rico, sonho sim casar um dia, quero ter filhos, quero uma mulher perfeita para isto tudo e adoro o fato de ter meus pais como meus melhores amigos. Adoro também o fato deles serem apaixonadíssimos um pelo outro após quase 50 anos de união, nunca quis estar sozinho em nenhum momento ou fase, e quero um amor para a vida toda. Sou rockeiro, metaleiro, punk e sertanejo ao mesmo tempo, não me importo com o que as pessoas pensam sobre os padrões, e não me interesso pelas fracas, mas sim pelas fortes. Sou gente humilde, não quero para mim as limitações de quem se coloca acima dos outros, amo meu cachorro e não, nunca fui um deles. Considero sexo e amor coisas que podem ser separadas, mas prefiro infinitamente que elas estejam juntas. Não me interesso mais por quem não me oferece futuro, tenho a plena consciência que órgãos sexuais qualquer pessoa têm, mas que coração e cérebro, são poucos os que possuem. Durmo tarde, sou dono de mim mesmo, tenho problemas ocupacionais, e só gosto de ficar parado de vez em quando. Assisto BBB, tenho dois diplomas universitários, gosto de ler, me considero culto, e não acho nada disso contraditório. Prefiro inverno que verão, salgado que doce, mulheres trabalhadoras, jantar romântico e carinhoso seguido de sexo forte e dormir de conchinha. Nunca fui numa rave, nunca comi outro hambúrguer que não fosse Big Mac, e sim, já me relacionei com muita gente. Sou romântico ao extremo com quem é aberta a isto, adoro acarinhar e ser acarinhado, tenho carências afetivas como todo mundo e, considero certo ser um pouco “grudento” (melhor a proximidade do que a distância). Não tenho tatuagens mas quero ter, não tenho cabelo mas queria ter, não tenho namorada mas queria ter, não tenho depressão (não acho bonito) e não gostaria de ter. Odeio o culto a tristeza, o culto a dependência amorosa, o culto a dor de cotovelo, o culto a falta de compromisso, e a falta de culto religioso. Adoro papos cabeça, papos amorosos, papos burros e inteligentes, e beijar papos femininos perfumados. Gosto de quem cuida de si mesma, de quem tem vaidade, de quem tem autoestima, e de quem não coloca a culpa do que não tem nos outros (inclusive da falta de orgasmos). Não aprovo preconceitos, mas adoro conceitos. Acho ridículo quem julga os que julgam os outros, pois isto por si só é um julgamento. Já tive amores realizados, amores superados, amores não concretizados, amores inventados, e amores desnecessários. Sou gremista fanático, estou pouco me lixando para a rivalidade da dupla grenal, mas me importo muito com os rumos dos brasileiros na F1. Saio muito pouco, mas adoro uma festa. Danço muito bem, mas danço muito pouco. Gosto de beber, mas não gosto mais de ficar bêbado. Estou pouco me lixando para a falta de qualidade, as contradições e as desconectividades deste artigo, assim como estou pouco me lixando se meu café esfria. Com o tempo, aprendi que a beleza está na unidade, no individuo, nas características, nas particularidades de cada um. Penso nisto inclusive em se tratando de seios femininos, e sua relação com as próteses de silicone. Sou monogâmico, exijo monogamia, considero traição algo imperdoável, e sei que acontece em muitas áreas, não só na sexual. Vivi até os 32 anos de idade sem Nutella, sem Trakinas, sem Pizza Hut, sem sorvete, sem chocolate ao extremo, sem comer quem não quero e sem babar o ovo de ninguém. E vou continuar vivendo assim. Tenho 42 cm de circunferência de braço, e sim, considero isto extremamente secundário perto da minha maturidade, saúde e inteligência. Incomodar as pessoas me incomoda, e quem não se incomoda em incomodar me incomoda também. Valorizo muito mais o que conquistei com o suor da testa, mas não sou burro e trouxa de negar aquilo que os outros me oferecem. Quase vomito com quem tenta parecer rico, com quem tenta parecer inteligente, com quem tenta parecer superior, e com quem tenta aparecer. Já fiquei com mulheres casadas, mas não fico mais. Já falei muito palavrão. Tomo mijada do meu pai até hoje, e gosto do fato dele estar aqui para fazer isto. Adoro tudo o que seja antigo, desde objetos de decoração, carros, até hábitos e valores. A emoção pede uma Ferrari, a razão pede uma Mercedez, e o dinheiro me permite um Peugeotzinho. Sou extremamente bem humorado, extremamente apaixonado, extremamente consciente, extremamente racional e extremamente calorento. Peitos bonitos, bundas bonitas, cabelos bonitos, e pernas bonitas, tudo isto é muito atraente, mas nada supera gaitadas abertas e pés delicados. Prefiro cerveja a vinho, não me importo de tomar tubaína, estou pouco cagando pro sódio da água com gás e gosto muito de Nescau com café. A quantidade de mulheres que perdi de ter comido... e a quantidade de mulheres que eu disse não no meio da fuça... são incríveis. Estou muito melhor nos trinta e poucos do que nos vinte e poucos. Odeio fofocas, boatos, fofoqueiros e boateiros. Odeio mosquitos, abóboras, pimentões, calorões extremos, gente que se auto sabota e bipolaridade. De vagabunda e sem vergonha quero distância, mas entre quatro paredes chamo disto e de outras coisas se quiser. Loiras ou morenas? Gordas ou magras? Bonitas ou feias? Prefiro as românticas e bem humoradas. Odeio quem se acha, mas adoro quem se encontra, e amo quem se conhece. Para mim, estar apaixonado sem freios e sem preocupações é a fase mais bela da vida, e quero fazer isto novamente. Falo o R errado, mas não escuto errado. Fico cuidando para ver se você entra ou sai do facebook, mas quase nunca te chamo para conversar, pois apesar da idade, ainda tenho certos frios na barriga de menino.


Muito pouco para uma vida inteira, mas muita coisa levou uma vida inteira para ser aceita e admitida internamente. Sou o que sou, e com o passar do tempo, serei cada vez mais o que serei, acreditando piamente que o caminho para a felicidade passa pelo auto conhecimento, pela auto aceitação e pelo respeito as suas próprias características.

(E é isto. Podes voltar para o facebook ou para o whatzapp, pois também vou voltar).