sexta-feira, 27 de março de 2009

Way back into love...

Costumo gostar de comédias românticas. Mesmo que elas não estejam naquele grupo de películas que assisto vinte ou trinta vezes sem cansar, elas costumam me agradar quando vou ao cinema.
Recordo-me de um filme que assisti há alguns anos atrás, que tinha Hugh Grant (Divine Brown) e Drew Berrymore em seus papéis principais. O nome era “Letra e Música” se me recordo bem.
O que mais me faz lembrar este filme era o nome da música na qual ele se desenvolvia: “Way back into love”.
O caminho de volta para o amor.
Estes dias recebi comentários em um dos meus textos antigos que falavam em algo relacionado. Algo em torno do fato de não deixar mais as pessoas me desrespeitarem... mas pagar caro com o preço de ver meu coração cada vez mais empedrado.
A coisa é bem diferente de ter medo de amar. Muito diferente.
É como se fosse ao contrário até. A coisa que mais quero é ter um novo amor.
Eu tento. Juro que tento me envolver com as mulheres que aparecem na minha vida, juro que tento me convencer que as mesmas que aparecem têm aspectos dos mais lindos e valiosos possíveis... mas não consigo. Elas realmente têm todas as qualidades... mas pra mim é como se não tivessem.
Não me apaixono nem por Decreto-lei. Mesmo estando louco para me apaixonar novamente, acabo por arranjar um pretexto qualquer e corro delas feito guaipéca do chinelo.

Qual seria este tal caminho que me levaria de volta a capacidade de amar?

Será que o problema é eu ser um homem seguro demais de si? Sei que quem é muito seguro acaba por não depender de outra pessoa para sentir esta tal segurança pessoal. Convive muito bem consigo mesmo.
É verdade. Mas não é o meu caso.
Porque não é o meu caso? Porque eu sinto falta de alguém ao meu lado. Se sinto falta, sou dependente de amor e carinho que venha de outra pessoa diferente de mim mesmo.
Cheguei a conclusão então que o que me atrapalha é justamente a escolha dessa “outra pessoa”.
Tem que ser perfeita. E é ai que eu dificulto tudo. Quer saber o porquê? Por que ela tem que ser linda, bem vestida, inteligente, bem-sucedida, independente, segura, vaidosa, detalhista, amorosa, carinhosa e desejada por outros homens (sem falar nos detalhes por menores, como saber beber, não se importar com programas masculinos e ter pés bonitos...).
Ou seja...
... não existe.

Por hora então, a única conclusão que consigo chegar de qual seria o tal caminho de volta à sensação ótima de estar amando é o que vai me trazer maior trabalho:

Continuar me auto-analisando e mudar minha maneira de pensar sobre as mulheres.

Se eu dependo delas para ser feliz, tenho de colocar na cabeça que ao contrário do que venho pensando nos últimos anos... terei de abrir mão de alguns parâmetros estabelecidos... um por um...

Mas vamos devagar... vai que eu ganhe na loteria de achar a tal perfeita por ai...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Os medos que tenho...

Foi escutando uma música do Foo Fighters que tive a idéia para escrever este texto.
A tal música se inicia com a seguinte frase: “Eu tenho uma confissão a fazer”.

Eu tenho uma confissão a fazer.

Eu tenho medos.

São muitos, grandes e variados. Alguns dizem respeito apenas a minha pessoa, como o medo que tenho de insetos, debato-me todo quando algum resolve se jogar em mim. Tenho também medo de pés femininos mal cuidados, eles realmente me assustam, mas mais pelo desleixo da dona do que pela sua estética medonha. Tenho medo de velocidades muito altas, 110 km’s por hora estão mais do que suficientes. Tenho medo de fracassar, mesmo quando pareço estar estagnado. Tenho medo de baladas fortes, porque me estresso com fila, calor, descaso com a segurança, apertos e trombadas, e no final ter de pagar caro por tudo isto. Tenho medo de servir churrasco fora do ponto, seja ele queimado ou cru. Tenho medo da sensação de cair, seja de qualquer altura.
Outros medos dizem respeito às outras pessoas, como o medo que tenho de radicalismos, ascos em mim afloram quando vejo alguém destratando outro por conta de política, raça, futebol ou o que quer que seja. Tenho medo de pessoas mal-educadas e desrespeitosas também. Educação e respeito foram valores que me foram ensinados, e tenho certeza que os ensinarei se descendentes tiver. Nem preciso explicar o tamanho do desconforto que tenho quando não vejo os mesmos em prática por outras pessoas...
Tenho medo de petulância, nunca sei qual é a real razão para indivíduos se acharem melhores que outros. Daí também decorre outro medo, o da falta de humildade, este para mim até pecado é. Quem não é humilde não vai para o céu. Todos têm o mesmo valor, independente do recheio da conta bancária, profissão, refino social ou posição empregado/empregador. Humildade mantém os nossos olhos abertos longe da ignorância e grosseria que é se achar superior.
Alguns medos meus unem os dois conjuntos: Dizem respeito a mim e também as pessoas. Como o da falta de noção, ou melhor, a falta de visão em momentos que somos inconvenientes. Confesso que estou sempre de olho para não sê-lo, e mesmo assim, de vez em quando acontece. Agora imagine quem nem ao menos se preocupa... o tamanho do mal que causa. O pior é aquele que tenta sempre ser engraçado, e sempre desrespeita, ofende e é inconveniente por conta disto.
Outra coisa que tenho medo em mim e nos outros é o descontrole, principalmente no que tange aos momentos em que estamos motivados por sentimentos de revolta e injustiça.

De tempos em tempos, sentimos necessidade de mudanças em aspectos diferentes da nossa convivência social. É a tal da historia de sentar direito só quando as costas já estão doendo. O que é inerente nestes momentos é que eles são motivados por sentimentos extremos, gerados por situações desconfortáveis e que causam irritação.
E é ai que mora o problema. Sangue quente gera sangue quente. Discussões nessas horas sempre dão errado na execução, mas não quer dizer que vão dar errado nos resultados. As formas são erradas, os conteúdos discutidos não.

Os velhos ditados já dizem o que acontece nos próximos capítulos: Deus escreve certos por linhas tortas, há males que vem pra o bem e o tempo é o Senhor da razão.

Disso eu não tenho medo.

Os resultados destes momentos são e serão benéficos, é uma certeza.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Imortalidade

Filosofar barato é algo que não tenho preconceito nenhum com quem faz. Eu mesmo faço, e confesso que gosto demais, tanto da filosofia em si quanto dos seus resultados.
Jogue a primeira pedra quem não gosta.
Não faz muito tempo, me vi filosofando em meio a um galeto assado ao molho pedra na moringa* enquanto tomava uma Polar bem gelada.
Não sei de onde, mas o assunto “imortalidade” apareceu, e pra quem me conhece... sabe que este tipo de coisa é um prato cheio pra mim e alguns dos meus amigos passarem horas desenvolvendo teorias.
Enquanto as pessoas falavam, eu de principio me mantive quieto, apenas pensando sobre o que a imortalidade me significava.
Seria nunca morrer? Permanecer na face da terra para todo o sempre, centenas de anos... até milênios...? Todos sabem como isto funciona... a mente ou a alma podem até querer ficar, mas o corpo humano é frágil, e tem prazo de validade de acordo com o estilo de vida que levamos. Aliás, o nosso estilo de vida é que determina o nosso estilo de morte, mas isso não é assunto para agora.
Morreremos um dia, por mais redundante que isto possa ser. Mas será realmente que não existe uma maneira de sermos imortalizados? Será que não existem imortais por ai?
Logo quando pensei nisto, me lembrei do apelido que minha tão querida torcida gremista colocou no nosso tão querido Tricolor dos Pampas: Imortal.
- “Mas porque imortal”? – Perguntam-me os colorados mais exaltados. – “Vocês vivem sendo eliminados das competições que disputam”...
Sempre respondo que o conceito de imortal para a torcida tricolor não tem nada a ver com vitórias ou derrotas... mas sim com o amor que nós torcedores temos pelo clube, pelo estádio, pela camisa, pelos símbolos... O Grêmio é imortal porque será amado para todo o sempre, nem que esteja jogando na segunda divisão do varzeano de Sapucaia do Sul.
Pense em ídolos da música também: Lennon, Elvis e Morrisson, por exemplo. Gerações se passam e cada vez mais as pessoas amam estes indivíduos, mesmo os que não os viram vivos. E assim suas respectivas imortalidades se estabelecem.

Podemos concluir algo daí já, não...?
Nunca morreremos nos corações de quem nos ama (e vice-versa), nunca iremos embora da mente de quem pensa sobre nós com carinho, esta é a verdade.

O amor que os laços consangüíneos atingem para mim é determinante a ponto de torná-lo imortal. Por mais que passemos momentos em que este amor necessita de renovação do oxigênio pulmonar, ele nunca morre.
Imortalidade nestes casos remete a marcas, trajetórias, apoio incluso em momentos de distância. Mesmo que meu corpo morresse hoje, tenho certeza que viveria para sempre no coração dos meus pais e irmãos.

Tenho medo da morte claro...

Mas mesmo tendo este medo... sei que para sempre serei imortal... e eles também...


* Molho pedra na moringa: utilizado para preparo de galeto assado, baseado em cerveja, cachaça, alho e manteiga. É minha única criação culinária...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Repetindo Rubens Barrichello...

Sou um empolgado fã de um esporte que quase ninguém pratica, mas que todos conhecem e já amaram um dia: o automobilismo.
Por óbvio, tive e ainda tenho Ayrton Senna como ídolo-mór. Ele foi um dos personagens mais marcantes de minha infância, e mesmo hoje em dia, passados 15 anos de sua passagem temprana, ainda sinto saudades daquelas manhãs de domingo em que acordávamos cedo para assistirmos ele lutar contra os vilões Alan Prost e Nigel Mansell.
Mas falando em tempos atuais, sou fã ardoroso de um piloto que para mim, sempre esteve entre os melhores: Rubens Barrichello.
Torço fortemente por ele desde os tempos da Jordan azul com bico vermelho, apelidada carinhosamente de “Pica Pau”. O homem sempre mostrou competência, excelência no que faz, dedicação total ao trabalho e entrega absoluta aos objetivos individuais e coletivos das equipes em que passou. Para mim ele é tão bom, mas tão bom, que além de unir tudo o que um grande profissional de qualquer área tem de ter, sabe exatamente como se portar para que as coisas continuem dando certo.
Do final do ano passado para cá, Rubinho esteve no mais autêntico “olho do furacão”. Fez uma boa temporada em 2008 com um carro ruim, mas devido à crise econômica mundial, viu sua equipe, que era ligada a uma grande montadora mundial de automóveis, ser dissolvida por conta da alta demanda de investimentos. Enquanto a imprensa discutia qual seria o futuro da categoria, dizia também que Rubinho já havia sido descartado pela mesma. Falavam em aposentadoria compulsória (o que a maioria dos brasileiros, injustamente, comentava que já estava acontecendo tardiamente), falavam que o homem estava acabado, que já estava velho, que não correria mais... e que mesmo que a tal equipe voltasse à ativa, ele seria deixado de lado em troca por um novo piloto que surgiu agora, que não mostrou muito trabalho ainda, mas que tem o mesmo sobrenome do primeiro ídolo que falei neste texto.
Rubinho, ao contrário do que a maioria pensava, surpreendeu resolvendo que a reclusão e a retirada estratégica, mas momentânea, seria a melhor opção.
Passou quatro meses sem dar as caras. Fez uma corrida de Kart em Florianópolis (a qual venceu... não só a corrida, como também Michael Schumacher na disputa...) e só. Não concedia entrevistas, não aparecia em telejornais, em programas especializados, em folhetins, blogs... nada. Reclusão total mesmo.

Pois então. Quando justamente todos achavam que o homem já estava morto e enterrado... eis que surge ele ai novamente... melhor do que nunca.
Cinco quilos mais magro por conta de um preparo físico de atleta, cabeça vazia de problemas, preparo técnico apuradíssimo e com mais gana do que nunca, o cara parece um garoto que ganhou bicicleta nova.
A equipe foi comprada por um dos grandes chefes da Fórmula 1, que de maneira corretíssima, ao contrário do pensamento dos tupiniquins, tem a certeza que Rubinho é simplesmente um dos melhores. A vaga não poderia deixar de ser dele.
Quem ri por último, ri Rubinho. Após os testes de inicio de temporada... não é que o homem está aparecendo nas primeiras posições novamente...?
Vai incomodar muita gente este ano.

O que fez Rubinho voltar tão bem?

A retirada estratégica.
E é justamente o que estou a fazer neste momento.
Peço para que vocês, querido leitores, principalmente aqueles aos quais tenho laços de sangue e amor, me perdoem pelo afastamento e procurem compreender a minha ausência dos círculos aos quais estava acostumado a ser figurinha certa. Incluso por aqui.
Tal qual meu ídolo Rubens Barrichello, estou promovendo um período de reclusão salutar e necessária...

Após um tempo voltarei.

E voltarei para que as coisas sejam melhores do que eram antes.

segunda-feira, 2 de março de 2009