Cara... eu nunca fui funkeiro,
nunca fui pagodeiro, nunca usei drogas, e nunca segui muitas modas. Nunca fui boy,
nunca fui marrento, nunca fiz jiu-jítsu, e nunca briguei na rua, mesmo quando estava
na escola. Nunca cheguei em ninguém na balada, nunca soube fazer isto, sempre
achei que tenho o direito de dizer não pra qualquer mulher e sempre me encantei
pelas princesinhas ao invés das gostosonas. Já tomei pé na bunda, já dei pé na
bunda, mas confesso que adoro uma. Nunca gostei de reggae, odeio Bob Marley,
odeio maconha, odeio barraco e sim, não tomo refrigerante durante a semana para
segurar a barriga. Prefiro sentir inveja de quem é feliz do que de quem é rico,
sonho sim casar um dia, quero ter filhos, quero uma mulher perfeita para isto
tudo e adoro o fato de ter meus pais como meus melhores amigos. Adoro também o
fato deles serem apaixonadíssimos um pelo outro após quase 50 anos de união, nunca
quis estar sozinho em nenhum momento ou fase, e quero um amor para a vida toda.
Sou rockeiro, metaleiro, punk e sertanejo ao mesmo tempo, não me importo com o
que as pessoas pensam sobre os padrões, e não me interesso pelas fracas, mas
sim pelas fortes. Sou gente humilde, não quero para mim as limitações de quem
se coloca acima dos outros, amo meu cachorro e não, nunca fui um deles.
Considero sexo e amor coisas que podem ser separadas, mas prefiro infinitamente
que elas estejam juntas. Não me interesso mais por quem não me oferece futuro,
tenho a plena consciência que órgãos sexuais qualquer pessoa têm, mas que
coração e cérebro, são poucos os que possuem. Durmo tarde, sou dono de mim mesmo,
tenho problemas ocupacionais, e só gosto de ficar parado de vez em quando. Assisto
BBB, tenho dois diplomas universitários, gosto de ler, me considero culto, e
não acho nada disso contraditório. Prefiro inverno que verão, salgado que doce,
mulheres trabalhadoras, jantar romântico e carinhoso seguido de sexo forte e
dormir de conchinha. Nunca fui numa rave, nunca comi outro hambúrguer que não
fosse Big Mac, e sim, já me relacionei com muita gente. Sou romântico ao extremo
com quem é aberta a isto, adoro acarinhar e ser acarinhado, tenho carências
afetivas como todo mundo e, considero certo ser um pouco “grudento” (melhor a
proximidade do que a distância). Não tenho tatuagens mas quero ter, não tenho
cabelo mas queria ter, não tenho namorada mas queria ter, não tenho depressão (não
acho bonito) e não gostaria de ter. Odeio o culto a tristeza, o culto a
dependência amorosa, o culto a dor de cotovelo, o culto a falta de compromisso,
e a falta de culto religioso. Adoro papos cabeça, papos amorosos, papos burros
e inteligentes, e beijar papos femininos perfumados. Gosto de quem cuida de si
mesma, de quem tem vaidade, de quem tem autoestima, e de quem não coloca a
culpa do que não tem nos outros (inclusive da falta de orgasmos). Não aprovo
preconceitos, mas adoro conceitos. Acho ridículo quem julga os que julgam os
outros, pois isto por si só é um julgamento. Já tive amores realizados, amores
superados, amores não concretizados, amores inventados, e amores desnecessários.
Sou gremista fanático, estou pouco me lixando para a rivalidade da dupla
grenal, mas me importo muito com os rumos dos brasileiros na F1. Saio muito
pouco, mas adoro uma festa. Danço muito bem, mas danço muito pouco. Gosto de
beber, mas não gosto mais de ficar bêbado. Estou pouco me lixando para a falta
de qualidade, as contradições e as desconectividades deste artigo, assim como
estou pouco me lixando se meu café esfria. Com o tempo, aprendi que a beleza
está na unidade, no individuo, nas características, nas particularidades de
cada um. Penso nisto inclusive em se tratando de seios femininos, e sua relação
com as próteses de silicone. Sou monogâmico, exijo monogamia, considero traição
algo imperdoável, e sei que acontece em muitas áreas, não só na sexual. Vivi
até os 32 anos de idade sem Nutella, sem Trakinas, sem Pizza Hut, sem sorvete, sem
chocolate ao extremo, sem comer quem não quero e sem babar o ovo de ninguém. E
vou continuar vivendo assim. Tenho 42 cm de circunferência de braço, e sim,
considero isto extremamente secundário perto da minha maturidade, saúde e inteligência.
Incomodar as pessoas me incomoda, e quem não se incomoda em incomodar me
incomoda também. Valorizo muito mais o que conquistei com o suor da testa, mas
não sou burro e trouxa de negar aquilo que os outros me oferecem. Quase vomito
com quem tenta parecer rico, com quem tenta parecer inteligente, com quem tenta
parecer superior, e com quem tenta aparecer. Já fiquei com mulheres casadas,
mas não fico mais. Já falei muito palavrão. Tomo mijada do meu pai até hoje, e
gosto do fato dele estar aqui para fazer isto. Adoro tudo o que seja antigo,
desde objetos de decoração, carros, até hábitos e valores. A emoção pede uma
Ferrari, a razão pede uma Mercedez, e o dinheiro me permite um Peugeotzinho. Sou
extremamente bem humorado, extremamente apaixonado, extremamente consciente,
extremamente racional e extremamente calorento. Peitos bonitos, bundas bonitas,
cabelos bonitos, e pernas bonitas, tudo isto é muito atraente, mas nada supera
gaitadas abertas e pés delicados. Prefiro cerveja a vinho, não me importo de
tomar tubaína, estou pouco cagando pro sódio da água com gás e gosto muito de
Nescau com café. A quantidade de mulheres que perdi de ter comido... e a
quantidade de mulheres que eu disse não no meio da fuça... são incríveis. Estou
muito melhor nos trinta e poucos do que nos vinte e poucos. Odeio fofocas,
boatos, fofoqueiros e boateiros. Odeio mosquitos, abóboras, pimentões, calorões
extremos, gente que se auto sabota e bipolaridade. De vagabunda e sem vergonha
quero distância, mas entre quatro paredes chamo disto e de outras coisas se
quiser. Loiras ou morenas? Gordas ou magras? Bonitas ou feias? Prefiro as
românticas e bem humoradas. Odeio quem se acha, mas adoro quem se encontra, e
amo quem se conhece. Para mim, estar apaixonado sem freios e sem preocupações é
a fase mais bela da vida, e quero fazer isto novamente. Falo o R errado, mas
não escuto errado. Fico cuidando para ver se você entra ou sai do facebook, mas
quase nunca te chamo para conversar, pois apesar da idade, ainda tenho certos
frios na barriga de menino.
Muito pouco para uma vida
inteira, mas muita coisa levou uma vida inteira para ser aceita e admitida
internamente. Sou o que sou, e com o passar do tempo, serei cada vez mais o que
serei, acreditando piamente que o caminho para a felicidade passa pelo auto
conhecimento, pela auto aceitação e pelo respeito as suas próprias características.