quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Efeitos do cachorro Marley...

Quem costuma visitar este blog frequentemente sabe que não tenho o hábito de ler livros. Não é que não goste, apenas não encontro uma parte do meu dia mega-cheio para me disciplinar a ler um livro, ao invés de conversar com alguém ou descansar.
Mas o que escrevo hoje, de maneira raríssima, é o resultado de um livro que acabei de ler. Tá, sei que o tempo lá fora está ótimo, e que não deveria fazer estes atos milagrosos quando há sol...
Li um livrinho que confesso, tinha preconceito por achar que seria algo extremamente comercial, mas derrepente um dia, cheguei a seguinte conclusão: “Dane-se que seja comercial, já não leio nada mesmo, que diferença vai fazer...”?
O que li foi “Marley e Eu”, livro americano de autoria de um colunista de jornal, mas que resolveu, de maneira surpreendente, revelar detalhes íntimos de seu casamento, do nascimento de seus filhos, e do seu... cachorro labrador chamado Marley.
O tal cachorro representava o inferno na terra: quebrava portas, roia sapatos, engolia pingentes de ouro, se grudava nas pernas das visitas, se jogava em todos, evacuava feito um louco e chegava a destruir garagens em surtos psicóticos movidos ao medo de trovoadas.
Mas o tal cachorro apaixonou-me. Alias, o livro consegue isto. Durante a leitura, aprendemos a nos divertir e a amar Marley de tal maneira, que quase não dá pra acreditar. Méritos ao autor.
E sem medo de estragar a surpresa do final, confesso que chorei feito criança quando li sobre a morte dele (com 13 anos de idade, devido a inúmeras complicações da velhice canina).
Enfim...
Tenho um pequeno Marley em casa chamado “Pico-Pico”, é um fox-paulistinha preto que tem 8 anos de idade, pesa 4,5 kg e gosta muito de latir para estranhos.
O Pico-Pico não tem nem metade dos defeitos que Marley tinha, e isso que nós nem precisamos castrá-lo. Ele nunca roeu um sapato nem sofá, nunca se grudou em ninguém e muito menos comeu algo que não devia comer. Digamos que se fossemos analisar de uma perspectiva canina, veríamos que ele é o João Paulo II dos cães.
Mas ontem, pela primeira vez, chorei de medo de perdê-lo. Foi preciso ler o relato de alguém que perdeu seu cachorro querido para que eu passasse a vê-lo da maneira que ele merece: um ente familiar, que chora, brinca, deita junto, se emociona, se irrita, ri, defende, e o principal, ama a todos e tem uma lealdade que beira a devoção a nós, seus colegas de moradia. O Pico-Pico nos será leal e nunca nos trairá até a sua morte.
E o pior de tudo é que, com a sutileza de um rinoceronte, ao acabar de ler o tal livro, tomei a consciência de que o dia da morte dele chegará, e que não vai demorar tanto quanto se imagina. Peguei-me pensando em como seria os primeiros dias após a ida dele para outro plano, em todo nosso sofrimento e em toda falta que ele fará.

E será enorme.

Portanto, pense bem naquele ser que tens dentro da casinha, pense bem no carinho e tratamento que ele merece.

Um dia ele faltará. Um dia, ele não estará contigo em momentos que incondicionalmente te apóia. Ai vem aquela velha história: Não adianta dar valor depois que perdeu. Inclusive em se ele for pulguento ou cheirar mal...

Ele não tem fama de “amigo fiel” à toa...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Terça insana...

Terça-feira passada toquei para o meu maior público: Algo em torno de 3 mil pessoas exprimidas no Opinião.
Começamos o show tocando Paradise City do Guns, com muitos efeitos de luz e gelo-seco, coisa que fiz questão. Logo aos primeiros acordes na minha mais nova aquisição (minha Gibson SG vermelha, igual a do Angus), a platéia fez um barulho ensurdecedor, e quando o resto da banda entrou, alterando o andamento da música, vi toda a pista e alguns que se encontravam no parapeito dos mezaninos pularem em conjunto.
Estação Canoas - La Salle
A segunda música era uma insistência minha para que a banda tocasse, já que a mesma não é de agrado de todos: Live or Let Die, na versão do Guns também, levando em consideração que a versão original do Paul McCartney tem levadas de reggae que nenhum de nós engole muito...
As partes agudas do vocal evidenciavam que a minha voz não era exatamente a do Axl, mas dava pro gasto, pois agradou.
Estação Mathias Velho
O meu baixista propôs tocarmos Hotel Califórnia para segurar um pouco, já que é uma música conhecidíssima de todos (pelo menos o refrão), e também porque a 1º e a 2º cordas da SG já haviam estourado. Nesta música, eu sempre uso um violão de nilon para fazer os solos, e a outra guitarra também é substituída por um violão de aço. Gostei do final, pois eu e o outro guitarrista solamos em conjunto, e fomos muito aplaudidos por isto.
Estação São Luis - Ulbra
O show era curto, então tínhamos só mais duas músicas para tocar. Meu baixista, eterno amante da era Disco, sugeriu que fizéssemos a versão reduzida de Please don´t let me be misanderstood, do Santa Esmeralda. Mas o resto de nós discordou, achando que aquilo não era música para final de show. A minha proposta foi de pronto aceita por todos, e nem precisamos contar o tempo, já que sai disparando as primeiras notas de cara.
Enter Sandman é considerada pesada, mas mesmo assim, se tu a executares para um público onde a faixa etária é de 18 anos, verás algumas menininhas loiras cantando o refrão e fazendo sinal de chifrinho para ti com os dedos. Me empolguei tanto que algumas pessoas me olharam com expressão de estranheza.
Estação Petrobrás
Última música. Esta teria de ser aquela que sempre deixa todos querendo mais. E como sempre ficamos discutindo no palco o que vamos tocar (o set-list nunca é estabelecido antes do show), decidimos contrariar este procedimento e tocar o que sempre tocamos.
Sweet Child o´mine também é do Guns, eu sei. Mas a tonalidade da minha voz favorece, e, além disto, por mais que a maioria não admita, todo mundo gosta. É perfeita para ser a última de qualquer pocket-show que se faz por ai.
E assim o foi.
Vi o Opinião cantar o coro inteirinho quando pedi, tirando minha boca do microfone e fazendo sinal de que não estava ouvindo. Vi também meus amigos todos enlouquecidos na lateral do palco, como se ali escondidos, quisessem invadir e serem como eu, protagonistas daquele momento. Terminamos saindo quase surdos do barulho da platéia, agradecendo e dizendo “até amanhã”...
Estação Esteio
...já que a pilha do meu MP3 havia acabado, e o trem acabara de chegar à estação que teria de desembarcar.

Sonhar não custa nada... e por vezes meus sonhos são tão reais...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Ganhar na mega-sena e continuar trabalhando duro...

Ontem eu andei num carrão.
Não vou citar nomes, marcas ou modelos. Só vou dizer que ontem realmente... eu andei num carrão.
Sabe aquele sonho de consumo de toda pessoa que gosta de automóveis, aqueles carros esportivos, lindos, super potentes, aqueles que quando passam pela rua, seja devagarzinho feito um Fuca, seja rápido feito uma Ferrari, todo mundo olha com expressões de inveja? Este mesmo.
Me senti ao mesmo tempo empolgado com a experiência, e também um pouco retraído pelo simples fato daquela realidade não ser a minha.
Alias, se fosse comparar a tal realidade com a que vivo... chegaria a conclusão de que me encontro no campo do sonho ainda...
Não que eu não tenha a minha vida confortável, o meu carro, a minha casa, as minhas telas, receptores de Tv a cabo, Dvd´s, e os meus estudos (vai se levando, como dizem). Mas perto daquele carro, tudo parece ser menor/pior.
Eu sei, eu sei. Eu vivia falando que o mais importante é ser, e não ter. Mas este caso é diferente. O dono do carro TEM, porque É...
É um dos maiores profissionais que conheço, e tudo o que tem é fruto do seu imenso e cansativo trabalho duro.

Suor da testa.

E é isto que eu acordei hoje pensando. Eu vou suar, vou suar muito, demais.

Vou suar não só para ter, mas para ser antes disto. É o caminho natural de todos os azarados. As coisas só se conquistam com muito trabalho e disciplina.
É claro feito água e um dos remédios para o vazio dos bolsos e da vida.

O outro caminho é jogar na mega-sena... e ganhar. Mas ai as coisas apenas iriam se inverter.
Não me entendam mal, quero continuar trabalhando duro o resto da vida, quero mesmo, juro. Mas dai eu faria só o que gosto e não teria mais chefes...

Mas quem não acha melhor o caminho mais curto para a solução de quase todos os seus problemas... não é ser humano...

Portanto, vou para a lotérica. Amanhã estarei andando de carrão esportivo...