terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Certezas do ano que vem...


Esta é minha última semana de trabalho do ano, pois o recesso do judiciário que se inicia agora dia 19 de dezembro perdurará até o dia 06 de janeiro. O judiciário pára e eu também paro por conseqüência.
A partir de sexta-feira vou viver de céu, sol, mar e uma geladinha de vez em quando.
Há alguns anos tenho passado meus veraneios em Meia-Praia (SC), e sinceramente gosto muito de lá. Apesar de não conhecer muito as praias brasileiras, apenas Salvador e Porto Seguro, confio muito na palavra de uma pessoa que me disse o seguinte: “não há qualquer litoral no Brasil que supere o de Santa Catarina”. Pela falta de opinião formada, me é conveniente concordar.
Geralmente quando vou para a praia, não sou muito de fazer noite não. Gosto mais de descansar, ler o meu livrinho sossegado, tomar minha cervejinha, não ter hora para levantar, comer... não gosto de ter compromissos sociais ou ter que me ajeitar para qualquer coisa. Passo o ano inteiro de terno e gravata, de sapato fechado, organizando eventos para os finais de semana... não gosto de fazer algo ao menos parecido durante a minha folga, pela noite dou no máximo uma voltinha no centro para comprar uns badulaques geralmente inúteis. Balada nunca. Isso para mim não é distração.
Assim como os músculos de um halterofilista, o nosso cérebro também depende de descanso para “crescer”. É claro, óbvio e amplamente comprovado pelos estudiosos do assunto. O descanso é salutar, as férias são benéficas e o ócio temporário é extremamente necessário. O meu este ano demorou a chegar.
Preciso pensar em muita coisa, necessito colocar algumas idéias no lugar, mas com calma, com todo o tempo do mundo. Está chegando o momento de tomar algumas decisões necessárias para direcionar melhor a minha vida, e a hora é extremamente conveniente (resoluções de ano-novo).
Vou iniciar este próximo ano descansado e me esforçando para que o mesmo seja melhor que 2008, que já foi ótimo. Vou continuar com aquela premissa de aprender mais a cada dia que passa, mas respeitando um ritmo necessário para que a cabeça não venha a fundir.

No final do ano que vem retornarei a este assunto, mas além da certeza de estar um ano mais velho, também tenho a certeza de que até lá vou sofrer menos, vou saber mais, vou conhecer mais, vou ter mais, vou ganhar mais, vou confiar mais, vou ser mais seguro e mais experiente. Portanto, serei melhor do que agora.

E aí chego a minha principal resolução de ano novo:

Ser melhor.

Eu serei, e você...?

sábado, 13 de dezembro de 2008

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O nosso paraíso...

Ontem cheguei em casa já um pouco tarde e me deitei para assistir televisão, enquanto o sono não vinha.
No Telecine Premium estava passando um filme que eu ainda não havia assistido. O nome é “Entre o Céu e o Inferno”, lançado em 2006, que tem Samuel L. Jackson (Lazarus), Christina Ricci (Rae), Justin Timberlake (Ronnie) e John Cothran Jr. (Rev. R.L.) no elenco.
Rae é uma menina que foi abusada sexualmente na infância, e que na vida adulta se tornou viciada e ninfomaníaca ao extremo, a ponto de não poder ver um homem que já enrosca a perna envolta. Lazarus é um bluseiro que acabou de ser abandonado pela esposa, e que busca na religião a superação da dor que sente. Ambos se aproximam em uma amizade tocante durante o filme, envoltos em situações que beiram o descontrole.
Em determinado momento, logo após Rae (que estava acorrentada) ter se despido e literalmente atacado sexualmente um menino (óbvio que o menino aproveitou), Lazarus pede para que Reverendo R.L. converse com ela sobre o assunto. Durante a conversa, o Reverendo faz a seguinte pergunta:

- “Rae, qual é o seu paraíso...?"

Confesso que esta pergunta foi o elemento cerne da minha noite. Algo tão conflituoso que até agora, cedo pela manhã, está me fundindo os neurônios.
Tentei respondê-la. Mas a resposta é dificílima.
Vale qualquer coisa? Sejam lugares, pessoas, emoções, situações, companhias, poderes, conquistas financeiras...?
Não quero ser chato, mas no meu caso isto envolveria uma enorme série de fatores e acontecimentos do passado, que com toda certeza não seriam de possível realização. Muita coisa não poderia ter acontecido, muita coisa não poderia acontecer mais, muita gente teria que mudar e muitas coisas deveriam se realizar. Mas vamos além.
Se pudéssemos escolher o que seria esta situação utópica que nos representasse a paz de espírito e a felicidade eterna, será que conseguiríamos? ...será...?
Acredito que não.
Será que realmente o paraíso seria tão atraente? Já que a posse é o túmulo do desejo, será que a felicidade eterna realmente nos seria eternamente satisfatória...? Talvez saibamos a resposta, talvez não. Talvez a admitamos, talvez não. Talvez busquemos motivos para não admitir, talvez não.

Talvez o paraíso exista em forma de auto-redenção, talvez não...

Prefiro passar a bola e deixar-te pensar um pouco:

Para ti, qual seria o teu paraíso...?

A resposta de Rae para a questão era Ronnie... seu namorado militar que ela traía com outros homens todos os dias...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Dois anos de Saudades...

Percebi só agora que este blog já completou dois anos. Fiquei feliz até.
Resolvi ler algumas linhas que escrevi no passado, e esta experiência se mostrou ao menos... curiosa.
Alguns textos sinceramente me causaram embaraço, pois encontrei lixos enormes por aqui. Se fosse hoje, teria vergonha de publicar ou mostrar tais coisas para qualquer pessoa. A qualidade realmente andou (e por vezes ainda anda) baixa em determinados momentos, peço perdão por isto meus queridos. O fato de constatar que o que escrevi no passado é de má qualidade representa uma evolução, portanto, peço também paciência quando decepciono na qualidade dos assuntos abordados ou na maneira que trato a língua portuguesa.
Constatei também que mudanças ocorreram na maneira de pensar sobre certas coisas.
Os primeiros textos refletem o quanto um rompimento causa traumas, depois apareceu um período onde procurei sanar estes problemas no seio de várias mulheres, e o aprendizado foi considerável no que tange a isto. Logo após veio a fase onde a terapia influenciava quase tudo o que escrevia, e só agora percebi que fui infeliz na abordagem que utilizei, por um único motivo óbvio: Não sou terapeuta. Não devia ter me aventurado na época...
Apenas dois assuntos continuaram tendo abordagens iguais e de qualidade razoável: O verdadeiro câncer que é a rivalidade da dupla Grenal e o quanto considero o Orkut nocivo.
Mas uma coisa eu tenho de dar o braço a torcer. O blog se iniciou com a pretensão de ser um espaço onde eu colocaria a vida, os problemas, as mudanças e as incertezas de uma pessoa que tem aproximadamente 25 anos, uma época que todos sabem, representa uma das mais novas crises relacionadas à idade: a do jovem adulto. Hoje ainda, às vezes até inconscientemente, continuo seguindo esta linha, continuo deixando claro para as pessoas que ter “vinte-alto” é um período complicado, onde estamos pisando em ovos para que algumas coisas erradas não entrem em nossa cabeça e se tornem definitivas. Nisto acho que consigo ser ao menos competente, e considero que as minhas pretensões iniciais estão sendo alcançadas.
Hoje tenho 27 anos e não sou mais tão novo. Não posso mais ter aquela vida que tinha há 5 anos atrás. As pressões são grandes neste momento e acompanham em paralelo os desejos de vencer na profissão, no dinheiro, no amor... na vida.
Procuro de maneira prática, abordando assuntos ou acontecimentos específicos, passar estas mensagens através destes textos que tem extensão de uma página do Word e que sempre acabam com espaçamento duplo entre os parágrafos finais. De vez em quando eles abordam coisas engraçadas, escatológicas até, e são escritos na pretensão de demonstrar que o bom-humor, a leveza e a risada são aspectos extremamente necessários neste período da vida onde na maior parte do tempo temos de demonstrar uma seriedade maior do que a que realmente temos.

E é ai que está o grande momento, a grande realização, o grande achado.

Para não estourar, em algum lugar temos de ser o que somos. E aqui eu sou.

O Saudades é minha casa. O Saudades é o meu lar...

sábado, 6 de dezembro de 2008

"Serás" incessantes...

Certa feita, eu namorava uma menina que morava na mesma cidade que eu, aqui perto de casa. Eu gostava muito dela, mas o relacionamento era deveras complicado e nocivo porque havia uma diferença de idade no meio. Nesta época já estávamos juntos há alguns anos, e a seriedade de minha parte já estava começando a significar repressão paterna.
O que tenho para contar para vocês é que neste período do relacionamento, descobri o MSN. Até então não tinha acesso diário a internet, havia apenas tido acesso quando mais novo, conhecia o ICQ e o VIA-RS, mas o MSN eu nunca tinha experimentado.
Quando experimentei, viciei. Simples assim, como um vício qualquer. Comecei a entrar cada vez mais em chats como o do Terra para conhecer pessoas novas e adicionar na minha lista de contatos. Foi quando tudo aconteceu...
Conheci uma menina de Minas Gerais que de primeira me impressionou pela conexão de idéias e pensamentos que tinha comigo. Tudo fechava: experiências amorosas, familiares, profissionais, religiosas... tudo. E além do que... ela era (é) linda de morrer... tão linda que chegava a doer... me apaixonei facinho-facinho. Não podia ser diferente naquela idade onde as coisas do amor significavam mais e externar sentimentos era extremamente usual.
Embora eu tivesse namorada, e amasse esta namorada louco-desesperadamente, eu estava prontinho para largar tudo e viver um novo amor, uma nova paixão.
Só que os empecilhos foram aparecendo... a distancia era muita... ambos tínhamos uma vida dependente de outros fatores, como trabalho, estudo, família... a coisa foi esfriando aos poucos, o tempo foi passando e algumas evidências foram aparecendo. Importante deixar claro que fomos extremamente sinceros um com o outro.
Percebemos que nenhum de nós abriria mão da segurança que tinha em sua terra natal, no seio da família. Percebemos também que havia muita coisa em jogo, e que talvez não valesse o esforço. Talvez não, mas talvez sim.

A pergunta que faço é: Teria valido a pena...? Se fosse você, teria largado tudo para viver esta paixão...?

Eu não larguei. Ironia do destino ou não, este caminho que escolhi se mostrou diferente do que eu tinha vislumbrado. Não demorou muito meu relacionamento degringolou... e acabou de maneira dolorosa. Minha vida segura ganhou o tempero de questionamentos martelantes que me assombram, e qualquer outra pessoa que conheci ao passar dos tempos... nenhuma me fez sentir tão bem quanto a mineirinha. Nenhuma me fez os olhos brilharem tanto.
Hoje sei que ela está bem, se formando, crescendo, trabalhando muito... e se relacionando (amando) com outra pessoa que vive na mesma cidade que ela. Está feliz... e pelo jeito a sua escolha em não investir em mim deu certo.

Mas será que se tivesse escolhido largar tudo e ido para Minas Gerais, seria tudo tão bom e especial como parecia que seria...?

Talvez não. Não sei. Não dá pra saber. Só supor.

Mais uma dúvida que terei que conviver. Mais uma suposição que ficou assim...

... só como suposição mesmo...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Naturezas humanas... tanto masculinas como femininas

Você meu querido leitor, já deve ter percebido que existe uma frase logo abaixo do título deste blog: “Tudo sobre qualquer coisa... ou qualquer coisa sobre tudo...”
Levando isto em consideração, reitero o fato de que o mesmo contém textos escritos sobre qualquer assunto, nos mínimos detalhes ou não.
Como sou o dono e o único escritor que existe por aqui, me dou este direito e esta liberdade (felicidade).
Portanto, sem precisar me justificar a ninguém mais, vamos ao assunto de hoje:

Flatulências.

Isso ai, flatulências. Peidos. Bufas. Sugiro ao querido leitor, que se você não gosta de rir sobre este tipo de assunto, pare nesta linha. Não há problema algum em fazer isso, uns tem estomago mais forte que os outros, é compreensível. Agora, se queres dar risadas garantidas, continue.

Já escrevi sobre peidos ano passado, explicando algumas coisas que as pessoas me perguntam geralmente em mesas de bar ou em algum churrasco entre amigos. Retomo este tema então, já que diferentes pessoas me fizeram diferentes perguntas sobre o mesmo assunto (não sei por que, mas... será que tenho cara ou jeito de ser especialista no assunto? Ou será que as pessoas me fazem perguntas esdrúxulas justamente porque sabem que vou colocar as respostas por aqui...? Vou preferir acreditar na segunda alternativa).
Mas vamos ao que interessa... não aos flatos, mas sim as perguntas e as respostas:

Pergunta: Porque os peidos fazem barulho?
Resposta: Os sons que nos assuntam tanto quando ouvimos são produzidos pela vibração da abertura anal que temos. O volume deste som característico depende da velocidade da expulsão do gás e do quanto a abertura dos músculos que formam o esfíncter anal for estreita.
Comentário do escritor: Abertura anal estreita... Hum. Garanto que tem gente que vai passar a forçar para peidar alto a partir de agora... Se a altura do barulho depende do quanto o fiofó é apertadinho, entende-se que quanto mais baixo tu peidas... mais “alargueada” é a abertura, correto...? Pois é. Só digo o seguinte: tem gente que por razões particulares... peida como se estivesse bocejando...
Conselho do escritor: Se você for um destes que falei, e queres esconder as tuas particularidades... tentes fazer barulho com a boca imitando um peido bem no momento que fores expelir os teus gases. No máximo vão achar que tu tens algum problema de sociabilidade... ou que não cresceste ainda...

Pergunta: É verdade que algumas pessoas nunca peidam?
Resposta: Não é. Todos os seres vivos peidam... e alguns mortos também. Sério mesmo, alguns humanos continuam expelindo gases intestinais mesmo depois de mortos. Mas é possível segurá-los quando estamos vivos... e acordados. O que acontece neste caso é que os gases vão acabar sendo expelidos de maneira contínua quando relaxamos, ou seja, dormimos.
Comentário do escritor: Eu sabia!!! Mentirada descarada desta mulherada que vive dizendo que não peida. Claro que peida! Peida dormindo pomba... mas peida. Gente, vamos analisar: mulher também come feijão, ovo, rabanete, toma cerveja, refri... e tem sistema digestivo igualzinho ao nosso, ou seja, igual ao dos homens. Você não acreditava que o funcionamento do delas era diferente do seu... acreditava...? Ou pior: Você não acreditava na sua namorada quando ela dizia que nunca peidava e que isso é coisa só de homem porco... acreditava...?
Conselho do escritor: Procure não imaginar que as mulheres bonitas fazem isso. O tesão vai pras cucuias. Procure também não imaginar que aquela sua amiga/colega/conhecida com quem tu estas flertando faz isso. Mantenha a imagem imaculada, pois a coisa simplesmente perde o encanto. Ah, já ia me esquecendo: de maneira nenhuma pergunte o porquê que elas sempre estão com dor de barriga... é porque elas seguram, ou seja, elas não passam o dia inteiro peidando como nós... a compressão na barriga se forma... e ela dói. E como dói. Ah, só mais uma coisa: nunca, jamais... diga para uma mulher que ela é peidorreira. Elas vão negar até a morte, e além disso vão ficar putas-da-cara contigo...

Pergunta: Se for assim, porque as mulheres não assumem que peidam?
Resposta: Cultura, criação e educação. Mulheres foram ensinadas a acreditar que uma dama não deve peidar (apesar de peidarem o dia todo... ou a noite toda), e estão certíssimas nisso. As mulheres, que quase sempre são cheirosas, vaidosas, lindas, macias e totalmente confortáveis no abraçar, tocar, beijar... realmente não devem fazer isto.
Comentário do escritor: Não devem, mas fazem!!! Hahahahaha!!! O que nós homens temos que aprender é como elas fazem pra esconder os peidos tão bem, sim, porque em algum lugar elas têm que peidar né, seja sozinha na sala, seja caminhando na rua, seja disfarçadamente dentro do carro. Se bem que a pergunta poderia ter sido diferente: Porque algumas mulheres escondem o fato de peidar? Sim, porque digo que a maioria já deve ter peidado na frente das amigas pelo menos, ou talvez na frente dos amigos... dos namorados... até de pai e mãe se facilitar.
Conselho do escritor: Se estiveres em uma reunião de amigos, onde sua namorada/esposa/ficante/rolo estiver junto, e derrepente um cheiro estranho subir a mesa... assuma a autoria do crime sem pestanejar, mesmo que não seja você o autor. É melhor que tu peide (tu és homem cara... já é até esperado que tu faças isso...) do que ela, toda jeitosinha, feminina, delicada...

... leve a culpa da bufa podre que cheira tão mal...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

85-94

Nasci em 31 de julho de 1981, e acredito que como a maioria das pessoas que me lêem agora, as minhas memórias de infância foram formadas no final da década de 80 e no início da década de 90.
Infância significava outra coisa naquela época. Criança era bem mais criança, adolescência durava só até os 18 anos e o adulto se tornava adulto bem mais cedo. Mas o post não é sobre isto...
Recordo-me que eu e meu irmão (que tem dois anos a mais do que eu) brigávamos tanto, mas tanto, que minha mãe para não se estressar em casa com os dois pestes se batendo o dia inteiro colocava um na escola pela manhã, e outro pela tarde. Eu geralmente era o que estudava pela manhã, portanto, restava-me a tarde para assistir meus desenhos favoritos e brincar na praça que havia em frente a minha casa.
Eu gostava muito de assistir aos programas infantis do SBT, principalmente os do Sérgio Mallandro, pois era fã da Porta dos Desesperados, do Goleiro Mallandrovski, do Dennis o Pimentinha e do Super Mouse.
Gostava também de assistir a Mara Maravilha, até porque era no programa dela que passava o Pica-Pau, Punky a Levada da Breca, Pernalonga, Capitão Planeta, Tom e Jerry, o Fantástico Mundo de Bobby, os Jetsons, Johnny Quest, Cavalo de Fogo, Popeye, os Muppets Babies e os Ducktales, entre tantos outros que não me recordo agora. Na Manchete passava a única coisa que eu assistia daquela emissora: Os Cavaleiros do Zodíaco.
Lembro de muitas novelas também, e as que mais me marcaram foram A Gata Comeu com a Christiane Torloni vestindo cobertores, Roque Santeiro com o Sinhozinho Malta balançando o pulso, Mandala com a música “como uma deussssaaaaaaaa...”, Vale Tudo com a Gal cantando “Brasil... mostra a tua cara...”, Que Rei sou Eu? com a Giulia Gam tri-lindona, Tieta com a Beth Faria de loba fatal, e a que eu mais gostei: Top Model. Digam o que quiserem, mas até hoje gosto da versão tupiniquim de “Hey Jude” que o Kiko Zambianchi gravou para a trilha, e o que mais achava engraçado nesta novela eram os nomes dos filhos do surfista Gaspar: Elvis, Ringo, Jane, Olívia e Lennon.
Dos seriados me recordo apenas do Armação Ilimitada nos finais de tarde, dos Trapalhões dos sábados a noite após a missa, da Super Máquina, da Família Dinossauro e do Esquadrão Classe-A.
A televisão era minha maior diversão, mas eu não era uma criança introspectiva, muito pelo contrário, passava a maior parte da tarde na rua com outras crianças.
Aprendi a pedalar em uma Caloi-Berlineta vermelha que na linha de sucessão natural de filhos de uma família humilde, passou da minha irmã mais velha (a dona original) pro meu irmão do meio e por último para mim, que sou o caçula. O engraçado dela era que eu a enchia de adesivos, qualquer um que ganhasse eu colocava no quadro, inclusive um que me deram da campanha eleitoral do Collor de 1989... a bicicleta acabou apelidada de “Collor-Móvel”, e logo após teve de ser limpa para que eu não fosse xingado ou linchado na rua... e nem sabia o porque... só porque eu adorava aquele adesivo com os dois “éles” em verde-amarelo...
O meu ídolo supremo de infância era o Ayrton Senna... não pelo fato dele ser um puta vencedor, mas sim porque em uma época em que a maioria das pessoas não tinham orgulho de ser brasileiro, ele desfilava pelas pistas do mundo inteiro com uma bandeira verde-amarela em punho nos momentos de vitória.
Nos gramados, eu vi duas copas fracassadas até chegarmos ao título mundial feioso de 1994. Lembro-me muito do Romário e do Bebeto fazendo gols, do Marcio Santos que era aqui de Esteio e do meu pai xingando o Parreira de burro teimoso.
Na música, me recordo do sucesso do Dominó e do Polegar, da Lambada da Kaoma e do Beto Barbosa (cheguei até a me apresentar no colégio dançando) do estouro do Sertanejo através do Leandro e Leonardo e do Zezé de Camargo e Luciano, e da Axé-Music com a Daniela Mercury e o Silvio Caldas. Depois veio o Metallica, o Guns n’Roses e por fim... o monopólio do Nirvana e o suicidio do Kurt Cobain.
A minha infância acabou muito tarde para os padrões de hoje. Não me recordo muito bem qual foi o momento em que deixei de ser criança e passei a ser um adolescente... tudo era muito confuso na época e, como todo menino entre 8 e 14 anos, fiz muita besteira, senti muita insegurança, e tomei muito esporro que na época achava injusto.

À medida que fui crescendo, as brincadeiras foram tornando-se diferentes... as meninas foram aparecendo... as festinhas de garagem acontecendo...

E ai os interesses subitamente mudaram...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Brega ou Chique...?

Ontem vi um casal de namorados discutindo, e enquanto ele argumentava algo desesperadamente, ela o chamou de brega. Cabeça de furacão como sou, estive o dia inteiro pensando no que era “ser brega”, não para ela ou para ele, mas sim para mim.
O termo Brega sempre me significou exagero, até pela gozação com que ele é utilizado. Se bem que na verdade, segundo a sabedoria popular, esse é o aspecto principal de ser brega, ser exagerado.
Tenho um amigo que até hoje usa bermudas laranja fosforescente e mocasins com meia. Usa porque gosta e porque realmente não entende patavina de moda e etiqueta. Considera-se um ignorante no que tange a isto e admite a própria breguice.
No início do meu primeiro curso de graduação, tive uma professora de matemática financeira que era a cara (e o cabelo) do Walter Mercado, usava também os casacos dos ternos azuis do Didi mesclados com as camisas e calças do Agostinho Carrara. Sempre muito carregada na maquiagem, gostava de falar muito alto e seu jeito exagerado de ser era motivo para seguidas gozações e constrangimentos coletivos. Ficava meio óbvio que em questões de moda, estilo, aparência física ou maneira de pensar ela havia parado lá pelo início da década de 80... evidenciando outro aspecto indiscutível de ser brega: estar ultrapassado.
Unimos as três características citadas e temos uma pergunta-problema: Seria realmente uma infelicidade ser ignorante, exagerado e ultrapassado, ou seja, um brega?
Pense na infinidade de vezes que todos nós já fomos bregas no que tange a nossos relacionamentos, por exemplo. Quantas vezes agimos exageradamente apaixonados, fazendo papel de bobos ou de palhaços, seja em momentos de pura e singela homenagem a pessoa que se ama (eu já estive dentro de uma embalagem de presente para uma namorada na adolescência...) ou de desespero total (O Paulo já ligou 172 vezes durante a madrugada para o celular desligado de uma ex...). Ser brega não é só escutar Reginaldo Rossi ou usar meia branca com sapato e terno preto... é exagerar sendo inseguro, anulando-se, desesperando-se, é perder o controle em situações em que ele seria de extrema valia. É deixar com que as emoções tomem conta de maneira exagerada. Ser brega é deixar que outros te humilhem, ou se humilhar e aceitar isto como se natural fosse.
Em se tratando de sofrimento, hoje a jóia da coroa é ser auto-controlado, educado, discreto, seguro e suficiente para si mesmo. Esses tipos de pessoa todos consideram elegantes e de grande postura, seres exemplares da espécie humana que merecem seguidores. Transpiram confiança e fortaleza, e nunca deixarão que outros os humilhem ou os subjuguem. Esses são chiques.
Mas isto não representa a felicidade... ao contrário.
Quem é muito seguro e auto-suficiente não consegue dar valor para a pessoa que esta ao seu lado. Não consegue nem ao menos se apaixonar ou amar alguém. Moral? Vai ficar sozinho. E não me venha com aquela estória de que eles mesmos se bastam... até porque se há um consenso é o de que ninguém consegue viver sem amar.
Voltando aos bregas, eles vem na contramão disto, são aqueles que simplesmente nunca provaram da tal segurança nestes níveis. Pra eles governar pensamentos, emoções, tristezas e amores é algo inatingível e impossível. A sua felicidade depende dos outros, por isto vivem eternamente na estrada entre o sorriso e as lagrimas, o bom e o mau-humor, a alegria e a tristeza, a saúde e a doença, a segurança e o desespero, o amor e o desamor. Do 8 ao 80 rapidinho.
Por óbvio isto também não é a felicidade...

Todos estes bregas são exagerados, ignorantes no controle de suas vidas e ultrapassados nas suas atitudes. É bem verdade que existirão momentos bons, mas existirão momentos péssimos também. Viverão a vida inteira pisando em terrenos desconhecidos, e serão infelizes eternos.
Os outros que são chiques, seguros, ponderados, controlados e donos de seus próprios destinos, não terão momentos péssimos em suas vidas e nunca mais sofrerão de maneira desesperada, até por que nunca deixarão que isto aconteça. Mas existem preços fixados a se pagar: a solidão, o coração gelado, a falta de paixão e a rotina linear. Infelicidade duradoura novamente.

Eu já fui brega e hoje sou chique, mas no estado atual questiono veementemente o que é certo ser...

Você sabe...?

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Difícil saber...

Tá faltando alguém novo. Alguém novo e que me desperte a vontade de me dedicar.
Sensação estranha esta de estar sem perspectivas visíveis.
Tudo parece velho, tudo parece sem graça, tudo parece tão sem futuro...
Olha-se em volta, dá-se o primeiro passo, mas mesmo com toda a atração e envolvimento da carne... não dá vontade nenhuma de prosseguir quando parece que vai envolver algo mais. Tudo parece tão sem futuro... e isso me tira tanto as forças...
A vida está (apenas) legal assim. As pessoas vêm e vão, voltam e tentam, hit the road novamente e ligam após um tempo, algo rola mas nada muda... tudo parece tão sem futuro nestas horas...
O que me faz bem...? Eu sei. O que me faz mal...? Sei também. Quem me faz mal...? Todos sabem.

... E para quem e como EU farei mal...? Sei mas tento me enganar...

E é bem nessas que tomo decisões erradas nos momentos de tentar, e certas nos momentos de se decidir e desistir. É difícil saber como farei mal, mas se analisar... é fácil saber quando farei. Mas a teimosia sempre manda dar a cara à tapa, e o sangue italiano é teimoso por demais... na maioria das vezes resta a decepção de no final ter de pedir desculpas por ter tentado... e por ter se enganado achando que era a pessoa certa mas não é mais.
A paixão é algo que sempre me vinha fácil, sem forçar, e sempre se ia difícil, brigando muito para esquecer. Agora lhes digo: hoje em dia nem vem direito, e quando vem, vem dando motivos para já estar indo embora, apresentando remédios que funcionam no momento de esquecer, por vezes até apresentando alívios inesperados, totais e imediatos, fazendo-me dar boas-vindas ao fim que chega.
Envolvo-me fácil...? Existem duas respostas possíveis no momento: não porque não me apaixono pelo que se apresenta, e sim porque sempre tento me apaixonar. Sinto falta da paixão... sinto falta do amor. E o que falta é algo diferente em alguma mulher que ainda não conheço. Algo além... algo a mais...
“Vejo tantos portos, não há onde atracar”, já dizia minha musica favorita em versão Paralameada.
A pergunta derradeira: Incrédulo ao futuro...? Não... apenas passando por uma fase de adaptação, onde o mais importante é aceitar que tudo pode ser diferente do que eu sempre achei que seria o ideal...
Digamos que nos últimos tempos... o “ficar sozinho” passou a ter uma conotação mais leve... mais digerível... mais tranqüila. Os sonhos de ter uma esposa, estar junto, casar-me, ter filhos, dividir a vida e de ter o eterno brilho nos olhos (apaixonado até chegar ao túmulo) ainda existem... a um simples pensamento, mas parece que suas realizações estão à léguas de distância.
É difícil saber que o “homem ideal para apaixonar-se e casar-se (para algumas eu era, e para o resto delas ainda sou)” hoje se questiona de maneira forte se um dia chegará a isto... se um dia terá descendentes... se um dia... terá uma mulher que o chamará de seu...

Se isso realmente não acontecer...

Lá pelos 40 anos de idade vou conseguir fingir melhor que está tudo bem...

...por hora apenas tentarei saber o que é certo:

Continuar tentando ou ficar sozinho...?

sábado, 15 de novembro de 2008

Frases do MSN...

Cara... se tem coisa que realmente me chama atenção são as frases que as pessoas colocam no seu MSN...
Tem de tudo quanto é tipo, desde as pseudo-filosoficas até as de humor popular. E foram nestas últimas que eu resolvi perder meu tempo...
Passei uns tempos anotando as mais engraçadas que apareciam na minha lista de contatos, e hoje as apresento por aqui em cópia fiel (incluso com os erros de português). Mas se preparem queridos leitores, é pura baixaria e puro besteirol...
Ai vai:

- “O que as mulheres fariam se não existissem os homens...??? Domesticariam outro animal!!!”
- “ser pobre é phoda.... pobre é que nem papel higiênico, qdo não tah no rolo, tah na merda...”
- “O peixeiro matou o freguês que queria Robalo...”
- “se sexo tb se faz com os olhos, posso te dizer que agora estou te comendo!”
- “Me joga no Google, me chama de pesquisa, e diz que sou aquilo que você procura...!!”
- “Alguém já imaginou o Pinóquio fazendo 69...?”
- “Cachorro mordido por cobra tem medo de lingüiça que cai no chão”
- “Se a vida de solteiro é vazia, a de casado enche pra c.......”
- “É chato ser bonito. Mas é muito mais chato ser feio.”
- “Hj em dia até papai noel sai com um bando de viado...”
- “Pelas honras de Nicolau, vem cagar este peido na cabeça do meu p....”
- “Enviuvei e casei com a cunhada pra economizar sogra”
- “A melhor coisa do mundo é um banco bem administrado, a segunda melhor coisa do mundo é um banco mal administrado”
- “Mulher: um conjunto de curvas que servem pra levantar uma reta!!!!!”
- “peido é um telegrama que vem avisar que atrás vem merda”
- “Mulher pão.... aquela que não tem nada de especial, mas tu comes todo o dia e não vive sem...”
- “Ex namorado é que nem Mc Donalds, a gente sabe que não deve mas acaba comendo de vez em qdo”
- “60 num bar, 70 sair 100 pagar, ai mandam a policia 20 pegar”
- “Você prefere duas mulheres ou uma mulher e ¼?????”
- “Mulher de balada é como circo: só tem armação”
- “Na guerra entre as marcas de cervejas... eu sou voluntário!!!”
- “Se trabalhar fosse bom eu pagava pra fazer”
- “Tem certeza que é só o dólar que sobe no paralelo, mas vive caindo no oficial?”
- “Se um dia tu perderes o controle... levante e vá até a TV para trocar o canal”
- “Dizem que a vida é um barato... eu que sou pobre sempre acho caro...”
- “Eu me achando???? Capaz!!! Já me encontrei faz tempo!!!!”
- “Deus fez o mundo em 6 dias com ninguém perguntando se ia ficar pronto. Portanto, não me enche o saco se eu to demorando pra entregar o serviço!”
- “Galã de novela tem barriga tanquinho... grande merda. Eu tenho torneira grande...”
- “U-1000-D”
- “Sou de Alvorada e estou vivo!!!!!!!!!!!!!”
- “O amor é cego. Então o negócio é apalpar”

E a mais original de todas na minha opinião:

- “kh-100-c-hchá-é-a-riscado”

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Processo seletivo natural...

Tenho visto cada vez mais estudos que atestam que o ser humano se sente atraído pelo sexo oposto por razões que fogem do racional.
Derrepente, todos os pseudo-filósofos de plantão passaram a dizer coisas do tipo “a mulher procura o melhor macho para semeá-la (que terrível isto) pelo cheiro e pela quantidade de pelos, e os homens procuram a geradora mais saudável (mais terrível ainda) pela largura das ancas e pelo tamanho das mamas”.
Analisemos melhor: De uma hora para outra, passamos a ter a certeza de que nossas escolhas são feitas de maneira igual as dos cachorros, pelo cheiro do rabo, vocês não acham?
É como se, no caso das mulheres escolhendo seu parceiro ideal, o cheiro, a altura, a largura dos ombros, o tamanho do peito e dos braços, a grossura da voz e a quantidade de pelos indicassem quem é o cara que elas sentem vontade de transar. E no sentido contrário, o quadril largo e protuberante, os seios fartos, o “capô de fusca”, o olhar terno e carinhoso (maternal... entenderam...?), a cintura fina e os cabelos soltos indicassem quem nós homens queremos levar para a cama.
Todos nós já sabíamos disto de uma maneira ou de outra, não...?
Querem a prova real?
A vida inteira nos sentimos atraídos por estes padrões físicos e biológicos. No caso da atração feminina para com os homens, todas as características supracitadas indicam abundância de testosterona, ou seja, o tamanho da virilidade do cara. No sentido contrário do interesse também funciona assim, a abundância de estrogênio feminino indica para nós que a mulher será uma ótima reprodutora (leia-se boa de cama).
Voltando aos nossos amigos cachorros: vocês sabem o porquê que os mesmos cheiram o rabo uns dos outros? Justamente para identificar características físicas e psíquicas. Através deste cheira-cheira animal eles conseguem identificar a raça, o gênero, o estado de espírito (!), a saúde, a capacidade reprodutora e a sua propensão momentânea para copular. Indo mais a fundo, percebemos que em verdade, os cachorros que estão querendo ficar quietinhos em seus cantos, sem se relacionar com nenhum outro, sorrateiros, discretos e tímidos, enfiam seu rabo entre as pernas, escondendo assim o seu cheiro. E os que querem coisinha... o que fazem? Levantam o rabo mais alto que antena de TV na colônia...
No caso dos humanos, segundo estudos feitos com Strippers, as mesmas recebem mais dinheiro dos homens durante a sua performance (grana na calcinha) quando estão no período fértil, ovulando, ou seja, os homens percebem isto pelo cheiro imperceptível que as mesmas exalam (ou vocês acham que homem consegue perceber isto olhando? Homem não vê nem mudança de corte de cabelo gente...) e se sentem muito mais atraídos.
E o beijo, como funciona? Já pensaram nisto?
Segundo as pesquisas que fiz, o beijo é uma simples troca de saliva, ou seja, um cambio de informações intimas sobre o parceiro, pois a saliva carrega informações importantes sobre os hormônios. Sinceramente: todos nós sabemos que se o beijo não funciona bem, todo o resto vai pro saco, despenca ladeira abaixo. Logo no primeiro a gente sabe que a coisa não vai dar certo.
Concluindo, isto tudo não deixa de ser um processo seletivo baseado em impressões instintivas. Escolhemos nossos parceiros através destes critérios que são os mesmos em quase todo o reino animal.

Resta agora aprendermos com isto, não?

Lendo o esboço deste texto o Paulo me disse o seguinte: - “A partir de hoje, vou melhorar o que já faço: Além de transparecer confiança, andarei sempre levemente barbudo, com fragrâncias hiper masculinas, vou malhar para ter ombros de nadador, peito de pombo e braços de marinheiro Popeye. E serei eternamente bem sucedido entre as mulheres”.

Se o que ele está buscando é apenas “reproduzir”, podem ter certeza que sim...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Coisas em comum...

Essa vai para você que acha que determinado relacionamento não daria certo por “não haver afinidades/coisas em comum”. Leia e depois me diga se realmente os seres humanos não são todos iguais.

- Já fingiu falar ao celular para despistar alguém? Ou melhor: Você já pegou o telefone, colocou ao ouvido, e fingiu estar numa ligação apenas para parecer que você não viu uma pessoa?
- Você já soltou micro-cuspes em alguém enquanto conversava? Aqueles pequenininhos? Fingiu que não viu e ficou olhando pra ver se a pessoa também iria fingir?
- Você já percebeu alguém que não conhece abanando super alegre, e bem quando resolveste abanar também, percebeu que era para a pessoa que estava atrás de você?
Ficou com cara de tacho? O que você faz numa hora dessas...? Finge que está tocando guitarra...?
- A sua barriga já roncou de maneira pavorosa bem no momento do mais absoluto silêncio? Por acaso era na frente da sua namorada? Sogra? Chefe...?
- Já deste aquele baita passo (quase caindo) quando não percebeu que a escada havia acabado?
- Acordou um dia, olhou no relógio, jurou que ia dormir só mais alguns minutos, e quando acordou, percebeu que haviam se passado horas?
- Já levantaste uma mala vazia pensando que estava cheia? Colocou força demais?
- Já ficaste com medo só pelo fato de estar na carona de um carro com outro motorista?
- Já olhaste para o relógio e não conseguiu saber que horas eram? Ai olhou de novo e continuou sem saber?
- Já bateste com a testa em uma porta de vidro simplesmente porque não percebeu que ela existia? Era na casa de sua mãe? Era na sua casa...? Quando colocaram aquela porta ali? O pior é que ela sempre existiu e tu sabia muito bem disto?
- Já passaste um dia inteiro achando que era sexta, mas na verdade era quinta...?
- Já abriste a geladeira, e mesmo estando cheia, não encontrou nada para comer lá dentro?
- Você já foi para algum lugar de sua casa, e simplesmente não se lembrou do que tinha ido fazer lá...? Voltou para onde estava... ai lembrou?
- Tu já tentaste avisar alguém que tinha uma sujeira no rosto, e esta pessoa simplesmente nunca acertava o lugar correto?
- Já paraste uma leitura de um livro no meio, simplesmente porque não se lembrava do que tinha lido nas últimas páginas? Voltou para ler? Ai leu novamente, e seguiu com esta mesma sensação?
- Já viraste a chave para ligar o motor do carro, quando na verdade ele já estava ligado? Deu aquele barulho de arranhão...?
- Já ouviste uma gravação onde tu falavas algo, e tiveste a sensação que aquela voz simplesmente não era a tua? Era muito diferente do que tu imaginavas?
- Já se pegou falando sozinho no meio da rua? Como se estivesse conversando com outra pessoa? Até gesticulava...?
- Já tentou andar abraçado ao lado de alguém e teve de mudar o passo?
- Tentou desviar de outra pessoa que estava vindo no sentido contrário de encontro a ti, e ela desviou pro mesmo lado? Ai tu tentas desviar novamente, e ela também desvia? Ai tu tentas ficar parado, e ela também fica? Só conseguiram se desviar quando quase se pecharam?
- Seu olho já doeu muito enquanto comia sorvete? Você esperou passar a dor e comeu mais sorvete ainda...?
- Já escutou aquela história de que não dá pra espirrar de olho aberto? Já tentaste espirrar de olho aberto só porque escutou esta história...? Podes jurar que quase conseguiu?
- Dentro de algum elevador, já conversaste sobre o tempo? Perguntou: “será que vai chover”? “Viste a previsão do tempo”? Falou que não podia chover no final de semana?
- Já paraste na sinaleira e viste o cara do carro ao lado com o dedo no nariz?
- Já reclamaste do teu chefe alguma vez na vida?
- Por acaso tu tens uma enorme quantidade de roupas ou sapatos no armário, mas só usa umas três peças de cada? As que tu não usa são novas, e por isto tu não queres te desfazer?
- Já tiveste aumento de ganhos financeiros, mas incrivelmente, a sensação de estar sempre sem dinheiro não passou?
- Já tiveste a sensação de que estás esquecendo algo, parou, pensou, não se recordou, foi embora, e depois percebeu que realmente esqueceu algo super importante? Mesmo assim, o que fazemos sempre: continuamos a ir embora sentindo esta sensação! Isto é lógico?

Pequenos momentos e experiências que todos nós temos e vivemos separadamente e individualmente, mas que nos unem de maneira quase sobrenatural...

domingo, 2 de novembro de 2008

auto-retrato

Hoje realizarei um sonho que tenho, pois serei entrevistado e responderei as perguntas do caderno Donna, que é publicado na ZH de domingo. Legal né...?

Só haverá uma diferença: eu mesmo vou me entrevistar...

Explico: Como não cheguei ainda ao patamar de ser entrevistado por uma jornalista, vou me conceder a honra de ser entrevistado por alguém, mesmo que este alguém seja eu mesmo. E para isto vou literalmente copiar o título e as perguntas que são feitas nas entrevistas do supracitado caderno, as quais considero realmente interessantes.
Leia se quiser me conhecer mais.

Qual a sua lembrança de infância mais remota?
O balanço de madeira no porão da nona Olga, em Guaporé.

Qual o seu maior ídolo na adolescência?
Ayrton Senna sem dúvida.

Qual a sua idéia de um domingo perfeito?
Com alguém que eu ame, em estado de puro ócio e carinho conjunto.

O que dispara seu lado consumista?
Futuras paixões.

Um livro marcante.
O Tempo e o Vento, (Érico Veríssimo). Principalmente a novela "Um certo Capitão Rodrigo".

Que música não sai da sua cabeça?
Track-Track, (Fito Paez).

Você tem medo de quê?
De altura aliada ao movimento, da minha timidez que me assola de vez em quando e de não me permitir realizar os meus objetivos.

Qual o seu prato favorito?
Arroz, feijão, farofa, bife à milanesa e purê de batata. Não faço questão de sobremesas e tenho de estar tomando muita Coca-cola normal gelada.

Que filme você sempre quer rever?
Ferris Bueller’s Day Off, (John Hugges).

Um gosto inusitado.
Massa de panqueca sem recheio e aipim cozido até quase virar purê.

Qual a sua característica mais marcante?
Decisão.

Qual defeito é mais fácil de perdoar?
A sinceridade extrema de quem nos gosta.

Um hábito que você não abre mão.
Ter humor, mesmo que isto pareça vulgar por vezes.

Um hábito do qual você quer se livrar.
Esta é fácil: fumar os meus quatro ou cinco cigarros diários.

Por que motivo chorou pela última vez?
Pelo pior. A morte.

E por que motivo riu?
Por ter conhecido uma pessoa com olhar lindo na sexta-feira. Pena que minha timidez me torna inerte nestes momentos...

Em que situação você perde a elegância?
Pela arrogância das pessoas quererem saber mais sobre mim do que mim mesmo.

O que estará fazendo daqui a 10 anos?
Vendo a vida passar ao lado de quem amo, trabalhando muito, estudando muito e vivendo muito.

Uma frase.
"A decisão é, frequentemente, a arte de ser cruel a tempo." (Henry Becque)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Cargo de chefia

Falei estes dias que o Paulo mudou de emprego e de cargo, não?
Pois é, esqueci de comentar, mas o Paulo deixou de ser peão-chão-de-fábrica e agora tem um cargo de chefia! É sério, o rapaz tá grandão lá na firma dele, uniforme de trabalho agora é terno-gravata, refeitório é restaurante no shopping, transporte é carro privativo da firma e secretária derrepente passou a ser sinônimo de mulher bonita.
O menino está colhendo o que plantou. Sempre foi um garoto esforçado, trabalhador, honesto e sem vícios (isto não é anúncio no Diário Gaúcho). Sempre levou muito a sério o trabalho, o estudo, a carreira e o futuro. Demorou mas finalmente as coisas engrenaram.
É uma pessoa muito engraçada, com toda certeza, mas burrice é algo que não é característica sua, sempre foi muito esperto inclusive, sabendo direitinho o que, quando e como fazer (ou não fazer). Neste último dia que nos reunimos, estávamos todos muito felizes com o fato dele estar tão bem profissionalmente e pessoalmente. O Paulo realmente merece.

Mas enfim, como não poderia deixar de ser, além da obra prima citada no texto anterior, mais uma pérola foi proferida na mesma noite.

Conversávamos sobre as diferenças de ser chefe e empregado, e ele, que era o elemento cerne do assunto, estava apenas quieto prestando atenção. Olhava-nos com olhares incrédulos, e de vez em quando realmente parecia não concordar com o que estávamos enumerando como vantagens dos que ocupam estes cargos.
Palavras dele:

“Olha só gurizada: se vocês trabalharem bem no mínimo oito horas por dia, um dia eventualmente serão escolhidos ou nomeados chefes, a partir disto, a principal mudança é que passarão a trabalhar doze ou dezesseis...”

sábado, 25 de outubro de 2008

Paulo volta à ativa...

O meu grupo de amigos é aquele que posso realmente chamar de musicado. Todos gostam de brincar com algum instrumento musical, seja bateria, baixo, guitarras ou violões. E todos cantam. Cantam bem até.
Musica é um assunto recorrente entre nós, em qualquer tipo de reunião ou encontro, passamos boa parte do tempo conversando sobre algo ligado a isto. O próximo passo sempre é alguém pegar o seis cordas e puxar alguma música. Geralmente cantamos músicas antigas, como Vento Negro, Desgarrados ou Guri, repetindo umas 15 vezes cada uma.
Mas não foi o que fizemos ontem. À noite tomamos uma cerveja em um posto de gasolina da cidade, nada muito excepcional. Puxei assunto sobre a cultura musical adolescente, algo que sempre existiu até porque é o maior nicho de mercado que há.
Desde Menudos, New Kids on the Block, Polegar, Dominó, Tremendo, Backstreet Boys, N’Sinc e Rebeldes da vida, estas bandas fabricadas por produtores e detentores da fórmula do sucesso, dominaram o mercado comercial apesar das críticas gerais (inclusive minhas).
Antigamente esta fórmula era fácil, era só juntar um grupinho de rapazes bonitos que cantavam mal e não tinham nenhum talento, ensinavam-nos a dançar, rebolar, sorrir agradar as fãs e tava tudo feito. Aos poucos as coisas foram evoluindo, passou pela época em que o mercado obrigou os produtores a contratar meninos já talentosos e competentes para seus grupos. Agora a tendência é mesclar as artes com algumas características humanas atuais, ou seja, pega-se o cinema, a tv, a mídia, a curiosidade (paparazzi, vídeos pornôs caseiros e fofocas generalizadas) a dança, a música e o apelo sexual dos meninos e meninas, coloca-se numa panela de pressão, tempera-se com grana alta e... voilá! Lucra-se cinqüenta vezes mais.
Ontem conversando fizemos esta análise, e claro, alguma pérola deveria sair.

Imaginem de quem...

O Marcelo estava falando que as menininhas adolescentes que ele sai de vez em quando adoram um tal grupo que ele não lembrava o nome (guasca velho do jeito que é, só lembra do nome do Leopoldo Rassier e do Gildo de Freitas), e que este grupo já tinha uns 2 ou 3 filmes, não sei quantos DVD’s, CD’s, musicais, shows, etc...
Segundo a descrição que ele deu naquela hora, tratava-se de um bando de adolescentes, meninos e meninas, ambientados em uma escola, como se fosse uma Malhação americana.
Neste momento surgiu a situação clássica aquela, em que todos os presentes tentam lembrar de algo e não conseguem (e que alguém diz: “quando eu não estiver pensando nisso, vou lembrar”). Mas para o nosso susto, o Paulo aos berros respondeu:

- Lembrei!!! É High SKOL Musical!!! Não é??? É sim!!! É High SKOL Musical!!!

... Passei o resto da noite rindo ...

... imaginando aquele bando de menininhos e menininhas dançando com um Latão ou uma Cicarelli na mão ...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Eloá e seu perfil no orkut

Semana passada o país inteiro ficou perplexo com o desfecho do seqüestro mais sem-noção que existiu na história. Isto tudo porque, segundo palavras de um célebre apresentador de programas policiais, “envolvia o amor, paixão e morte, e as pessoas se interessam por crimes que envolvem casos de amor, paixão e morte”. Justificativa esta que foi dada apenas para o interesse doentio das pessoas pelo caso. O porquê de o seqüestrador ter feito o que fez, todo mundo sabe decor-e-salteado, agora, o que o levou, qual foi o estopim, a gota da água, isto ninguém discute.
Vou tentar ser mais direto do que geralmente sou.
O mesmo motivou-se pela característica “possessividade” que o sentimento que nutria pela jovem continha, sentimento este imaturo/maroto, aliado a um grande agravante:
O orkut.
Segundo o principal negociador atuante no caso, e o próprio meliante, a motivação para o acontecido foi o fato de que no domingo que antecedeu o crime, o indivíduo recém ex-namorado da vítima, viu no orkut dela recados e fotos do menino que ela estava ficando. Segundo ele próprio, o primeiro tiro, que foi disparado no primeiro dia de seqüestro, foi alvejando o computador da menina. Daí pra diante foi uma bola de neve.
Pergunto: Quem de nós já não se incomodou de alguma maneira tendo seu perfil no tal site de relacionamentos? Quantos de nós já não nos incomodamos com ex-namoradas (os) ciumentas (os) em relação a isto? Quem nunca teve raiva de alguma comunidade ofensiva colocada de propósito, ou com algum scrap? Será que passaríamos tudo isto que passamos se não tivéssemos perfil no orkut?

Todos sabem que abomino o tal site. Isto não é novidade para quem me conhece ou para quem me lê por aqui. Realmente não consigo entender qual é a necessidade que a maioria de nós (retirando eu e alguns gatos pingados) temos de expor as nossas vidas assim, como numa vitrina, onde todos têm total liberdade para saber de tudo.
Seria exagero meu dizer que, independentemente da sociopatia de Lindemberg, o perfil no orkut de Eloá foi o laxante para toda esta merda generalizada?
Não estou estudando direito para ser o advogado do Diabo, pelo menos não neste caso. Não quero de maneira nenhuma defender ou justificar o que o tal Piá fez, digo e repito se precisar, minha intenção com este texto é CONDENAR O ORKUT e não absolver o guri vingativo, pois violência não se justifica, se condena. Mas desde o início percebi que o descontrole instaurou-se em sua cabeça quando reconheceu (e não aceitou) através de evidências que ELA EXPÔS, que seu amor juvenil estava nos braços de outro.
Sejamos sinceros: Pelo orkut ou não, quem de nós já não teve um pequeno descontrole ao se deparar com a imagem da (o) ex com seu novo namorado (a)? Existe alguém que sabe lidar com isto?
Não minta a resposta para si mesmo, é feio.

Para concluir, faço mais uma pergunta a vocês: Levando em consideração os fatos que se sucederam, se Eloá não tivesse ao menos deixado evidências de seu novo relacionamento para todos verem (talvez propositalmente) será que Lindemberg teria feito o que fez...?

Fico na dúvida. Derrepente algo ruim teria acontecido, mas talvez as coisas acontecessem de maneira diferente.

Quem sabe ela ainda estaria viva...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Preconceito para com o preconceituoso...

Tem certas coisas que realmente, a gente não sabe como se posicionar. Para estas coisas, sempre tomei como premissa o fato de não ter opiniões formadas, e uso justamente isto como resposta: “Não tenho opiniões formadas”. Não julgo nada nem ninguém sem analisar antes.
Só que este tipo de afirmação, pressupõe para quem está ouvindo que em algum momento, tu terás a opinião e o devido julgamento formado sobre o assunto, o que às vezes pode ser que não aconteça. Mas só às vezes.
Durante o curso dos últimos anos, formei minha opinião sobre o assunto "preconceito na sociedade brasileira", e ela me é muito clara e firme neste momento, conseqüência e resultado de muita análise e confirmações.
Posiciono-me fortemente e de maneira honesta CONTRA qualquer tipo e forma de preconceito, sejam de ordem racial, moral, sexual, esportiva, ideológica, ligados à nacionalidade, à língua, ao gênero, cor de cabelo, orientação religiosa, espiritual, classe social, consumo de cigarro e tantos outros. Todos nós temos direitos (e deveres decorrentes destes, claro) ligados à busca da felicidade e satisfação pessoal, indiferente de onde estes se originarem.
Vivemos em uma sociedade preconceituosa, isto é fato, e vivemos em uma sociedade de diferenças mil, isto também é fato. Já que somos indivíduos inseridos nesta sociedade, é natural não percebermos quando agimos ou pensamos de maneira preconceituosa. O problema é quando justamente não percebemos a existência de certos tipos de preconceito. Por exemplo:
Será que condenar o ainda preconceituoso, por si só já não seria um preconceito?
Pense bem. Condená-los não seria uma postura pré-concebida? Não seria uma atitude de desconhecimento pejorativo?
Explico.
As gerações anteriores as nossas têm por tendência (não por regra) serem gradualmente mais preconceituosas, mas isto não por que querem ou porque acham melhor, mas sim por culpa do contexto ao qual estavam inseridas. No passar dos anos, alguns tabus e crenças foram caindo devagar, e hoje em dia certos aspectos de nosso cotidiano que antes eram inadmissíveis dentro de uma sociedade, são toleráveis até pelos que não querem tolerar. Fica óbvio que no passado não era assim.
Cito como exemplo o fato de eu ter um avô negro, uma das melhores pessoas que conheci, com um coração gigantesco, mas que convivia com o preconceito bruto diariamente. Moravam todos em Guaporé, cidade de colonização predominantemente italiana, onde naquela época, o preconceito era algo natural e corriqueiro. Mas TÃO natural e TÃO corriqueiro, que eles mesmos, os negros, eram racistas ao extremo contra os próprios negros. Meu avô não tolerava nenhum outro negro entrando pela porta de sua casa, e blasfemava sempre: - “Negri porco carne”! – Dizia. Quando indagado sobre sua origem africana, o mesmo respondia: - “Sou negro trabalhador da canela fina”.
Preconceito em sua maioria é contexto.
Preconceito em sua maioria é coletivo e não individual. E influencia.
Em nossa sociedade, por exemplo, por mais que existam pessoas (como eu) que apóiem a união civil dos homossexuais, acredito que ainda não está ainda preparada para tal situação. Veja bem, AINDA não está, mas um dia invariavelmente estará. Este é o caminho natural, e a união homossexual existirá perante a lei também. Da mesma maneira que os próprios negros, em um passado não muito distante, inseridos em determinadas comunidades, discriminavam a si próprios de maneira racista, hoje muitos heterossexuais iguais a mim discriminam seus irmãos homossexuais por sua orientação, mas os filhos dos mesmos discriminarão menos, e assim por diante.
Portanto, muitas vezes não é culpa dos preconceituosos serem assim, já que a criação e o contexto impuseram isto. E de qualquer modo, da mesma maneira que temos o direito a viver a vida da maneira como queremos, defendo que temos o direito de pensar e concluir o que queremos desde que isto não atinja ninguém mais a não ser nós mesmos.

E este é o limite, a linha vermelha. Devemos ensinar as gerações futuras a não ultrapassá-lo. Temos de aprender a nos respeitar, de todas as formas, e em todos os sentidos, sejam os de ida, sejam os de volta. Os dias continuam passando, as coisas continuam mudando...

... e a sociedade, um belo dia, será considerada ideal ... havendo respeito e inexistência de qualquer tipo de preconceito...

sábado, 18 de outubro de 2008

O caminho do bem...

Alguns de fora do estado mandaram-me e-mails perguntando do que se trata a foto do último post.
Explico:
Trata-se de um senhor, chamado Alceu Pozzatti, de 78 anos de idade, que amarrou um cachorro ao pára-choque do seu fusca verde água, e o arrastou por uma rua de Santa Maria/RS, na manhã de quinta-feira. O animal, e agora falo do cachorro, gritou e agonizou até o momento que transeuntes que estavam próximos conseguiram, após 100 metros de pura atrocidade, forçar com que o Sr. Alceu brecasse o carro, e parasse de torturar o pobre.
Pela foto, podemos perceber que o menino já estava à beira da morte, e tal qual uma pessoa que cree que animais não merecem respeito ou consideração (eles sentem fome, frio, dor, tristeza e traumas tal qual nós humanos sentimos, com o agravante de serem muito mais indefesos), o aposentado, após esta atitude extremamente infeliz, deixa claro que não sente qualquer tipo de remorso.
Existem pessoas que defendem punição rígida a qualquer tipo de maus-tratos e irresponsabilidade contra animais. Concordo. Acredito que seres vivos de qualquer tipo, raça ou espécie, devam ser tratados com o mínimo de dignidade.
Entendo que muitos estejam neste momento pensando no menino carioca que também foi arrastado pelas ruas por assaltantes covardes. Sinto-me na obrigação de deixar claro que realmente isto é muito mais grave, e defendo punições mais rígidas do que as atuais para quem fez isto. Da mesma maneira, defendo a mesma rigidez aos covardes que maltratam animais, respeitando claro, o valor da vida humana, que em todos os casos é de incontestável supremacia.

Voltando aos animais: sorte que existem pessoas dignas que pensam ao contrário do Senhor da foto.
Pedi autorização para divulgação, e mesmo sem te-la recebido até a presente hora, vou propagandear a causa, pois o que importa é ajudarmos da forma que pudermos.

O link é este: http://xulinhosdobem.blogspot.com/

Trata-se de um blog destinado a adoção de animais diversos, principalmente os nossos tão queridos amigos caninos. Os telefones, e-mails e endereços de contato estão todos muito claros por lá, e mesmo que tu não tenhas a intenção de adotá-los, serve qualquer tipo de ajuda, seja em cuidados, seja da maneira como faço, divulgando a causa.

E para terminar, uma boa notícia.

O coitado que foi arrastado pelo aposentado atroz e sem noção...

Sobreviveu e recupera-se graças à ajuda de pessoas como estas do blog...



sexta-feira, 17 de outubro de 2008


Quem é o verdadeiro animal nesta cena...?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Portugal

Ontem estava com saudades das épocas de vacas super gordas. Hoje em dia não tenho mais condições parecidas.
Isto tudo porque encontrei as fotos das viagens que fiz quando tinha vinte e poucos anos (como se fosse muito tempo atrás...).
Visitei lugares super legais, países interessantíssimos, culturas diferentes...
Um destes lugares foi Portugal. Visitei a capital, o litoral, o além-Tejo e fiz minha peregrinação religiosa indo até o Santuário de Fátima. Tomei inúmeras garrafas de vinho e depois segui para a Espanha (caminho de Santiago...).
Falando apenas dos nossos principais colonizadores, realmente eles não têm do que reclamar. Além de uma economia sólida, uma vida confortável, um país maravilhoso e de clima ameno em tudo, o seu povo é realmente encantador, e cheio de particularidades...
Antes de tudo, desmistifico aqui a fama de burrice que injustamente os nossos irmãos mais velhos têm. Passam realmente longe de serem pessoas sem estudo ou cultura.
A única diferença é que realmente, e isto não posso negar, pensar de maneira lógica não é o forte do povo lusitano, derrepente até porque os mesmos não têm o jogo de cintura que temos. A vida não os obrigou a ter.
Costumo contar duas histórias verídicas e que aconteceram comigo, que servem como exemplo clássico do processamento de dados diferente deles.
Estava eu defronte ao hotel, numa manhã fria de final de inverno, esperando um táxi que havia chamado, pois queria me dirigir ao Mosteiro dos Jerónimos. O táxi parou (lá praticamente todos os carros de praça eram Mercedes-Benz de última geração), entrei no banco de trás e perguntei ao taxista português, uma figura clássica de bigode que tinha por volta de uns 60 anos de idade:

- O senhor sabe onde fica o Mosteiro dos Jerónimos?
- Sei sim senhoire. – Respondeu-me, virando-se para frente e ficando completamente inerte e quieto, por um longo período de tempo.
- O senhor poderia me levar até lá? – Indaguei novamente, pensando que se fosse no Brasil, o carro já se encontraria na esquina.
- Puderia sim senhoire. – Respondeu-me novamente, ainda sem esboçar reação alguma, pior ainda, desligando o carro e abrindo o vidro. Fiquei pensando em que tipo de senha deveria utilizar para que ele me levasse. Mais um longo período de tempo se passou.
- Pois então o senhor me leve. – Afirmei, quase sem paciência.
- O senhoire gostaria que eu estivesse a levá-lo? – Perguntou-me.
- Com toda a certeza. – Eu ia descer do táxi neste momento.
- Pois então. O senhor não havia me dito...

Outra aconteceu mais tarde, em um café chamado “Brasileirinha”, que ficava no bairro do Rossio, onde eu comi o melhor doce do mundo: o Pastel de Belém.
Enfim, o que houve foi que ao pagar a conta, perguntei para o caixa português:

- O senhor poderia trocar uma nota de vinte euros para mim?
- Puderia sim senhoire.
- O que bom! – Exclamei, pois realmente estava com dificuldades para fazer troco. Alcancei a nota de vinte euros para ele.
- Aqui está. – Disse-me ao devolver o fruto da troca.

Quando olhei o que ele havia me devolvido quase não acreditei...

Era outra nota de vinte euros mais nova...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Quem é o Marcelo?

Na história de ontem o Marcelo teve participação. Mas nunca expliquei quem é o Marcelo, de onde veio, o que é e o que faz. Como no passado já havia mencionado algumas vezes seu nome, algumas pessoas de ontem pra hoje me mandaram e-mails pedindo que explicasse quem é o tal.
Nada melhor que contar história para digamos, colocar alguém na vitrine e demonstrar a mercadoria. Mas para homenagear, hoje farei algo um pouco diferente.
O Marcelo nasceu faz 28 anos, no interior de Bagé, e sem fazer questão nenhuma de negar as suas origens (nem deve), até hoje é o autêntico gaúcho gente fina, mas mais grosso que cintura de sapo.
Mas não se enganem não. Grossura não é sinal de burrice nem de ignorância. Ele é um cara estudado, veio morar na (perto da) capital justamente para se formar e seguir carreira no que escolheu fazer: fotografia. Para estudar, trabalhou como soldador durante anos a fio, e não é tiração de sarro, mas ao mesmo tempo em que o cara é grosso, tem uma sensibilidade incrível com uma câmera na mão. As imagens que registra, sejam paisagens, cenas do cotidiano, pessoas ou qualquer outra coisa, são incríveis. O cara realmente tem o dom.
Claro, assim como todo gaúcho, o mesmo é mega-conservador em certas coisas, se diz “mais tradicional que formula de minâncora”. Vive dizendo que “esta tal de máquina digital” é uma porcaria, e que foto boa é aquela que “se resulta de um asa 400”. Enfim, mania de goipeca-veio não se discute.
O cara é mais sério que guri cagado, mas ao mesmo tempo é mais engraçado que gorda colocando as calças.
O mesmo se diz adepto da bigamia, nunca se prendeu a uma só pessoa mas cobra isto de todas as que ele conhece. Costuma dizer que o fato de ter muitas mulheres traz benefícios, mas também traz malefícios. Certa vez, perguntei a ele quais eram esses malefícios e ele me respondeu assim:

- São dois tchê. Um deles é que não tem dinheiro que chegue.
- E o outro Marcelo?
- Quanto mais mulheres se têm, mais sogras também. Sogra boa é sogra morta.

Mais sincero que vaca pro touro, o guasca não tem papas na língua. Fala o que quer na hora que quer, por esta causa me autorizou a escrever todos estes detalhes. Disse que esses dias (história que conta faz uns 4 anos, mas que continua com este mesmo início – “esses dias”) uma sogra que ele teve foi a uma cigana, pediu para que lhe lesse a mão. Mais tarde durante a janta, estava preocupada com o que a tal disse:

- A cigana me disse que eu vou morrer de forma violenta – contou ela.
- Mas este não é o problema – respondeu Marcelo.
- E qual seria?
- Só depois vou saber se serei absolvido pelo júri ou não...

Mas o melhor de tudo é quando ele resolve falar sobre cerveja. Gosta de contar que uma antiga namorada lhe perguntou o porquê que ele gostava mais da cerveja do que dela, e ele respondeu:

- Primeiro, cerveja está sempre molhadinha, segundo, cerveja não reclama quando estou assistindo ao jogo ou jogando futebol, terceiro, cerveja não me obriga a assistir filmes românticos, quarto, cerveja não tem mãe, quinto, cerveja não olha pra mim com aquela cara de desprezo quando broxo, sexto, cerveja não liga quando olho para outra cerveja, e por último, quando eu acabo de beber a cerveja... posso jogá-la fora...

Este é o Marcelo.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Homens também reclamam das mulheres...

Faz tempo que não falo do Paulo, alguns leitores pessoalmente me disseram que estão até com saudades dele.
O Paulo ta ótimo. Digamos que no último ano, período em que privei-os de saberem qualquer coisa sobre ele, o Paulo solteirou-se, trocou de emprego, de cidade, enfim... mudou de vida. E segundo o que ele aparenta, para muito melhor.
Mas enfim... este dias, depois de muito tempo sem juntarmos os amigos, e num momento em que todos podiam e tinham horário, fizemos isto. Compramos uma picanha recheada e umas (várias) garrafas de Serra Malte, e fizemos o autêntico programa estritamente masculino, ou seja, bebemos (muito), comemos (muito), e falamos de futebol, futebol, futebol.... e mulher, mulher....MULHER.
Depois de mentirmos bastante, todos nós relatamos de uma maneira bem masculina o porquê estávamos solteiros naquele momento: Uns por questões profissionais, outros por questões familiares, outros porque simplesmente acham que a vida é muito curta para gasta-la com uma só pessoa (não é minha opinião, mas enfim), outros reclamaram da falta de algo que realmente valha a pena no mercado, outros disseram que estão enrolando-se, outros desenrolando-se... mas claro, a pérola da noite tinha de ser de autoria do Paulo...

Ele reclamou que as mulheres estão muito feias e chatas. Sério. Feias e chatas.

- Tudo bem que estou numa fase muito crítica – Considerou – Mas só aparece Tribufú na minha frente! Ou é magra feito a Olívia Palito, ou é gorda feito a Wilza Carla, ou tem pés (!) feios, ou tem dentes tortos, ou não é parceira, ou se veste mal, ou cheira mal, ou tem bafo...
- Mas te pára tchê! Virou frescurento agora! – Responde Marcelo indignado, com aquela voz de Neto Fagundes que só ele (e o próprio Neto) tem. – Agora deu pra ficar analisando qualquer defeitinho das mulher por aí!
- Sim né velho. Decidi só me relacionar com as perfeitas.
- Mas alguma vez tu já te relacionaste, ou ao menos fizeste sexo com mulher feia Paulo...? O que tu estas dizendo não é verdade.
- É realmente não. Todas elas eram lindas e boas. Mas tinham defeitos.
- Então faz o seguinte: se tu achas defeitos em todas as mulheres, e estes defeitos são tão absurdos assim pra ti, compra uma boneca inflável!
- Não dá.
- Porque não dá...?
- Simplesmente não dá.
- Ta, mas por quê? Porque ela é uma boneca e tu não ia gostar?
- Não... porque ela não tomaria cerveja comigo...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Xô Zeca Pimenteira!


Nas últimas duas semanas tive alguns problemas de saúde sérios. Primeiramente contraí amidalite aguda, daquelas que além da dor de garganta que impossibilita até engolir saliva, dá um misto de febre alta, dor de cabeça, enxaqueca e desorientação. Ao final do tratamento a base de antibióticos e analgésicos, foi constatado que além desta doença eu também estava com um início de gripe e rubéola.
Sim, rubéola...
E isso que tomei a vacina gente. Pode-se dizer duas vezes.
Ano passado, na felicíssima chegada de mais um ente familiar, sob o pretexto de não contaminar a criança, paguei para ter a vacina tríplice (rubéola, sarampo e caxumba) ingetada em meu braço sob a promessa de anos de imunidade e, além disto, na campanha de vacinação deste ano, tomei agulhada no braço novamente, preocupado com o surto noticiado por ai.
Resultado: mesmo assim, tornei-me estatística, sendo mais um a contrair a doença. Agora me expliquem: Qual é a eficácia de tal vacina? Como pode alguém imunizado duas vezes ter a doença?
O meu sistema imunológico, aparentemente sem explicação (já fiz exames comprobatórios) resolveu tirar férias ou entrar em greve, pois não está trabalhando mesmo. Eu costumava ser uma pessoa que nunca adoecia, mesmo não tomando cuidado algum. Agora um vírus qualquer pode passar lá na esquina que to pegando (em minha pré-adolescencia eu queria ser “pegador”, mas não deste tipo). Acho que só tem uma explicação para isto...

Não existe vacina ou sistema imunológico que combata eficazmente o mal-olhado...

Xô Zeca Pimenteira!

Tem alguém levantando os óculos escuros, olhando pra mim, crescendo o olho e dizendo:

- “Mas como eu queria ser uma pessoa assim...”.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Efeitos do cachorro Marley...

Quem costuma visitar este blog frequentemente sabe que não tenho o hábito de ler livros. Não é que não goste, apenas não encontro uma parte do meu dia mega-cheio para me disciplinar a ler um livro, ao invés de conversar com alguém ou descansar.
Mas o que escrevo hoje, de maneira raríssima, é o resultado de um livro que acabei de ler. Tá, sei que o tempo lá fora está ótimo, e que não deveria fazer estes atos milagrosos quando há sol...
Li um livrinho que confesso, tinha preconceito por achar que seria algo extremamente comercial, mas derrepente um dia, cheguei a seguinte conclusão: “Dane-se que seja comercial, já não leio nada mesmo, que diferença vai fazer...”?
O que li foi “Marley e Eu”, livro americano de autoria de um colunista de jornal, mas que resolveu, de maneira surpreendente, revelar detalhes íntimos de seu casamento, do nascimento de seus filhos, e do seu... cachorro labrador chamado Marley.
O tal cachorro representava o inferno na terra: quebrava portas, roia sapatos, engolia pingentes de ouro, se grudava nas pernas das visitas, se jogava em todos, evacuava feito um louco e chegava a destruir garagens em surtos psicóticos movidos ao medo de trovoadas.
Mas o tal cachorro apaixonou-me. Alias, o livro consegue isto. Durante a leitura, aprendemos a nos divertir e a amar Marley de tal maneira, que quase não dá pra acreditar. Méritos ao autor.
E sem medo de estragar a surpresa do final, confesso que chorei feito criança quando li sobre a morte dele (com 13 anos de idade, devido a inúmeras complicações da velhice canina).
Enfim...
Tenho um pequeno Marley em casa chamado “Pico-Pico”, é um fox-paulistinha preto que tem 8 anos de idade, pesa 4,5 kg e gosta muito de latir para estranhos.
O Pico-Pico não tem nem metade dos defeitos que Marley tinha, e isso que nós nem precisamos castrá-lo. Ele nunca roeu um sapato nem sofá, nunca se grudou em ninguém e muito menos comeu algo que não devia comer. Digamos que se fossemos analisar de uma perspectiva canina, veríamos que ele é o João Paulo II dos cães.
Mas ontem, pela primeira vez, chorei de medo de perdê-lo. Foi preciso ler o relato de alguém que perdeu seu cachorro querido para que eu passasse a vê-lo da maneira que ele merece: um ente familiar, que chora, brinca, deita junto, se emociona, se irrita, ri, defende, e o principal, ama a todos e tem uma lealdade que beira a devoção a nós, seus colegas de moradia. O Pico-Pico nos será leal e nunca nos trairá até a sua morte.
E o pior de tudo é que, com a sutileza de um rinoceronte, ao acabar de ler o tal livro, tomei a consciência de que o dia da morte dele chegará, e que não vai demorar tanto quanto se imagina. Peguei-me pensando em como seria os primeiros dias após a ida dele para outro plano, em todo nosso sofrimento e em toda falta que ele fará.

E será enorme.

Portanto, pense bem naquele ser que tens dentro da casinha, pense bem no carinho e tratamento que ele merece.

Um dia ele faltará. Um dia, ele não estará contigo em momentos que incondicionalmente te apóia. Ai vem aquela velha história: Não adianta dar valor depois que perdeu. Inclusive em se ele for pulguento ou cheirar mal...

Ele não tem fama de “amigo fiel” à toa...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Terça insana...

Terça-feira passada toquei para o meu maior público: Algo em torno de 3 mil pessoas exprimidas no Opinião.
Começamos o show tocando Paradise City do Guns, com muitos efeitos de luz e gelo-seco, coisa que fiz questão. Logo aos primeiros acordes na minha mais nova aquisição (minha Gibson SG vermelha, igual a do Angus), a platéia fez um barulho ensurdecedor, e quando o resto da banda entrou, alterando o andamento da música, vi toda a pista e alguns que se encontravam no parapeito dos mezaninos pularem em conjunto.
Estação Canoas - La Salle
A segunda música era uma insistência minha para que a banda tocasse, já que a mesma não é de agrado de todos: Live or Let Die, na versão do Guns também, levando em consideração que a versão original do Paul McCartney tem levadas de reggae que nenhum de nós engole muito...
As partes agudas do vocal evidenciavam que a minha voz não era exatamente a do Axl, mas dava pro gasto, pois agradou.
Estação Mathias Velho
O meu baixista propôs tocarmos Hotel Califórnia para segurar um pouco, já que é uma música conhecidíssima de todos (pelo menos o refrão), e também porque a 1º e a 2º cordas da SG já haviam estourado. Nesta música, eu sempre uso um violão de nilon para fazer os solos, e a outra guitarra também é substituída por um violão de aço. Gostei do final, pois eu e o outro guitarrista solamos em conjunto, e fomos muito aplaudidos por isto.
Estação São Luis - Ulbra
O show era curto, então tínhamos só mais duas músicas para tocar. Meu baixista, eterno amante da era Disco, sugeriu que fizéssemos a versão reduzida de Please don´t let me be misanderstood, do Santa Esmeralda. Mas o resto de nós discordou, achando que aquilo não era música para final de show. A minha proposta foi de pronto aceita por todos, e nem precisamos contar o tempo, já que sai disparando as primeiras notas de cara.
Enter Sandman é considerada pesada, mas mesmo assim, se tu a executares para um público onde a faixa etária é de 18 anos, verás algumas menininhas loiras cantando o refrão e fazendo sinal de chifrinho para ti com os dedos. Me empolguei tanto que algumas pessoas me olharam com expressão de estranheza.
Estação Petrobrás
Última música. Esta teria de ser aquela que sempre deixa todos querendo mais. E como sempre ficamos discutindo no palco o que vamos tocar (o set-list nunca é estabelecido antes do show), decidimos contrariar este procedimento e tocar o que sempre tocamos.
Sweet Child o´mine também é do Guns, eu sei. Mas a tonalidade da minha voz favorece, e, além disto, por mais que a maioria não admita, todo mundo gosta. É perfeita para ser a última de qualquer pocket-show que se faz por ai.
E assim o foi.
Vi o Opinião cantar o coro inteirinho quando pedi, tirando minha boca do microfone e fazendo sinal de que não estava ouvindo. Vi também meus amigos todos enlouquecidos na lateral do palco, como se ali escondidos, quisessem invadir e serem como eu, protagonistas daquele momento. Terminamos saindo quase surdos do barulho da platéia, agradecendo e dizendo “até amanhã”...
Estação Esteio
...já que a pilha do meu MP3 havia acabado, e o trem acabara de chegar à estação que teria de desembarcar.

Sonhar não custa nada... e por vezes meus sonhos são tão reais...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Ganhar na mega-sena e continuar trabalhando duro...

Ontem eu andei num carrão.
Não vou citar nomes, marcas ou modelos. Só vou dizer que ontem realmente... eu andei num carrão.
Sabe aquele sonho de consumo de toda pessoa que gosta de automóveis, aqueles carros esportivos, lindos, super potentes, aqueles que quando passam pela rua, seja devagarzinho feito um Fuca, seja rápido feito uma Ferrari, todo mundo olha com expressões de inveja? Este mesmo.
Me senti ao mesmo tempo empolgado com a experiência, e também um pouco retraído pelo simples fato daquela realidade não ser a minha.
Alias, se fosse comparar a tal realidade com a que vivo... chegaria a conclusão de que me encontro no campo do sonho ainda...
Não que eu não tenha a minha vida confortável, o meu carro, a minha casa, as minhas telas, receptores de Tv a cabo, Dvd´s, e os meus estudos (vai se levando, como dizem). Mas perto daquele carro, tudo parece ser menor/pior.
Eu sei, eu sei. Eu vivia falando que o mais importante é ser, e não ter. Mas este caso é diferente. O dono do carro TEM, porque É...
É um dos maiores profissionais que conheço, e tudo o que tem é fruto do seu imenso e cansativo trabalho duro.

Suor da testa.

E é isto que eu acordei hoje pensando. Eu vou suar, vou suar muito, demais.

Vou suar não só para ter, mas para ser antes disto. É o caminho natural de todos os azarados. As coisas só se conquistam com muito trabalho e disciplina.
É claro feito água e um dos remédios para o vazio dos bolsos e da vida.

O outro caminho é jogar na mega-sena... e ganhar. Mas ai as coisas apenas iriam se inverter.
Não me entendam mal, quero continuar trabalhando duro o resto da vida, quero mesmo, juro. Mas dai eu faria só o que gosto e não teria mais chefes...

Mas quem não acha melhor o caminho mais curto para a solução de quase todos os seus problemas... não é ser humano...

Portanto, vou para a lotérica. Amanhã estarei andando de carrão esportivo...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Verdade salgada...

(O prazo, como referi anteriormente, era indeterminado, mas nem eu imaginava que seria tão curto...)

Faz algum tempo, estava eu dentro do ônibus que percorria a linha Carlos Gomes, quando olhei para o lado e vi um pequeno restaurante/bar com o seguinte dizer na fachada:
<“Bistrô”>
Imediatamente senti um gosto de massa crocante na boca, como se mastigasse uma casca de pão cacetinho, ou espaguete cru.
Constatei algo que nunca havia me dado conta: as palavras têm gosto para mim, como se as ouvisse e sentisse no paladar algum alimento ou coisa qualquer, e vice-versa.
Peguei-me pensando na quantidade de palavras que me fazem salivar. Por exemplo:
A palavra coração me dá gosto de morango, aquele morango adocicado, gosto de brilhos labiais ou algo do gênero. Verdade tem gosto de sal, aquele sal grosso que se usa em churrascos. Vida me remete a alguma fruta de cor alaranjada, como pêssego em calda, ou manga. Sangue tem gosto de ferrugem. Cachorro que é bom: me faz sentir gosto de bife a milanesa.
Religião me faz salivar farinha. Otimização me lembra Xis-salada. Sexo tem gosto de desodorante. Mentira é água da CORSAN em épocas de estiagem gaúcha.
Li alguns estudos que dizem que este fenômeno ocorre em pessoas que têm os sentidos cruzados, ou seja, enxergam/lêem palavras e o paladar acusa algo inusitado, sentem algum cheiro e tremem de frio.
Não sei se chega a tanto, mas que é estranho é.
Levanto a minha própria tese: sentimos gosto quando nos deparamos com alguma palavra porque esta remete a alguma memória apagada ou não. Algo que aconteceu, ou alguma coisa rotineira no passado que deixou incrustada determinada memória no paladar.
Vivemos falando da tal memória olfativa, o cheiro de determinado perfume que lembra pessoas, objetos, lugares ou situações. Ocorre da mesma maneira com as palavras-e-seus-gostos-nada-a-ver.
O meu maior exemplo disto é a palavra desrespeito. Sinto gosto de arroz e feijão quando ouço, leio ou falo esta palavra. Isto porque em épocas que me deixava desrespeitar, por vezes comia arroz e feijão feito por quem fazia isto, na casa de quem fazia isto e, sometimes no momento em que esta pessoa estava fazendo isto. Acabava por me alimentar do que estava em cima da mesa, mas não do que vinha no garfo.

Felizmente arroz e feijão também são feitos com carinho e amor de quem eu troco sentimentos. E este será o meu esforço culinário momentâneo, antes de aprender a cozinhar...

Tratar de mudar o gosto do arroz e feijão...
Faz tempo né gente... Passei para dar um oi...
O tempo passa, os dias são cheios, as coisas acontecem, e continuo escrevendo muito...
Só que o que sai da minha cabeça e vai para os arquivos do Word é extremamente pessoal, o que entendo que seria problemático demais publicar por aqui, já que "bichos estranhos" andam rondando meu blog...
Enfim, perdão pela "enésima" vez queridos (pouquíssimos, mas fiéis) leitorinhos. Não abandonei vocês, muito menos nossa relação está abalada, mas digamos que no momento, o nosso contato seria íntimo demais, e como não há como restringi-lo por aqui...

Fica a promessa de artigos futuros...

Futuros não sei em que prazo...

terça-feira, 15 de julho de 2008

Nada, absolutamente nada...

Nos últimos dias estive pensando muito sobre este espaço aqui, que antes deste texto fecharia dois meses inativo.
Sinceramente confesso que o mesmo se encontra abandonado desta maneira por pura falta de saco para escrever. Mas por favor, querido leitores, não me entendam mal...
Não perdi o gosto pela escrita, perdi sim o gosto pelos assuntos dos quais eu vivia escrevendo. Tenho o habito de ler e reler o que costumava escrever e sempre gosto muito, mas vejo que na fase em que estou não teria mais ânimo algum para ficar filosofando e divagando sobre coisas ou assuntos sentimentais.
Era muito blá blá blá, confesso. Mas eu não me arrependo não, muito pelo contrário, adoro o que escrevi até dois meses atrás, acho sinceramente que conseguia de maneira satisfatória deixar claras as minhas idéias e opiniões.
Vocês podem ver pela qualidade deste texto que realmente estou cagando e andando para estrutura, nem sequer tenho a preocupação de agradar a quem me lê neste momento.
Querem saber? Já que estou sem saco algum para escrever sobre coisinhas bonitinhas e que tocam os sentimentos, mas tenho vontade de digitar algo... vou escrever... sobre nada!
Isso mesmo. Nada...!

Vocês viram o tempo que fez hoje? Um baita calorão em pleno Julho! Daqui a pouco teremos que sair para rua de manga curta. Li hoje na previsão que este calor vai durar até domingo, e que na segunda que vem teremos frio novamente. Eu sinceramente gosto muito mais do frio do que do calor e sofro muito menos no inverno do que no verão.
E o Grêmio hein? Será que se classifica pra Libertadores este ano? Eu acho que sim, mas campeões a gente não vai ser. É muito difícil sem o Roger, que alias, fez uma puta sacanagem com a gente, vocês não acham? Claro que fez, quem é mercenário nunca vai deixar de ser.
O que será que aconteceu com o casal Nardoni? Nem na mídia mais elas aparecem. Dizem que vão ser soltos, justo eles que fizeram uma brutalidade incrível. Imagina, jogar uma pobre criancinha pela janela, a própria filha. Não existe atrocidade maior.
E a Yeda hein? Será que se safa? Eu acho que sim. Este tipo de escândalo de corrupção sempre acaba em pizza.
E a novela das oito, vocês viram? Nem eu.
E a bunda da mulher melancia? Alguém ai acha bonita? Eu não acho. Vê se tem cabimento, aquela mulher é quase obesa, e fica se rebolando toda encostada numa parede com uma sainha mínima por cima de um fio dental que nem aparece enfiado no meio daquela imensidão. Prefiro muito mais a velha e boa Feiticeira.
E aquela pagodeira de domingo, você gosta de ir? Nem eu.

Viu como é fácil conversar o dia inteiro e não dizer absolutamente nada? Hoje pela manhã aconteceu, e por mais que a conversa toda tenha sido sobre como estão as coisas...

Não significou absolutamente nada... a coisa toda não significa mais nada... significou algum dia... mas hoje tem tanto valor quanto o papo furado que escrevi no conteúdo e a mentira toda que disse na introdução deste texto...

Não significa e não vale mais nada...

quinta-feira, 29 de maio de 2008

E se...

E se não fosse desse modo? E se tivesse aproveitado a chance? E se realmente tivesse acontecido? E se tivesse agido...?
E se houvesse pensado diferente? Traçado estratégia diferente? Feito às leituras dos fatos de maneira diferente? E se optasse diferente do que optei...?
E se eu tivesse ido ao invés de ficar? E se não houvesse doença? E se eu tivesse investido no sonho? E se a viagem tivesse se concretizado...?
Não tivesse tido ciúmes? Não tivesse te deixado perder a admiração? Se não deixasse dominar...?
E se eu não tivesse me dado bem? Tivesse investido naquela mulher? Se houvesse rolado? E se desses abertura...?
E se tivéssemos ganho do Boca? Se não tomássemos aquele gol? E se o Rubinho não tivesse deixado a Ferrari? E se o Senna não tivesse morrido...?
E se eu não estivesse bêbado? E se não acendesse cigarro? Se não tivesse parado de malhar? E se nunca tivesse malhado...?
E se eu fosse estudar? E se não sentisse medo? Se não me preparasse? Se deixasse de lado os receios e fosse atrás? Se não tivesse coragem...?
E se não trabalhasse tanto? E se não trabalhasse? E se trabalhasse mais...?
Se não tivesse comprado tanto? Gasto tanto? E se tivesse gasto mais dinheiro, tempo, paciência? E se não economizasse dinheiro? E se não tivesse trocado o carro?
Se fosse embora quando tivesse que ir? Se tivesses me pedido pra ir ao invés de ficar...
E se fosse mais velha? E se fosse mais nova? E se fosse madura? E se não fosse tão séria? E se fosse menos bonita? E se fosse menos feia? E se eu não levantasse tantas dúvidas...?
E se eu não inventasse tanto problema? Digerido tanta dor...?
Se não houvesse retorno? E se eu ainda tocasse? E se eu ainda te tocasse? E se continuasse a ensaiar? Se não sentisse inveja de quem continuou...?
E se tivesse assistido ao show? Se eu não tivesse ido? E se retornasse os olhares...? Se deixasse claro o que penso? E se a vergonha não fosse um valor a mim ensinado...?

E se não me deixasse partir? Se não me deixasse me acomodar? Se a conjuntura fosse diferente? Se o momento fosse outro? Se não sofresses tais influências...?
E se teu olhar não brilhasse? E se não continuasses me procurando nas ruas, nas musicas, nos lugares e nas pessoas? Se não tivesses feito nada errado...?
E se tu viste aquele filme? Aquela frase? Aquele texto? Aquela fase...?
E se não fosse tão tarde? E se me respeitasse? E se me ajudasse...?

“Se a gente não tivesse feito tanta coisa? Se não tivesse dito tanta coisa? Se não tivesse inventado tanto...?”

E se nunca houvesse ligado o rádio... Não teria escutado Kid Abelha neste exato momento...

Ou seja, nunca saberia que a idéia deste texto não é original... saco.

(Perdoem-me os leitores pelo final, mas realmente esta música tocando acabou com toda e qualquer possibilidade para continuar escrevendo isto... e eu nem gosto de Kid Abelha)

terça-feira, 27 de maio de 2008

Humano como todos...

As dimensões de tudo o que vejo em termos de passado, presente e futuro meio que mudaram nas ultimas semanas. Mas não em tudo.
Façamos um pequeno balanço:
- Insegurança? Claro, normal. Em níveis aceitáveis, até porque pessoa insegura demais acaba por duvidar inclusive de saco de cimento (concreto).
- Estresse? Em dados momentos sim. Mas passo longe de ser uma pessoa considerada estressada, até porque é justamente nestas horas que me faço valer de válvulas de escape que sempre funcionam (falar mais besteira do que se escuta no Zorra Total por exemplo... até porque as minhas garantem muito mais risadas do que as do programa global).
- Desilusão? Por óbvio. Mas desta vez não com uma pessoa em particular, mas sim com as conjunturas sócio-afetivas em que me encontro agora, e nas quais enquadro quem aparece pela minha frente.
- Confiante? Não sei. Acredito que sou ainda, pois segundo o que uma amiga minha me disse, “tu continuas lindo, bem vestido, cheiroso, gostoso, super querido, honesto, leal, trabalhador, maduro, prestativo, inteligente, atencioso, carinhoso e de beijo bom... que mulher não gosta disso tudo?”. Agora está na hora de dar o passo adiante... acreditar nisto tudo assim, junto em uma só pessoa, ainda mais sendo eu este exemplar de ser humano perfeito.
- Humilde? Vide resposta acima.
- Solteiro? Sim, estou.
- Sozinho? Depois de muitos experimentos em curto espaço de tempo, sim, também estou. Mas por opção própria.
- Orgulhoso? Claro que sim. Sempre vou ser propagador do estilo de vida que tem como elemento cerne o orgulho próprio. Sem demagogias.
- Esperançoso? Continuo sendo. Mas sejamos realistas, já começo a imaginar certas situações em que custava pensar antes. Ex.: Na falta de alguma (mulher) que se encaixe nos meus parâmetros, ficar solteiro, bem sucedido e respeitado o resto da vida me parece uma boa alternativa (seria a única que me restaria o mesmo...).
- Vontade de mudar? Estou começando a sentir a necessidade. Mas como a gente só mexe em time que perde e considero que continuo ganhando, to meio que relutando.
- Voltar atrás? Nem pensar. Segundo Van Damme: “retroceder nunca, render-se jamais!”
- Fé? Em Deus, sempre. No mundo, nas pessoas e nas mulheres... abalada.
- Satisfeito? Hahahaha... e quem é...? E além do mais: é bom ser...?
- Indecisão? Sim, sempre. Mas isso não pertence só a mim, pertence a cada ser que habita este planeta.
- Inveja básica? Vide resposta acima.
- Medo? E quem não tem? Só o Chuck Norris e o Charles Bronson que não...

- Solidão? Não gosto de admitir mas... digamos que quem eu quero (acho que) não me quer. Ou quer e não está com disponibilidade no momento.

Trocando em miúdos: digamos que eu miro muito, só não puxo o gatilho porque tenho medo de desperdiçar a munição em alvo que não sinto segurança que vou acertar...

E para terminar:

Aberto para continuar tentando, seguindo e me aprimorando como ser humano? Com toda certeza. Até porque tudo vale a pena se a alma não é pequena... segundo o que diz o guardinha do CAFF...

domingo, 18 de maio de 2008

Direitos do sexo masculino...

www.direitosdohomem.com.br

Esse ai é o site. Trata dos direitos que todo homem deveria ter e, se quiser ou não, usufruir. Verdadeiras pérolas que merecem ser listadas e comentadas, e adicionadas a outras que me brotam da cabeça, e da dos meus amigos também.

Segundo o site, todo homem tem direito de:

- Ser gordinho;
- Pegar mulher feia;
- Mijar em paz;
- Não prestar atenção no que a mulher fala;
- Ser mais baixo que sua mulher;
- Não se barbear;
- Não comer comida light;
- Viajar em uma moto;
- Tomar cerveja;
- Abraçar uma árvore;
- Não saber a escalação do Flamengo de 1981, mas fingir que sabe;
- Pedir a saideira;
- Jogar bola.

Agora, segundo eu e os meus amigos, todo homem tem direito de:

- Rir dos próprios peidos;
- Contar piada de sogra;
- Assar carne;
- Desejar sexualmente as amigas;
- Lavar o carro quantas vezes quiser;
- Chorar;
- Tirar sarro um do outro por qualquer motivo;
- Falar de futebol, carro e mulher;
- Comparar qualquer mulher a própria mãe;
- Ir ao estádio;
- Mijar no muro, na grama, no pneu, na árvore...
- Não se depilar;
- Usar as “domingueiras” rasgadas;
- Xingar o Galvão Bueno;
- Amar seus cachorros;
- Ter o Senna como seu ídolo eterno;
- Cantar música bagaceira;
- Falar palavrão;
- Palitar os dentes;
- Coçar;
- Invejar a churrasqueira que o fulano tem;
- Dormir de pijama velho;
- Não gostar do cunhado;
- Não gostar de fazer compras;
- Usar camiseta de futebol;
- Rir de cortes de cabelo ridículos;
- Não saber cozinhar, lavar e passar;
- Gostar de comida ruim;

E por fim...

- Assistir a todas as corridas e jogos que passam pela TV...

domingo, 4 de maio de 2008

Pretensões a curto, médio ou longo prazo...

Cara, que coisa incrível.
Tem coisas que a gente custa acreditar. O fato de estar querendo algo que não vejo como ter serve como exemplo. Veja bem: “não vejo” não é igual a “não posso”, há possibilidades, mas tenho certeza que é um dos maiores desafios que enfrentarei na vida, com toda esta clareza de ambições, isto porque irei fazer nem que tenha que penhorar minhas tão amadas calças justas.
Talvez por isto que tenhas tanto valor, pelo tamanho do abismo...
Ai que está o problema: não sei como ir em frente, confesso. Não tenho medo de cair, só que há tantas barreiras a derrubar antes de chegar a ti... o que não sei é se sou eu quem as coloco ou se é tu... o fato é que me considero fora dos teus parâmetros, sem nem saber quais são eles.
Podia agora escrever uma dissertação pseudo-filosofica sobre o assunto, daquelas que estou acostumado a fazer (sou o rei, e adoro isto) falando sobre possíveis pontes, sobre tentar pular o tal abismo de uma vez e me esborrachar no chão, ou descer o penhasco, atravessar a correnteza do rio, escalar o desfiladeiro e chegar ai cansado demais pra te dar atenção. Acho também que o que me falta é exatamente isto, parar de enrolar filosofando e ir direto ao assunto.
Como já deixei claro, derrepente o aspecto todo que me apaixona cada vez mais é a dificuldade que tudo isto me impõe. E será que seria justo realmente colocar-te a par que tentarei chegar até ai, no teu patamar? Não sei. Vai que realmente eu chegue cansado. De algo tenho certeza: faz tempo que não sinto saudade de alguém, muito menos alguém que não tenho nada.
Quando estou na tua presença é difícil disfarçar o interesse (não sei por que o faço), depois vou para casa sempre com uma vontade de te ligar (sem ter teu número), de falar-te qualquer coisa... de ter ficado um pouco mais na qualidade de teu ouvinte...
Sensação boa esta. Eu estava com saudade de sentir saudade, os queridos leitorinhos que agora me lêem são testemunhas e hão de concordar comigo que esta condição é tão boa...

Não havia me dado conta, mas... vou chegar até ai, nos teus parâmetros um belo dia, independente do tempo que irá demorar, e pior, sei que tu sabes (ou saberás) disto... Mas tem outra: quando finalmente chegar tu já estarás mais além... é... alegria de pobre dura pouco.
Solução do problema? Como eu faço pra descascar tamanho abacaxi? Putz. Não sei. Vou levando desta vez.

Talvez tenha que ir com calma, talvez também, tenha que ir com pressa.
E se fosse com muita sede ao pote? E se te cansasse ir tão devagar?
E a hierarquia, existe pra ti? E a hierarquia, existe só pra mim?
Tu me notas? Tu não me notas?
O que faço pra transparecer...? Será que devo?

Derrepente tenha que deixar claro, derrepente também, deixo claro cedo demais e tomo um não prévio que não seria bom... porque daí, nada mais iria para frente.

Alguns dias atrás reclamava que estava com saudade de algo que me chamasse a atenção. Na verdade já havia tu, que chamava...

Eu que estava tentando esconder pra não deixar claro que não sei o que fazer...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Pequena conversa com a leitora imaginária

Já é noite, o feriado se foi. O que eu fiz hoje? Nada. Absolutamente nada. Se isso é bom ou é ruim? É bom... é ótimo.
Vi o dia passar pela sacada do 9º andar, que é como eu chamo este lugar aqui. Tudo tem outra aparência daqui de cima. O dia, a rua, as pessoas, os carros, o clima, a cidade, a fumaça, o movimento... a velocidade que as coisas passam ou acontecem. É por isso que desperdiço meu tempo livre por aqui. Desperdiçar tempo faz bem? Claro que sim! Todos têm o direito ao ócio prazeroso. Tal qual um carro de corrida, pit-stops são necessários.
Ficaste pensando no que o dia todo? Muita coisa. Pensei em cortar o meu próprio cabelo, mas a coisa não deu muito certo. Pensei também em comer muito, sorte minha, pois a Tereza antes de ir curtir o feriado ontem fez um monte de salgados e doces. Pensei em tomar capuccino, mas não levantei daqui ainda. Pensei em te ligar, sabichona ocupada, mas não sei por que não liguei. Pensei em possibilidades, mas nenhuma delas me parece concreta. A principal coisa que pensei foi o quanto as pessoas atropelam as coisas, sem nem saber o porquê. Se pensassem mais nas responsabilidades que estão assumindo, acredito que muito sofrimento seria poupado.
Porque tu pensaste nisso? Não sei. Deve ser pelas coisas que acontecem, como tudo. Pensa bem e veja se eu não tenho razão: um casal adolescente que engravida pensou nas responsabilidades que teriam que assumir? Alguém que largou o emprego porque não gostava de algo banal, sem arranjar algo melhor antes, pensou nas responsabilidades que se tem que cumprir todo final de mês? Antes de enganar a pessoa aquela, o fulano canalha pensou nas responsabilidades que existiam em assumir um relacionamento sério? Antes de bater o carro e matar alguém, o pia aquele pensou nas responsabilidades de se dirigir bêbado? Antes de perder o sono pelo cartão de crédito estourado, pensaste na responsabilidade de fazer novas contas? Antes de falar a verdade para aquela pessoa, pensaste na responsabilidade que alguém assume quando é verdadeiro? Antes de decidir não te esforçar, pensaste nas responsabilidades que o fracasso traz? Entre tantas outras...
Tá bom. Na verdade pensei nisso porque tive contato agora à tarde com uma situação estranha... daquelas que não dá pra ficar falando muita coisa, a não ser escutar e deixar para tirar as próprias conclusões depois. E é isso que vou fazer. Pára! Fala! Tu não tem pena de mim que fiquei curiosa? Não.
Tu não tens medo de ficar chato? Na verdade tenho, mas não de ficar, sim de transparecer o quanto eu já sou. Mas não ser chato de vez em quando é por si só uma baita chatice. Mas voltando ao assunto: Pensar é bom, pensar faz bem... mas a grande maioria não gosta de pensar muito. Mas então eu proponho um consenso: Vamos todos seguir o ditado aquele, e pensar duas vezes antes de tomarmos qualquer atitude ou decisão que atinja alguém, pode ser? Se é pra ter responsabilidades, vamos ser responsáveis.

Tu ficaste sozinho o dia inteiro?

Agora tu já estas querendo saber demais... te coloca no teu lugar...