terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Certezas do ano que vem...


Esta é minha última semana de trabalho do ano, pois o recesso do judiciário que se inicia agora dia 19 de dezembro perdurará até o dia 06 de janeiro. O judiciário pára e eu também paro por conseqüência.
A partir de sexta-feira vou viver de céu, sol, mar e uma geladinha de vez em quando.
Há alguns anos tenho passado meus veraneios em Meia-Praia (SC), e sinceramente gosto muito de lá. Apesar de não conhecer muito as praias brasileiras, apenas Salvador e Porto Seguro, confio muito na palavra de uma pessoa que me disse o seguinte: “não há qualquer litoral no Brasil que supere o de Santa Catarina”. Pela falta de opinião formada, me é conveniente concordar.
Geralmente quando vou para a praia, não sou muito de fazer noite não. Gosto mais de descansar, ler o meu livrinho sossegado, tomar minha cervejinha, não ter hora para levantar, comer... não gosto de ter compromissos sociais ou ter que me ajeitar para qualquer coisa. Passo o ano inteiro de terno e gravata, de sapato fechado, organizando eventos para os finais de semana... não gosto de fazer algo ao menos parecido durante a minha folga, pela noite dou no máximo uma voltinha no centro para comprar uns badulaques geralmente inúteis. Balada nunca. Isso para mim não é distração.
Assim como os músculos de um halterofilista, o nosso cérebro também depende de descanso para “crescer”. É claro, óbvio e amplamente comprovado pelos estudiosos do assunto. O descanso é salutar, as férias são benéficas e o ócio temporário é extremamente necessário. O meu este ano demorou a chegar.
Preciso pensar em muita coisa, necessito colocar algumas idéias no lugar, mas com calma, com todo o tempo do mundo. Está chegando o momento de tomar algumas decisões necessárias para direcionar melhor a minha vida, e a hora é extremamente conveniente (resoluções de ano-novo).
Vou iniciar este próximo ano descansado e me esforçando para que o mesmo seja melhor que 2008, que já foi ótimo. Vou continuar com aquela premissa de aprender mais a cada dia que passa, mas respeitando um ritmo necessário para que a cabeça não venha a fundir.

No final do ano que vem retornarei a este assunto, mas além da certeza de estar um ano mais velho, também tenho a certeza de que até lá vou sofrer menos, vou saber mais, vou conhecer mais, vou ter mais, vou ganhar mais, vou confiar mais, vou ser mais seguro e mais experiente. Portanto, serei melhor do que agora.

E aí chego a minha principal resolução de ano novo:

Ser melhor.

Eu serei, e você...?

sábado, 13 de dezembro de 2008

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O nosso paraíso...

Ontem cheguei em casa já um pouco tarde e me deitei para assistir televisão, enquanto o sono não vinha.
No Telecine Premium estava passando um filme que eu ainda não havia assistido. O nome é “Entre o Céu e o Inferno”, lançado em 2006, que tem Samuel L. Jackson (Lazarus), Christina Ricci (Rae), Justin Timberlake (Ronnie) e John Cothran Jr. (Rev. R.L.) no elenco.
Rae é uma menina que foi abusada sexualmente na infância, e que na vida adulta se tornou viciada e ninfomaníaca ao extremo, a ponto de não poder ver um homem que já enrosca a perna envolta. Lazarus é um bluseiro que acabou de ser abandonado pela esposa, e que busca na religião a superação da dor que sente. Ambos se aproximam em uma amizade tocante durante o filme, envoltos em situações que beiram o descontrole.
Em determinado momento, logo após Rae (que estava acorrentada) ter se despido e literalmente atacado sexualmente um menino (óbvio que o menino aproveitou), Lazarus pede para que Reverendo R.L. converse com ela sobre o assunto. Durante a conversa, o Reverendo faz a seguinte pergunta:

- “Rae, qual é o seu paraíso...?"

Confesso que esta pergunta foi o elemento cerne da minha noite. Algo tão conflituoso que até agora, cedo pela manhã, está me fundindo os neurônios.
Tentei respondê-la. Mas a resposta é dificílima.
Vale qualquer coisa? Sejam lugares, pessoas, emoções, situações, companhias, poderes, conquistas financeiras...?
Não quero ser chato, mas no meu caso isto envolveria uma enorme série de fatores e acontecimentos do passado, que com toda certeza não seriam de possível realização. Muita coisa não poderia ter acontecido, muita coisa não poderia acontecer mais, muita gente teria que mudar e muitas coisas deveriam se realizar. Mas vamos além.
Se pudéssemos escolher o que seria esta situação utópica que nos representasse a paz de espírito e a felicidade eterna, será que conseguiríamos? ...será...?
Acredito que não.
Será que realmente o paraíso seria tão atraente? Já que a posse é o túmulo do desejo, será que a felicidade eterna realmente nos seria eternamente satisfatória...? Talvez saibamos a resposta, talvez não. Talvez a admitamos, talvez não. Talvez busquemos motivos para não admitir, talvez não.

Talvez o paraíso exista em forma de auto-redenção, talvez não...

Prefiro passar a bola e deixar-te pensar um pouco:

Para ti, qual seria o teu paraíso...?

A resposta de Rae para a questão era Ronnie... seu namorado militar que ela traía com outros homens todos os dias...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Dois anos de Saudades...

Percebi só agora que este blog já completou dois anos. Fiquei feliz até.
Resolvi ler algumas linhas que escrevi no passado, e esta experiência se mostrou ao menos... curiosa.
Alguns textos sinceramente me causaram embaraço, pois encontrei lixos enormes por aqui. Se fosse hoje, teria vergonha de publicar ou mostrar tais coisas para qualquer pessoa. A qualidade realmente andou (e por vezes ainda anda) baixa em determinados momentos, peço perdão por isto meus queridos. O fato de constatar que o que escrevi no passado é de má qualidade representa uma evolução, portanto, peço também paciência quando decepciono na qualidade dos assuntos abordados ou na maneira que trato a língua portuguesa.
Constatei também que mudanças ocorreram na maneira de pensar sobre certas coisas.
Os primeiros textos refletem o quanto um rompimento causa traumas, depois apareceu um período onde procurei sanar estes problemas no seio de várias mulheres, e o aprendizado foi considerável no que tange a isto. Logo após veio a fase onde a terapia influenciava quase tudo o que escrevia, e só agora percebi que fui infeliz na abordagem que utilizei, por um único motivo óbvio: Não sou terapeuta. Não devia ter me aventurado na época...
Apenas dois assuntos continuaram tendo abordagens iguais e de qualidade razoável: O verdadeiro câncer que é a rivalidade da dupla Grenal e o quanto considero o Orkut nocivo.
Mas uma coisa eu tenho de dar o braço a torcer. O blog se iniciou com a pretensão de ser um espaço onde eu colocaria a vida, os problemas, as mudanças e as incertezas de uma pessoa que tem aproximadamente 25 anos, uma época que todos sabem, representa uma das mais novas crises relacionadas à idade: a do jovem adulto. Hoje ainda, às vezes até inconscientemente, continuo seguindo esta linha, continuo deixando claro para as pessoas que ter “vinte-alto” é um período complicado, onde estamos pisando em ovos para que algumas coisas erradas não entrem em nossa cabeça e se tornem definitivas. Nisto acho que consigo ser ao menos competente, e considero que as minhas pretensões iniciais estão sendo alcançadas.
Hoje tenho 27 anos e não sou mais tão novo. Não posso mais ter aquela vida que tinha há 5 anos atrás. As pressões são grandes neste momento e acompanham em paralelo os desejos de vencer na profissão, no dinheiro, no amor... na vida.
Procuro de maneira prática, abordando assuntos ou acontecimentos específicos, passar estas mensagens através destes textos que tem extensão de uma página do Word e que sempre acabam com espaçamento duplo entre os parágrafos finais. De vez em quando eles abordam coisas engraçadas, escatológicas até, e são escritos na pretensão de demonstrar que o bom-humor, a leveza e a risada são aspectos extremamente necessários neste período da vida onde na maior parte do tempo temos de demonstrar uma seriedade maior do que a que realmente temos.

E é ai que está o grande momento, a grande realização, o grande achado.

Para não estourar, em algum lugar temos de ser o que somos. E aqui eu sou.

O Saudades é minha casa. O Saudades é o meu lar...

sábado, 6 de dezembro de 2008

"Serás" incessantes...

Certa feita, eu namorava uma menina que morava na mesma cidade que eu, aqui perto de casa. Eu gostava muito dela, mas o relacionamento era deveras complicado e nocivo porque havia uma diferença de idade no meio. Nesta época já estávamos juntos há alguns anos, e a seriedade de minha parte já estava começando a significar repressão paterna.
O que tenho para contar para vocês é que neste período do relacionamento, descobri o MSN. Até então não tinha acesso diário a internet, havia apenas tido acesso quando mais novo, conhecia o ICQ e o VIA-RS, mas o MSN eu nunca tinha experimentado.
Quando experimentei, viciei. Simples assim, como um vício qualquer. Comecei a entrar cada vez mais em chats como o do Terra para conhecer pessoas novas e adicionar na minha lista de contatos. Foi quando tudo aconteceu...
Conheci uma menina de Minas Gerais que de primeira me impressionou pela conexão de idéias e pensamentos que tinha comigo. Tudo fechava: experiências amorosas, familiares, profissionais, religiosas... tudo. E além do que... ela era (é) linda de morrer... tão linda que chegava a doer... me apaixonei facinho-facinho. Não podia ser diferente naquela idade onde as coisas do amor significavam mais e externar sentimentos era extremamente usual.
Embora eu tivesse namorada, e amasse esta namorada louco-desesperadamente, eu estava prontinho para largar tudo e viver um novo amor, uma nova paixão.
Só que os empecilhos foram aparecendo... a distancia era muita... ambos tínhamos uma vida dependente de outros fatores, como trabalho, estudo, família... a coisa foi esfriando aos poucos, o tempo foi passando e algumas evidências foram aparecendo. Importante deixar claro que fomos extremamente sinceros um com o outro.
Percebemos que nenhum de nós abriria mão da segurança que tinha em sua terra natal, no seio da família. Percebemos também que havia muita coisa em jogo, e que talvez não valesse o esforço. Talvez não, mas talvez sim.

A pergunta que faço é: Teria valido a pena...? Se fosse você, teria largado tudo para viver esta paixão...?

Eu não larguei. Ironia do destino ou não, este caminho que escolhi se mostrou diferente do que eu tinha vislumbrado. Não demorou muito meu relacionamento degringolou... e acabou de maneira dolorosa. Minha vida segura ganhou o tempero de questionamentos martelantes que me assombram, e qualquer outra pessoa que conheci ao passar dos tempos... nenhuma me fez sentir tão bem quanto a mineirinha. Nenhuma me fez os olhos brilharem tanto.
Hoje sei que ela está bem, se formando, crescendo, trabalhando muito... e se relacionando (amando) com outra pessoa que vive na mesma cidade que ela. Está feliz... e pelo jeito a sua escolha em não investir em mim deu certo.

Mas será que se tivesse escolhido largar tudo e ido para Minas Gerais, seria tudo tão bom e especial como parecia que seria...?

Talvez não. Não sei. Não dá pra saber. Só supor.

Mais uma dúvida que terei que conviver. Mais uma suposição que ficou assim...

... só como suposição mesmo...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Naturezas humanas... tanto masculinas como femininas

Você meu querido leitor, já deve ter percebido que existe uma frase logo abaixo do título deste blog: “Tudo sobre qualquer coisa... ou qualquer coisa sobre tudo...”
Levando isto em consideração, reitero o fato de que o mesmo contém textos escritos sobre qualquer assunto, nos mínimos detalhes ou não.
Como sou o dono e o único escritor que existe por aqui, me dou este direito e esta liberdade (felicidade).
Portanto, sem precisar me justificar a ninguém mais, vamos ao assunto de hoje:

Flatulências.

Isso ai, flatulências. Peidos. Bufas. Sugiro ao querido leitor, que se você não gosta de rir sobre este tipo de assunto, pare nesta linha. Não há problema algum em fazer isso, uns tem estomago mais forte que os outros, é compreensível. Agora, se queres dar risadas garantidas, continue.

Já escrevi sobre peidos ano passado, explicando algumas coisas que as pessoas me perguntam geralmente em mesas de bar ou em algum churrasco entre amigos. Retomo este tema então, já que diferentes pessoas me fizeram diferentes perguntas sobre o mesmo assunto (não sei por que, mas... será que tenho cara ou jeito de ser especialista no assunto? Ou será que as pessoas me fazem perguntas esdrúxulas justamente porque sabem que vou colocar as respostas por aqui...? Vou preferir acreditar na segunda alternativa).
Mas vamos ao que interessa... não aos flatos, mas sim as perguntas e as respostas:

Pergunta: Porque os peidos fazem barulho?
Resposta: Os sons que nos assuntam tanto quando ouvimos são produzidos pela vibração da abertura anal que temos. O volume deste som característico depende da velocidade da expulsão do gás e do quanto a abertura dos músculos que formam o esfíncter anal for estreita.
Comentário do escritor: Abertura anal estreita... Hum. Garanto que tem gente que vai passar a forçar para peidar alto a partir de agora... Se a altura do barulho depende do quanto o fiofó é apertadinho, entende-se que quanto mais baixo tu peidas... mais “alargueada” é a abertura, correto...? Pois é. Só digo o seguinte: tem gente que por razões particulares... peida como se estivesse bocejando...
Conselho do escritor: Se você for um destes que falei, e queres esconder as tuas particularidades... tentes fazer barulho com a boca imitando um peido bem no momento que fores expelir os teus gases. No máximo vão achar que tu tens algum problema de sociabilidade... ou que não cresceste ainda...

Pergunta: É verdade que algumas pessoas nunca peidam?
Resposta: Não é. Todos os seres vivos peidam... e alguns mortos também. Sério mesmo, alguns humanos continuam expelindo gases intestinais mesmo depois de mortos. Mas é possível segurá-los quando estamos vivos... e acordados. O que acontece neste caso é que os gases vão acabar sendo expelidos de maneira contínua quando relaxamos, ou seja, dormimos.
Comentário do escritor: Eu sabia!!! Mentirada descarada desta mulherada que vive dizendo que não peida. Claro que peida! Peida dormindo pomba... mas peida. Gente, vamos analisar: mulher também come feijão, ovo, rabanete, toma cerveja, refri... e tem sistema digestivo igualzinho ao nosso, ou seja, igual ao dos homens. Você não acreditava que o funcionamento do delas era diferente do seu... acreditava...? Ou pior: Você não acreditava na sua namorada quando ela dizia que nunca peidava e que isso é coisa só de homem porco... acreditava...?
Conselho do escritor: Procure não imaginar que as mulheres bonitas fazem isso. O tesão vai pras cucuias. Procure também não imaginar que aquela sua amiga/colega/conhecida com quem tu estas flertando faz isso. Mantenha a imagem imaculada, pois a coisa simplesmente perde o encanto. Ah, já ia me esquecendo: de maneira nenhuma pergunte o porquê que elas sempre estão com dor de barriga... é porque elas seguram, ou seja, elas não passam o dia inteiro peidando como nós... a compressão na barriga se forma... e ela dói. E como dói. Ah, só mais uma coisa: nunca, jamais... diga para uma mulher que ela é peidorreira. Elas vão negar até a morte, e além disso vão ficar putas-da-cara contigo...

Pergunta: Se for assim, porque as mulheres não assumem que peidam?
Resposta: Cultura, criação e educação. Mulheres foram ensinadas a acreditar que uma dama não deve peidar (apesar de peidarem o dia todo... ou a noite toda), e estão certíssimas nisso. As mulheres, que quase sempre são cheirosas, vaidosas, lindas, macias e totalmente confortáveis no abraçar, tocar, beijar... realmente não devem fazer isto.
Comentário do escritor: Não devem, mas fazem!!! Hahahahaha!!! O que nós homens temos que aprender é como elas fazem pra esconder os peidos tão bem, sim, porque em algum lugar elas têm que peidar né, seja sozinha na sala, seja caminhando na rua, seja disfarçadamente dentro do carro. Se bem que a pergunta poderia ter sido diferente: Porque algumas mulheres escondem o fato de peidar? Sim, porque digo que a maioria já deve ter peidado na frente das amigas pelo menos, ou talvez na frente dos amigos... dos namorados... até de pai e mãe se facilitar.
Conselho do escritor: Se estiveres em uma reunião de amigos, onde sua namorada/esposa/ficante/rolo estiver junto, e derrepente um cheiro estranho subir a mesa... assuma a autoria do crime sem pestanejar, mesmo que não seja você o autor. É melhor que tu peide (tu és homem cara... já é até esperado que tu faças isso...) do que ela, toda jeitosinha, feminina, delicada...

... leve a culpa da bufa podre que cheira tão mal...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

85-94

Nasci em 31 de julho de 1981, e acredito que como a maioria das pessoas que me lêem agora, as minhas memórias de infância foram formadas no final da década de 80 e no início da década de 90.
Infância significava outra coisa naquela época. Criança era bem mais criança, adolescência durava só até os 18 anos e o adulto se tornava adulto bem mais cedo. Mas o post não é sobre isto...
Recordo-me que eu e meu irmão (que tem dois anos a mais do que eu) brigávamos tanto, mas tanto, que minha mãe para não se estressar em casa com os dois pestes se batendo o dia inteiro colocava um na escola pela manhã, e outro pela tarde. Eu geralmente era o que estudava pela manhã, portanto, restava-me a tarde para assistir meus desenhos favoritos e brincar na praça que havia em frente a minha casa.
Eu gostava muito de assistir aos programas infantis do SBT, principalmente os do Sérgio Mallandro, pois era fã da Porta dos Desesperados, do Goleiro Mallandrovski, do Dennis o Pimentinha e do Super Mouse.
Gostava também de assistir a Mara Maravilha, até porque era no programa dela que passava o Pica-Pau, Punky a Levada da Breca, Pernalonga, Capitão Planeta, Tom e Jerry, o Fantástico Mundo de Bobby, os Jetsons, Johnny Quest, Cavalo de Fogo, Popeye, os Muppets Babies e os Ducktales, entre tantos outros que não me recordo agora. Na Manchete passava a única coisa que eu assistia daquela emissora: Os Cavaleiros do Zodíaco.
Lembro de muitas novelas também, e as que mais me marcaram foram A Gata Comeu com a Christiane Torloni vestindo cobertores, Roque Santeiro com o Sinhozinho Malta balançando o pulso, Mandala com a música “como uma deussssaaaaaaaa...”, Vale Tudo com a Gal cantando “Brasil... mostra a tua cara...”, Que Rei sou Eu? com a Giulia Gam tri-lindona, Tieta com a Beth Faria de loba fatal, e a que eu mais gostei: Top Model. Digam o que quiserem, mas até hoje gosto da versão tupiniquim de “Hey Jude” que o Kiko Zambianchi gravou para a trilha, e o que mais achava engraçado nesta novela eram os nomes dos filhos do surfista Gaspar: Elvis, Ringo, Jane, Olívia e Lennon.
Dos seriados me recordo apenas do Armação Ilimitada nos finais de tarde, dos Trapalhões dos sábados a noite após a missa, da Super Máquina, da Família Dinossauro e do Esquadrão Classe-A.
A televisão era minha maior diversão, mas eu não era uma criança introspectiva, muito pelo contrário, passava a maior parte da tarde na rua com outras crianças.
Aprendi a pedalar em uma Caloi-Berlineta vermelha que na linha de sucessão natural de filhos de uma família humilde, passou da minha irmã mais velha (a dona original) pro meu irmão do meio e por último para mim, que sou o caçula. O engraçado dela era que eu a enchia de adesivos, qualquer um que ganhasse eu colocava no quadro, inclusive um que me deram da campanha eleitoral do Collor de 1989... a bicicleta acabou apelidada de “Collor-Móvel”, e logo após teve de ser limpa para que eu não fosse xingado ou linchado na rua... e nem sabia o porque... só porque eu adorava aquele adesivo com os dois “éles” em verde-amarelo...
O meu ídolo supremo de infância era o Ayrton Senna... não pelo fato dele ser um puta vencedor, mas sim porque em uma época em que a maioria das pessoas não tinham orgulho de ser brasileiro, ele desfilava pelas pistas do mundo inteiro com uma bandeira verde-amarela em punho nos momentos de vitória.
Nos gramados, eu vi duas copas fracassadas até chegarmos ao título mundial feioso de 1994. Lembro-me muito do Romário e do Bebeto fazendo gols, do Marcio Santos que era aqui de Esteio e do meu pai xingando o Parreira de burro teimoso.
Na música, me recordo do sucesso do Dominó e do Polegar, da Lambada da Kaoma e do Beto Barbosa (cheguei até a me apresentar no colégio dançando) do estouro do Sertanejo através do Leandro e Leonardo e do Zezé de Camargo e Luciano, e da Axé-Music com a Daniela Mercury e o Silvio Caldas. Depois veio o Metallica, o Guns n’Roses e por fim... o monopólio do Nirvana e o suicidio do Kurt Cobain.
A minha infância acabou muito tarde para os padrões de hoje. Não me recordo muito bem qual foi o momento em que deixei de ser criança e passei a ser um adolescente... tudo era muito confuso na época e, como todo menino entre 8 e 14 anos, fiz muita besteira, senti muita insegurança, e tomei muito esporro que na época achava injusto.

À medida que fui crescendo, as brincadeiras foram tornando-se diferentes... as meninas foram aparecendo... as festinhas de garagem acontecendo...

E ai os interesses subitamente mudaram...