quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Cargo de chefia

Falei estes dias que o Paulo mudou de emprego e de cargo, não?
Pois é, esqueci de comentar, mas o Paulo deixou de ser peão-chão-de-fábrica e agora tem um cargo de chefia! É sério, o rapaz tá grandão lá na firma dele, uniforme de trabalho agora é terno-gravata, refeitório é restaurante no shopping, transporte é carro privativo da firma e secretária derrepente passou a ser sinônimo de mulher bonita.
O menino está colhendo o que plantou. Sempre foi um garoto esforçado, trabalhador, honesto e sem vícios (isto não é anúncio no Diário Gaúcho). Sempre levou muito a sério o trabalho, o estudo, a carreira e o futuro. Demorou mas finalmente as coisas engrenaram.
É uma pessoa muito engraçada, com toda certeza, mas burrice é algo que não é característica sua, sempre foi muito esperto inclusive, sabendo direitinho o que, quando e como fazer (ou não fazer). Neste último dia que nos reunimos, estávamos todos muito felizes com o fato dele estar tão bem profissionalmente e pessoalmente. O Paulo realmente merece.

Mas enfim, como não poderia deixar de ser, além da obra prima citada no texto anterior, mais uma pérola foi proferida na mesma noite.

Conversávamos sobre as diferenças de ser chefe e empregado, e ele, que era o elemento cerne do assunto, estava apenas quieto prestando atenção. Olhava-nos com olhares incrédulos, e de vez em quando realmente parecia não concordar com o que estávamos enumerando como vantagens dos que ocupam estes cargos.
Palavras dele:

“Olha só gurizada: se vocês trabalharem bem no mínimo oito horas por dia, um dia eventualmente serão escolhidos ou nomeados chefes, a partir disto, a principal mudança é que passarão a trabalhar doze ou dezesseis...”

sábado, 25 de outubro de 2008

Paulo volta à ativa...

O meu grupo de amigos é aquele que posso realmente chamar de musicado. Todos gostam de brincar com algum instrumento musical, seja bateria, baixo, guitarras ou violões. E todos cantam. Cantam bem até.
Musica é um assunto recorrente entre nós, em qualquer tipo de reunião ou encontro, passamos boa parte do tempo conversando sobre algo ligado a isto. O próximo passo sempre é alguém pegar o seis cordas e puxar alguma música. Geralmente cantamos músicas antigas, como Vento Negro, Desgarrados ou Guri, repetindo umas 15 vezes cada uma.
Mas não foi o que fizemos ontem. À noite tomamos uma cerveja em um posto de gasolina da cidade, nada muito excepcional. Puxei assunto sobre a cultura musical adolescente, algo que sempre existiu até porque é o maior nicho de mercado que há.
Desde Menudos, New Kids on the Block, Polegar, Dominó, Tremendo, Backstreet Boys, N’Sinc e Rebeldes da vida, estas bandas fabricadas por produtores e detentores da fórmula do sucesso, dominaram o mercado comercial apesar das críticas gerais (inclusive minhas).
Antigamente esta fórmula era fácil, era só juntar um grupinho de rapazes bonitos que cantavam mal e não tinham nenhum talento, ensinavam-nos a dançar, rebolar, sorrir agradar as fãs e tava tudo feito. Aos poucos as coisas foram evoluindo, passou pela época em que o mercado obrigou os produtores a contratar meninos já talentosos e competentes para seus grupos. Agora a tendência é mesclar as artes com algumas características humanas atuais, ou seja, pega-se o cinema, a tv, a mídia, a curiosidade (paparazzi, vídeos pornôs caseiros e fofocas generalizadas) a dança, a música e o apelo sexual dos meninos e meninas, coloca-se numa panela de pressão, tempera-se com grana alta e... voilá! Lucra-se cinqüenta vezes mais.
Ontem conversando fizemos esta análise, e claro, alguma pérola deveria sair.

Imaginem de quem...

O Marcelo estava falando que as menininhas adolescentes que ele sai de vez em quando adoram um tal grupo que ele não lembrava o nome (guasca velho do jeito que é, só lembra do nome do Leopoldo Rassier e do Gildo de Freitas), e que este grupo já tinha uns 2 ou 3 filmes, não sei quantos DVD’s, CD’s, musicais, shows, etc...
Segundo a descrição que ele deu naquela hora, tratava-se de um bando de adolescentes, meninos e meninas, ambientados em uma escola, como se fosse uma Malhação americana.
Neste momento surgiu a situação clássica aquela, em que todos os presentes tentam lembrar de algo e não conseguem (e que alguém diz: “quando eu não estiver pensando nisso, vou lembrar”). Mas para o nosso susto, o Paulo aos berros respondeu:

- Lembrei!!! É High SKOL Musical!!! Não é??? É sim!!! É High SKOL Musical!!!

... Passei o resto da noite rindo ...

... imaginando aquele bando de menininhos e menininhas dançando com um Latão ou uma Cicarelli na mão ...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Eloá e seu perfil no orkut

Semana passada o país inteiro ficou perplexo com o desfecho do seqüestro mais sem-noção que existiu na história. Isto tudo porque, segundo palavras de um célebre apresentador de programas policiais, “envolvia o amor, paixão e morte, e as pessoas se interessam por crimes que envolvem casos de amor, paixão e morte”. Justificativa esta que foi dada apenas para o interesse doentio das pessoas pelo caso. O porquê de o seqüestrador ter feito o que fez, todo mundo sabe decor-e-salteado, agora, o que o levou, qual foi o estopim, a gota da água, isto ninguém discute.
Vou tentar ser mais direto do que geralmente sou.
O mesmo motivou-se pela característica “possessividade” que o sentimento que nutria pela jovem continha, sentimento este imaturo/maroto, aliado a um grande agravante:
O orkut.
Segundo o principal negociador atuante no caso, e o próprio meliante, a motivação para o acontecido foi o fato de que no domingo que antecedeu o crime, o indivíduo recém ex-namorado da vítima, viu no orkut dela recados e fotos do menino que ela estava ficando. Segundo ele próprio, o primeiro tiro, que foi disparado no primeiro dia de seqüestro, foi alvejando o computador da menina. Daí pra diante foi uma bola de neve.
Pergunto: Quem de nós já não se incomodou de alguma maneira tendo seu perfil no tal site de relacionamentos? Quantos de nós já não nos incomodamos com ex-namoradas (os) ciumentas (os) em relação a isto? Quem nunca teve raiva de alguma comunidade ofensiva colocada de propósito, ou com algum scrap? Será que passaríamos tudo isto que passamos se não tivéssemos perfil no orkut?

Todos sabem que abomino o tal site. Isto não é novidade para quem me conhece ou para quem me lê por aqui. Realmente não consigo entender qual é a necessidade que a maioria de nós (retirando eu e alguns gatos pingados) temos de expor as nossas vidas assim, como numa vitrina, onde todos têm total liberdade para saber de tudo.
Seria exagero meu dizer que, independentemente da sociopatia de Lindemberg, o perfil no orkut de Eloá foi o laxante para toda esta merda generalizada?
Não estou estudando direito para ser o advogado do Diabo, pelo menos não neste caso. Não quero de maneira nenhuma defender ou justificar o que o tal Piá fez, digo e repito se precisar, minha intenção com este texto é CONDENAR O ORKUT e não absolver o guri vingativo, pois violência não se justifica, se condena. Mas desde o início percebi que o descontrole instaurou-se em sua cabeça quando reconheceu (e não aceitou) através de evidências que ELA EXPÔS, que seu amor juvenil estava nos braços de outro.
Sejamos sinceros: Pelo orkut ou não, quem de nós já não teve um pequeno descontrole ao se deparar com a imagem da (o) ex com seu novo namorado (a)? Existe alguém que sabe lidar com isto?
Não minta a resposta para si mesmo, é feio.

Para concluir, faço mais uma pergunta a vocês: Levando em consideração os fatos que se sucederam, se Eloá não tivesse ao menos deixado evidências de seu novo relacionamento para todos verem (talvez propositalmente) será que Lindemberg teria feito o que fez...?

Fico na dúvida. Derrepente algo ruim teria acontecido, mas talvez as coisas acontecessem de maneira diferente.

Quem sabe ela ainda estaria viva...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Preconceito para com o preconceituoso...

Tem certas coisas que realmente, a gente não sabe como se posicionar. Para estas coisas, sempre tomei como premissa o fato de não ter opiniões formadas, e uso justamente isto como resposta: “Não tenho opiniões formadas”. Não julgo nada nem ninguém sem analisar antes.
Só que este tipo de afirmação, pressupõe para quem está ouvindo que em algum momento, tu terás a opinião e o devido julgamento formado sobre o assunto, o que às vezes pode ser que não aconteça. Mas só às vezes.
Durante o curso dos últimos anos, formei minha opinião sobre o assunto "preconceito na sociedade brasileira", e ela me é muito clara e firme neste momento, conseqüência e resultado de muita análise e confirmações.
Posiciono-me fortemente e de maneira honesta CONTRA qualquer tipo e forma de preconceito, sejam de ordem racial, moral, sexual, esportiva, ideológica, ligados à nacionalidade, à língua, ao gênero, cor de cabelo, orientação religiosa, espiritual, classe social, consumo de cigarro e tantos outros. Todos nós temos direitos (e deveres decorrentes destes, claro) ligados à busca da felicidade e satisfação pessoal, indiferente de onde estes se originarem.
Vivemos em uma sociedade preconceituosa, isto é fato, e vivemos em uma sociedade de diferenças mil, isto também é fato. Já que somos indivíduos inseridos nesta sociedade, é natural não percebermos quando agimos ou pensamos de maneira preconceituosa. O problema é quando justamente não percebemos a existência de certos tipos de preconceito. Por exemplo:
Será que condenar o ainda preconceituoso, por si só já não seria um preconceito?
Pense bem. Condená-los não seria uma postura pré-concebida? Não seria uma atitude de desconhecimento pejorativo?
Explico.
As gerações anteriores as nossas têm por tendência (não por regra) serem gradualmente mais preconceituosas, mas isto não por que querem ou porque acham melhor, mas sim por culpa do contexto ao qual estavam inseridas. No passar dos anos, alguns tabus e crenças foram caindo devagar, e hoje em dia certos aspectos de nosso cotidiano que antes eram inadmissíveis dentro de uma sociedade, são toleráveis até pelos que não querem tolerar. Fica óbvio que no passado não era assim.
Cito como exemplo o fato de eu ter um avô negro, uma das melhores pessoas que conheci, com um coração gigantesco, mas que convivia com o preconceito bruto diariamente. Moravam todos em Guaporé, cidade de colonização predominantemente italiana, onde naquela época, o preconceito era algo natural e corriqueiro. Mas TÃO natural e TÃO corriqueiro, que eles mesmos, os negros, eram racistas ao extremo contra os próprios negros. Meu avô não tolerava nenhum outro negro entrando pela porta de sua casa, e blasfemava sempre: - “Negri porco carne”! – Dizia. Quando indagado sobre sua origem africana, o mesmo respondia: - “Sou negro trabalhador da canela fina”.
Preconceito em sua maioria é contexto.
Preconceito em sua maioria é coletivo e não individual. E influencia.
Em nossa sociedade, por exemplo, por mais que existam pessoas (como eu) que apóiem a união civil dos homossexuais, acredito que ainda não está ainda preparada para tal situação. Veja bem, AINDA não está, mas um dia invariavelmente estará. Este é o caminho natural, e a união homossexual existirá perante a lei também. Da mesma maneira que os próprios negros, em um passado não muito distante, inseridos em determinadas comunidades, discriminavam a si próprios de maneira racista, hoje muitos heterossexuais iguais a mim discriminam seus irmãos homossexuais por sua orientação, mas os filhos dos mesmos discriminarão menos, e assim por diante.
Portanto, muitas vezes não é culpa dos preconceituosos serem assim, já que a criação e o contexto impuseram isto. E de qualquer modo, da mesma maneira que temos o direito a viver a vida da maneira como queremos, defendo que temos o direito de pensar e concluir o que queremos desde que isto não atinja ninguém mais a não ser nós mesmos.

E este é o limite, a linha vermelha. Devemos ensinar as gerações futuras a não ultrapassá-lo. Temos de aprender a nos respeitar, de todas as formas, e em todos os sentidos, sejam os de ida, sejam os de volta. Os dias continuam passando, as coisas continuam mudando...

... e a sociedade, um belo dia, será considerada ideal ... havendo respeito e inexistência de qualquer tipo de preconceito...

sábado, 18 de outubro de 2008

O caminho do bem...

Alguns de fora do estado mandaram-me e-mails perguntando do que se trata a foto do último post.
Explico:
Trata-se de um senhor, chamado Alceu Pozzatti, de 78 anos de idade, que amarrou um cachorro ao pára-choque do seu fusca verde água, e o arrastou por uma rua de Santa Maria/RS, na manhã de quinta-feira. O animal, e agora falo do cachorro, gritou e agonizou até o momento que transeuntes que estavam próximos conseguiram, após 100 metros de pura atrocidade, forçar com que o Sr. Alceu brecasse o carro, e parasse de torturar o pobre.
Pela foto, podemos perceber que o menino já estava à beira da morte, e tal qual uma pessoa que cree que animais não merecem respeito ou consideração (eles sentem fome, frio, dor, tristeza e traumas tal qual nós humanos sentimos, com o agravante de serem muito mais indefesos), o aposentado, após esta atitude extremamente infeliz, deixa claro que não sente qualquer tipo de remorso.
Existem pessoas que defendem punição rígida a qualquer tipo de maus-tratos e irresponsabilidade contra animais. Concordo. Acredito que seres vivos de qualquer tipo, raça ou espécie, devam ser tratados com o mínimo de dignidade.
Entendo que muitos estejam neste momento pensando no menino carioca que também foi arrastado pelas ruas por assaltantes covardes. Sinto-me na obrigação de deixar claro que realmente isto é muito mais grave, e defendo punições mais rígidas do que as atuais para quem fez isto. Da mesma maneira, defendo a mesma rigidez aos covardes que maltratam animais, respeitando claro, o valor da vida humana, que em todos os casos é de incontestável supremacia.

Voltando aos animais: sorte que existem pessoas dignas que pensam ao contrário do Senhor da foto.
Pedi autorização para divulgação, e mesmo sem te-la recebido até a presente hora, vou propagandear a causa, pois o que importa é ajudarmos da forma que pudermos.

O link é este: http://xulinhosdobem.blogspot.com/

Trata-se de um blog destinado a adoção de animais diversos, principalmente os nossos tão queridos amigos caninos. Os telefones, e-mails e endereços de contato estão todos muito claros por lá, e mesmo que tu não tenhas a intenção de adotá-los, serve qualquer tipo de ajuda, seja em cuidados, seja da maneira como faço, divulgando a causa.

E para terminar, uma boa notícia.

O coitado que foi arrastado pelo aposentado atroz e sem noção...

Sobreviveu e recupera-se graças à ajuda de pessoas como estas do blog...



sexta-feira, 17 de outubro de 2008


Quem é o verdadeiro animal nesta cena...?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Portugal

Ontem estava com saudades das épocas de vacas super gordas. Hoje em dia não tenho mais condições parecidas.
Isto tudo porque encontrei as fotos das viagens que fiz quando tinha vinte e poucos anos (como se fosse muito tempo atrás...).
Visitei lugares super legais, países interessantíssimos, culturas diferentes...
Um destes lugares foi Portugal. Visitei a capital, o litoral, o além-Tejo e fiz minha peregrinação religiosa indo até o Santuário de Fátima. Tomei inúmeras garrafas de vinho e depois segui para a Espanha (caminho de Santiago...).
Falando apenas dos nossos principais colonizadores, realmente eles não têm do que reclamar. Além de uma economia sólida, uma vida confortável, um país maravilhoso e de clima ameno em tudo, o seu povo é realmente encantador, e cheio de particularidades...
Antes de tudo, desmistifico aqui a fama de burrice que injustamente os nossos irmãos mais velhos têm. Passam realmente longe de serem pessoas sem estudo ou cultura.
A única diferença é que realmente, e isto não posso negar, pensar de maneira lógica não é o forte do povo lusitano, derrepente até porque os mesmos não têm o jogo de cintura que temos. A vida não os obrigou a ter.
Costumo contar duas histórias verídicas e que aconteceram comigo, que servem como exemplo clássico do processamento de dados diferente deles.
Estava eu defronte ao hotel, numa manhã fria de final de inverno, esperando um táxi que havia chamado, pois queria me dirigir ao Mosteiro dos Jerónimos. O táxi parou (lá praticamente todos os carros de praça eram Mercedes-Benz de última geração), entrei no banco de trás e perguntei ao taxista português, uma figura clássica de bigode que tinha por volta de uns 60 anos de idade:

- O senhor sabe onde fica o Mosteiro dos Jerónimos?
- Sei sim senhoire. – Respondeu-me, virando-se para frente e ficando completamente inerte e quieto, por um longo período de tempo.
- O senhor poderia me levar até lá? – Indaguei novamente, pensando que se fosse no Brasil, o carro já se encontraria na esquina.
- Puderia sim senhoire. – Respondeu-me novamente, ainda sem esboçar reação alguma, pior ainda, desligando o carro e abrindo o vidro. Fiquei pensando em que tipo de senha deveria utilizar para que ele me levasse. Mais um longo período de tempo se passou.
- Pois então o senhor me leve. – Afirmei, quase sem paciência.
- O senhoire gostaria que eu estivesse a levá-lo? – Perguntou-me.
- Com toda a certeza. – Eu ia descer do táxi neste momento.
- Pois então. O senhor não havia me dito...

Outra aconteceu mais tarde, em um café chamado “Brasileirinha”, que ficava no bairro do Rossio, onde eu comi o melhor doce do mundo: o Pastel de Belém.
Enfim, o que houve foi que ao pagar a conta, perguntei para o caixa português:

- O senhor poderia trocar uma nota de vinte euros para mim?
- Puderia sim senhoire.
- O que bom! – Exclamei, pois realmente estava com dificuldades para fazer troco. Alcancei a nota de vinte euros para ele.
- Aqui está. – Disse-me ao devolver o fruto da troca.

Quando olhei o que ele havia me devolvido quase não acreditei...

Era outra nota de vinte euros mais nova...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Quem é o Marcelo?

Na história de ontem o Marcelo teve participação. Mas nunca expliquei quem é o Marcelo, de onde veio, o que é e o que faz. Como no passado já havia mencionado algumas vezes seu nome, algumas pessoas de ontem pra hoje me mandaram e-mails pedindo que explicasse quem é o tal.
Nada melhor que contar história para digamos, colocar alguém na vitrine e demonstrar a mercadoria. Mas para homenagear, hoje farei algo um pouco diferente.
O Marcelo nasceu faz 28 anos, no interior de Bagé, e sem fazer questão nenhuma de negar as suas origens (nem deve), até hoje é o autêntico gaúcho gente fina, mas mais grosso que cintura de sapo.
Mas não se enganem não. Grossura não é sinal de burrice nem de ignorância. Ele é um cara estudado, veio morar na (perto da) capital justamente para se formar e seguir carreira no que escolheu fazer: fotografia. Para estudar, trabalhou como soldador durante anos a fio, e não é tiração de sarro, mas ao mesmo tempo em que o cara é grosso, tem uma sensibilidade incrível com uma câmera na mão. As imagens que registra, sejam paisagens, cenas do cotidiano, pessoas ou qualquer outra coisa, são incríveis. O cara realmente tem o dom.
Claro, assim como todo gaúcho, o mesmo é mega-conservador em certas coisas, se diz “mais tradicional que formula de minâncora”. Vive dizendo que “esta tal de máquina digital” é uma porcaria, e que foto boa é aquela que “se resulta de um asa 400”. Enfim, mania de goipeca-veio não se discute.
O cara é mais sério que guri cagado, mas ao mesmo tempo é mais engraçado que gorda colocando as calças.
O mesmo se diz adepto da bigamia, nunca se prendeu a uma só pessoa mas cobra isto de todas as que ele conhece. Costuma dizer que o fato de ter muitas mulheres traz benefícios, mas também traz malefícios. Certa vez, perguntei a ele quais eram esses malefícios e ele me respondeu assim:

- São dois tchê. Um deles é que não tem dinheiro que chegue.
- E o outro Marcelo?
- Quanto mais mulheres se têm, mais sogras também. Sogra boa é sogra morta.

Mais sincero que vaca pro touro, o guasca não tem papas na língua. Fala o que quer na hora que quer, por esta causa me autorizou a escrever todos estes detalhes. Disse que esses dias (história que conta faz uns 4 anos, mas que continua com este mesmo início – “esses dias”) uma sogra que ele teve foi a uma cigana, pediu para que lhe lesse a mão. Mais tarde durante a janta, estava preocupada com o que a tal disse:

- A cigana me disse que eu vou morrer de forma violenta – contou ela.
- Mas este não é o problema – respondeu Marcelo.
- E qual seria?
- Só depois vou saber se serei absolvido pelo júri ou não...

Mas o melhor de tudo é quando ele resolve falar sobre cerveja. Gosta de contar que uma antiga namorada lhe perguntou o porquê que ele gostava mais da cerveja do que dela, e ele respondeu:

- Primeiro, cerveja está sempre molhadinha, segundo, cerveja não reclama quando estou assistindo ao jogo ou jogando futebol, terceiro, cerveja não me obriga a assistir filmes românticos, quarto, cerveja não tem mãe, quinto, cerveja não olha pra mim com aquela cara de desprezo quando broxo, sexto, cerveja não liga quando olho para outra cerveja, e por último, quando eu acabo de beber a cerveja... posso jogá-la fora...

Este é o Marcelo.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Homens também reclamam das mulheres...

Faz tempo que não falo do Paulo, alguns leitores pessoalmente me disseram que estão até com saudades dele.
O Paulo ta ótimo. Digamos que no último ano, período em que privei-os de saberem qualquer coisa sobre ele, o Paulo solteirou-se, trocou de emprego, de cidade, enfim... mudou de vida. E segundo o que ele aparenta, para muito melhor.
Mas enfim... este dias, depois de muito tempo sem juntarmos os amigos, e num momento em que todos podiam e tinham horário, fizemos isto. Compramos uma picanha recheada e umas (várias) garrafas de Serra Malte, e fizemos o autêntico programa estritamente masculino, ou seja, bebemos (muito), comemos (muito), e falamos de futebol, futebol, futebol.... e mulher, mulher....MULHER.
Depois de mentirmos bastante, todos nós relatamos de uma maneira bem masculina o porquê estávamos solteiros naquele momento: Uns por questões profissionais, outros por questões familiares, outros porque simplesmente acham que a vida é muito curta para gasta-la com uma só pessoa (não é minha opinião, mas enfim), outros reclamaram da falta de algo que realmente valha a pena no mercado, outros disseram que estão enrolando-se, outros desenrolando-se... mas claro, a pérola da noite tinha de ser de autoria do Paulo...

Ele reclamou que as mulheres estão muito feias e chatas. Sério. Feias e chatas.

- Tudo bem que estou numa fase muito crítica – Considerou – Mas só aparece Tribufú na minha frente! Ou é magra feito a Olívia Palito, ou é gorda feito a Wilza Carla, ou tem pés (!) feios, ou tem dentes tortos, ou não é parceira, ou se veste mal, ou cheira mal, ou tem bafo...
- Mas te pára tchê! Virou frescurento agora! – Responde Marcelo indignado, com aquela voz de Neto Fagundes que só ele (e o próprio Neto) tem. – Agora deu pra ficar analisando qualquer defeitinho das mulher por aí!
- Sim né velho. Decidi só me relacionar com as perfeitas.
- Mas alguma vez tu já te relacionaste, ou ao menos fizeste sexo com mulher feia Paulo...? O que tu estas dizendo não é verdade.
- É realmente não. Todas elas eram lindas e boas. Mas tinham defeitos.
- Então faz o seguinte: se tu achas defeitos em todas as mulheres, e estes defeitos são tão absurdos assim pra ti, compra uma boneca inflável!
- Não dá.
- Porque não dá...?
- Simplesmente não dá.
- Ta, mas por quê? Porque ela é uma boneca e tu não ia gostar?
- Não... porque ela não tomaria cerveja comigo...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Xô Zeca Pimenteira!


Nas últimas duas semanas tive alguns problemas de saúde sérios. Primeiramente contraí amidalite aguda, daquelas que além da dor de garganta que impossibilita até engolir saliva, dá um misto de febre alta, dor de cabeça, enxaqueca e desorientação. Ao final do tratamento a base de antibióticos e analgésicos, foi constatado que além desta doença eu também estava com um início de gripe e rubéola.
Sim, rubéola...
E isso que tomei a vacina gente. Pode-se dizer duas vezes.
Ano passado, na felicíssima chegada de mais um ente familiar, sob o pretexto de não contaminar a criança, paguei para ter a vacina tríplice (rubéola, sarampo e caxumba) ingetada em meu braço sob a promessa de anos de imunidade e, além disto, na campanha de vacinação deste ano, tomei agulhada no braço novamente, preocupado com o surto noticiado por ai.
Resultado: mesmo assim, tornei-me estatística, sendo mais um a contrair a doença. Agora me expliquem: Qual é a eficácia de tal vacina? Como pode alguém imunizado duas vezes ter a doença?
O meu sistema imunológico, aparentemente sem explicação (já fiz exames comprobatórios) resolveu tirar férias ou entrar em greve, pois não está trabalhando mesmo. Eu costumava ser uma pessoa que nunca adoecia, mesmo não tomando cuidado algum. Agora um vírus qualquer pode passar lá na esquina que to pegando (em minha pré-adolescencia eu queria ser “pegador”, mas não deste tipo). Acho que só tem uma explicação para isto...

Não existe vacina ou sistema imunológico que combata eficazmente o mal-olhado...

Xô Zeca Pimenteira!

Tem alguém levantando os óculos escuros, olhando pra mim, crescendo o olho e dizendo:

- “Mas como eu queria ser uma pessoa assim...”.