quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O alívio...

Pedrita sentiu-se péssima. Extremamente arrependida. Não tinha noção da dimensão do mal que havia feito, nem ao menos da banalidade que o motivara.
Contou-me que na época em que morava com Paulo, sentia certa inveja das amigas solteiras que saiam para a balada quase todas as noites da semana. Sentia vontade de ser como elas, livre, e de não precisar responder os seus atos a ninguém.
Queria se divertir mais, rir mais, se emocionar mais, sair da rotina. Não havia remédio para aplacar aquelas vontades a não ser mudar de vida.
Essas amigas não se mostraram nem ao menos fiéis logo após o rompimento. Costumavam mentir como se estivessem jogando. Nenhuma delas era de confiança, e este foi o primeiro choque. Reduzida a apenas mais uma amiga das amigas, pedaço novo de carne na roda da hora, a época de festas não durou muito.
Sentindo-se novamente sozinha, resolveu procurar um novo amante. Não foi difícil conseguir, um amigo qualquer de uma conhecida foi apresentado. Não interessando muito quem fosse, resolveu que aquele seria o seu novo amor.
Declarou-se apaixonada aos quatro cantos, fez juras públicas de amor eterno, e tinham de ser deste modo, públicas, pois o verdadeiro objetivo não era comemorar a felicidade, mas sim mostrar aos outros que estava feliz e satisfeita com as escolhas que havia feito.
Porém o tempo mostrou que as coisas não eram bem assim. O fantasma de Paulo continuou rondando, inclusive nos momentos mais íntimos. Na maior parte do tempo, fugia das comparações, e tentava, vezes conseguindo, convencer-se que de todo modo estava feliz e no caminho certo. Mas não estava tudo bem não.
O final de ano e a ligação telefônica serviram para reavaliar a vida, e perceber o tamanho da besteira que havia feito e que continuava a fazer.
Contou-me que, só ao sentar-se à mesa do restaurante, e olhar para os olhos de Paulo novamente, pode perceber o tamanho do erro que cometera.
Paulo se mostrou seguro. Não quis transparecer qualquer tipo de ansiedade ou nervosismo. Fumava poucos cigarros, sorvia poucos goles de chopp. Resolvera que Pedrita teria de demonstrar arrependimento antes de qualquer movimento.
E foi o que aconteceu. Não demorou muito, sob o pretexto de assistir melhor os shows que rolavam no palco logo abaixo do mezanino, Pedrita mudou de lugar e sentou-se ao lado de Paulo.
Chorou sentindo-se um monstro quando Paulo falou-lhe o tamanho do sapo que tivera que engolir este tempo todo. Percebeu, sem ele precisar falar, que pedidos de perdão garantiriam pouca percentagem de sucesso numa tentativa de reunião.
Paulo precisava destes pedidos, e de mais. Precisava ver Pedrita arrependida de seus atos, mas também garantir que ela nunca mais criaria motivos para arrepender-se.
As lágrimas serviram e caíram bem para o primeiro propósito. E se elas não houvessem caído nada haveria mudado.
Sentindo-se em posição, Paulo indagou sobre o futuro. Tinha de se certificar de certas coisas. Ela respondeu tudo de maneira sincera, e ao mesmo tempo que falava, chorava copiosamente ao perceber tamanha burrada e irresponsabilidade cometida. Sabia que merecia o interrogatório, e também sabia que Paulo merecia explicações daquilo que havia sido imposto a ele. Em determinado momento, se deu por satisfeito sem demonstrar, e ela não percebeu.

Ele não pode negar carinho com tamanha tristeza e auto-decepção latente. Faz parte da atitude de um grande homem oferecer conforto. Viraram-se de frente, e ela abraçou-o encostando a cabeça em seu peito. O próximo passo não demorou a acontecer. Beijaram-se lacrimejando, beijaram-se em meio a grandes suspiros.

Passados alguns tempos, o momento ainda se mostra muito feliz.
Procuraram-me para contar o ocorrido.
Prontamente atendido no pedido de publicação da historia do reencontro, fiz a pergunta derradeira:

Qual o sentimento que fica após o reate?

- “O de alivio”... - Responderam-me.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O reate...

O Paulo e a Pedrita reataram.
Reataram. Simples assim. Pegando todos de surpresa.
Para nós, amigos do casal, isto é ótimo. Torcíamos para que acontecesse.
Pedrita conta que procurou Paulo durante as festas de final de ano, a princípio para desejar-lhe felicidades para o ano novo que se iniciava. Ligou para o celular dele, e o encontrou em meio a uma festa enormemente barulhenta (muitas vozes femininas). Disse-me que Paulo foi super frio ao telefone, não bravo, mas frio, deixando claro através do tom de voz e das palavras dispersivas que não fazia mais questão alguma de nem ao menos manter contato.
- “Foi um choque”. – Diz ela.
Confessou-me que naquele momento, diante de uma prova concreta de que Paulo já a havia esquecido, sentiu uma saudade tremenda e absurda dele. Como se todo aquele amor e desejo do início houvesse voltado subitamente. Logo ela que entrou com o pé no acordo. Até então ela havia tido a certeza de que ele, como havia sido o “deixado” da história, a amava incondicionalmente até hoje, e que se ela quisesse, um simples aceno de reate da relação seria prontamente atendido. Contou-me que até aquele telefonema, tentava convencer-se, com êxito, de que não sentia mais nada pelo Paulo, e de que ele apenas fazia parte de um capítulo, já vivido, de sua vida. Prova do poder que temos de nos enganar.
Alguns momentos após, tentou ligar novamente. Desta vez a resposta foi a caixa postal...
Entrou o ano pensando no Paulo, e no quanto ele lhe fazia falta. Detalhe: ela estava acompanhada do atual namorado, que se mostrava um bom homem segundo ela, mas que não chegava nem perto da pessoa e do amante que o Paulo era. Alias, a paixão que ela tinha pelo Paulo era muito maior do que a pelo vivente. Não havia comparação sobre isto, e mesmo que houvesse, inconscientemente ela fugia da berlinda entre os dois feito o diabo da cruz. Temia que o resultado não apoiasse as suas escolhas. Simplesmente não admitia o erro que cometera, em deixar o Paulo porque achava tudo um marasmo.
O Paulo me conta que sempre amou a Pedrita. Desde o início do relacionamento, o final doloroso, o período que ambos ficaram separados e agora, juntos novamente. Nunca se passou um dia sequer em que ele não pensou nela com carinho e saudade. Mas após um período de luto, resolveu que a esperança não deveria ser mais nutrida, e a vida teria de continuar, dependendo apenas dele para ser feliz. Deu o passo a frente e esforçou-se para esquecê-la. Sem êxito, por óbvio. A única coisa que conseguiu foi atender a um telefonema dela no ano-novo de maneira a dar a entender que não queria mais viver a mercê das suas vontades, e transparecer que nem ao menos lembrava direito dela. Pura mentira.
O que ninguém imagina é que após aquele telefonema, ele foi à varanda do apartamento onde estava festejando a virada, e chorou. Chorou de arrependimento pelo que tinha feito, pela maneira que havia tratado o amor de sua vida ao telefone. Pensou no quanto foi burro em ser indiferente, até porque em sua cabeça, se ele se mostrasse fácil e aberto, ela poderia resolver voltar, e era o que ele queria. Chorou de saudades, de dor, de vontade de voltar atrás, num curto e num longo espaço de tempo. Ao mesmo tempo sentia-se feliz por ter sido coerente com o sofrimento que ela o havia imposto. Não dera o braço a torcer... e isto era o que interessava.
Teve medo no momento em que o telefone tocou novamente, e não atendeu. Não abriu mão de seu orgulho, que tanto deixara de lado quando no passado, implorava para retornar. Era o que tinha de fazer para se proteger.
Mas o efeito de sua atitude foi inesperado. Foi justamente aquele tratamento indiferente que fez Pedrita liberar-se de seus freios, e admitir que realmente, o Paulo sempre fora o cara, o homem, o amante, o amor.
Alguns dias se passaram, e ela ligou novamente, pedindo uma chance para conversar. Paulo disse que sim, mas que tinha medo de se ferir novamente, e só concordaria na garantia dela de que isso não iria mais acontecer.

Ela garantiu. E vai cumprir.

Por vezes, quando as coisas acabam dando certo inesperadamente, ainda escuto a história aquela de que Deus escreve certo por linhas tortas. E é verdade.
Precisou sentir-se indesejada para Pedrita admitir o seu desejo. Precisou transparecer não desejar mais para que Paulo recebesse o desejo dela de volta.

Aquele relacionamento, ambos sabem, acabou. Outro se inicia agora, com pessoas iguais e diferentes ao mesmo tempo. Do jeito que deve ser.

E eles serão felizes.

Muito mais do que foram antes.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Imortal... apesar de dizermos que não.

Desculpem-me pelo silêncio queridos leitores.
Não sou muito de locar DVD’s, apesar de gostar muito de assisti-los. Durante o final de semana passado, um casal de amigos me emprestou um filme que a muito tinha vontade de ver. Chama-se: “PS: Eu te amo”, filme que promete – e cumpre – lágrimas em quantidade industrial.
O que ocorreu é que sem medo algum de admitir, chorei feito criança do inicio ao final. E a semana inteira praticamente fiquei em bloqueio com as palavras por conta disto.
Se tu já assististe à película, sabe que a mesma gira em torno de um casal de jovens adultos – Holly e Gerry - que vivem um casamento em sua primeira década de existência, mas que tragicamente acaba interrompido pela morte de um deles. O desenrolar se dá em torno do integrante que ficou no plano terreno, todo o seu sofrimento e luto por conta da ausência não desejada da personificação de seu amor.
Amor e morte.
Sentimentos conflitantes, mas nem por isso antagônicos.
O amor e a morte. O amor na morte. A morte no amor. A morte do amor.
Ambos em seu fim representam um luto único que não se supera, apenas se contorna para seguir em frente. O filme trata justamente da união destes dois lutos: a impossibilidade de saciar o amor por conta da morte do ente amado. São duas dores, dois sofrimentos, dois motivos para sentir saudade de uma mesma pessoa. A tragédia insuperável. A tristeza sublime. O término definitivo. O sofrimento ao quadrado.
A palavra fim, segundo o Michaelis, entre outras coisas significa “morte, interrupção inesperada, grande transtorno do tempo que causa aflição, grande confusão”.
Nem o filme, nem eu neste momento, temos a pretensão de contrariar o dicionário. Em parte.
- “Mas o amor acaba após a morte...”? – Pergunta-me você.
Não acaba nunca, assim como no término de um relacionamento. Com o tempo o sofrimento da não saciedade apenas ameniza, deixa até que vivemos um novo amor. Mas o desejo pelo indivíduo sempre vai estar ali, tal qual um vício adquirido ou uma dependência química qualquer. É a história aquela do dói, mas passa.

Mas o que é que passa...?

O amor ou a crise de abstinência extremamente dolorida que ele gera...?

Penso que talvez não seja o amor que passe, que acabe, que não se sinta mais. Mas sim, é a dependência que ele nos impõe, que com o remédio ministrado pelo tempo, ameniza, tranquiliza, acalma. E passa.

Mas então quer dizer que nunca deixamos de amar o que amamos...? O sentimento nunca acaba...? Nunca morre...? Apenas passamos a não depender mais dele...?

Assista ao filme.

E pergunte para Holly...

domingo, 18 de janeiro de 2009

I like to be somebody's Gerry.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Medo de cair...

Não me recordo se já comentei isto com vocês, mas eu tenho fobia à altura.
Não é bem a altura, é mais a sensação de estar caindo. Verdadeiro horror. Tenho tremores nas pernas só de imaginar.
Vivo em um apartamento de sacadas amplas e que fica no 9º andar de meu prédio. A sacada em si não me traz grandes desafios, nem o ato de olhar para baixo, mas a simples menção de movimento em direção a rua me faz vertiginar. Certa feita, fui pular de uma cachoeira de 4 metros de altura aqui do interior, e tive de fazer uma lavagem cerebral de 30 minutos até conseguir reunir coragem. O tempo em que fiquei no ar não passou de um segundo, mas a desagradável sensação de estar caindo foi tão marcante que a sinto até hoje. Pulei e caí uma vez, e nunca mais pularei.
Parque de diversões então, é um local que não me traz grandes atrativos, isto porque a maioria dos brinquedos apela para esta sensação corpórea. Não agrada nem um pouco me imaginar em uma montanha russa ou em um elevador em queda livre. Nestes casos sou barrão sim, e admito. Fico no carro-choque e na casa dos horrores com o maior prazer do mundo. Tenho de estar no chão, necessito dele, e sou feliz por isto.
Algumas pessoas me perguntam se eu tive algum trauma de infância, ou se tenho sonhos recorrentes onde o chão some debaixo dos meus pés. Nem um nem outro, nunca caí de lugar algum, nem em sonho.
Outros tentam me explicar que esta fobia vem de vidas passadas, e que provavelmente em uma delas, a encarnação tenha acabado em decorrência de uma queda. Pelo sim, pelo não, prefiro acreditar que eu nunca caí, nem nestas vidas passadas que (sem desmerecimento as crenças de ninguém) os outros dizem que existiram, nem na atual.
Existem algumas situações que não nos trazem prazer nem em imaginação, e isto é fato.
Em certas fases de nossa vida temos a certeza absoluta de estarmos vivendo em um ciclo momentâneo. Dizem por ai que a vida é dividida neles, e que dentro dos mesmos alguns sentimentos mudam de valor, coisa como hoje gostar do estado suspenso da paixão, daqui a algum tempo não, sentir medo de se apaixonar, daqui a algum tempo não. Os temores mudam, as indiferenças também, as perspectivas e desejos idem.
Vivo em um ciclo que espero estar se fechando em pouco tempo (ou o mais rápido possível, para ser mais exato), pois sempre acreditei que temos controle sobre a velocidade do tempo nestes casos.
O meu medo de cair não vem do ciclo da infância. Recordo-me muito claramente de me arriscar pelo lado de fora de janelas e sacadas altas nas casas e apartamentos dos meus vizinhos. O monstro foi crescendo com o tempo, motivado e alimentado sabe-se lá pelo quê.
O meu temor de me apaixonar também não vem da infância. Quando mais jovem, vivia correndo atrás desta sensação sem explicações ou parâmetros, e o fato de estar junto de alguém me significava vitória. Hoje significa perigo.
Isto pode ser mudado, tenho a mais absoluta certeza. Faltam achar o caminho certo, as ferramentas e os procedimentos corretos para que este pequeno desvio no caminho seja concertado.

Não tenho a mínima vontade de perder o medo de cair, e isto eu nunca vou me esforçar para concertar.

Contudo, quero me apaixonar novamente, e o primeiro passo para isto estou dando.

Ter a tal vontade de perder o medo.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009


A partir deste post, vou me utilizar de outro recurso neste blog.
A fotografia.
Desde já convido-os a participar, deixando suas impressões pessoais sobre as imagens, sejam elas de qualquer tipo, sentido ou espécie. O objetivo disto é colher o máximo de diversidade nas percepções que as mesmas nos passam.
A proposta é a seguinte:
- As fotos serão SEMPRE de autoria minha, me utilizando apenas da minha camera digital velha;
- Serão públicadas apenas as fotos, solitárias, sem qualquer tipo de informação quanto aos envolvidos, locais, datas, etc...;
- Todas elas terão prévia autorização de utilização de imagem;
- Retratar através de imagens, o que venho fazendo através apenas das palavras: a vida, a rotina, os sentimentos e as emoções de um jovem-adulto...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Fruto da mudança de idéia...

Confesso que o meu artigo de hoje seria algo forte, como um xingamento, um tapa na cara de quem sofre parado e teima em não se mecher, achando que sofrimento se cura deixando passar.
Mas desisti no meio do caminho.
Até porque me percebi que a tal sacudida que em alguns momentos se mostra necessária, eu não tenho competência de dar através de palavras escritas. O único que me lembro que fazia isso com competência era o Renato Russo, e como se pode perceber... to longe de ser como ele.
A gente tem que abaixar a bola de vez em quando. Reconhecer que o texto tá uma merda e que não alcança os seus objetivos. Hoje estava disposto a fazer as vezes de “homem mau”, ia xingar todo mundo, como se pessoalmente gritasse com alguém para que tome uma atitude e largue o sofrimentozinho prazeroso que certas dores proporcionam.
Ao invés disto, e graças a um tempinho que dei entre terminar e publicar o texto no blog, percebi que o que devo oferecer a estas pessoas não é a minha fúria, mas sim o meu olhar terno, o meu ombro redondo, meu peito e meu carinho que nunca cessa, justamente o que falta para elas. Se a pessoa sofre, é porque se condena de alguma maneira, e não vou ser eu quem vai julgar e condenar junto. Sou bom com sorrisos, com afagos, com palavras educadas, mas que atingem seus objetivos.
Pois então, já que o discurso forte ia ser um fracasso, vou seguir no sentido contrário, farei algo ameno, tal qual o complexo vitamínico que tomo agora, momentos antes de ir malhar.
Muitas vezes me perguntei qual é o principal combatente do pessimismo, e talvez eu tenha achado a resposta...

O otimismo. Hahahahaha...

Coisa muito básica né...?
Ai é que tu te enganas...
Tu sabes como que a gente faz pra ser otimista...?
...Imaginei que não. Acompanhe o raciocínio comigo:
Pisar no freio eu sei que é necessário. Olhar envolta e avaliar a situação também. Talvez arriscar e escolher um caminho a se seguir... pode ser que sim. Mas para isso necessitamos de confirmações de que aquele caminho vai dar onde a gente imagina. E nestas horas que o ombro amigo entra, para que a escolha seja feita de maneira mais tranqüila, mais fácil. Ai só falta ligar o motor, engatar a primeira e acelerar. Mas com valentia, senão é tempo perdido.
Gente, estrada esburacada existe, pneu que fure também, motor que ferva, vidro que entre água... tudo isso é natural. O carro estraga às vezes também, sem falar nos outros motoristas que teimam em nos fechar. Vá à velocidade que tu achares confortável, mas respeite os limites, pois algum acidente grave pode acontecer. Durante a noite, na escuridão, procure não rodar, se mesmo assim constatares que tens que seguir, ligue os faróis, diminua a velocidade e vá com cuidado.

A singela mensagem de hoje, apesar de ter mudado todo o texto, é esta: não desista, siga em frente, não pare agora. Sabes que tem muito caminho pela frente, e que esse caminho pode ser feliz. Tenha força, te abastece com o combustível que melhor serve no teu tanque e vai. Tudo vai dar certo, o amanhã há de ser melhor e todos os problemas não vão ser nada no futuro.
De onde vem o otimismo?
Da esperança.
Como se conquista a esperança?
Lutando. Insistindo até o final.
Por isso tens de secar as lagrimas, olhar janela a fora e tomar fôlego. Vai lá, dorme uma noite de sono bom, descansa, abraça os teus, bebe algo (seja uma caneca de leite morno ou um porre homérico), ri um pouco, te alimenta do que tu mais gosta e depois volta. Volta ao batente, volta à luta. Ergue os punhos e tenha coragem. Não te entrega.

E se por um acaso tu te perderes no caminho.

Peça ajuda. Não é demérito pra ninguém.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Aviso natural...

Já comentei com ustedes que durante o meu tempo de férias costumo ler muito, não?
Pois é, leio bastante. São os únicos dias do ano que adquiro o hábito diário e salutar da leitura.
Que pena que dura pouco, mas mesmo assim, o estoque de revistas e livros que compro nesta época acaba por me informar de coisas que nem imaginava existir.
Uma delas foi uma reportagem que li na Superinteressante, sobre pessoas que por conta de uma disfunção que a princípio é genética, não sentem qualquer tipo de dor física. Esse pessoal tem completa ausência de sensibilidade à dor, seja ela de qualquer origem.
Isso mesmo. Não sentem dor. Nem frio, nem calor, nem sede, nem fome...
Já imaginaram isto?
A reportagem dava o exemplo de um menino de poucos anos de idade que era atração de circo. Seu pai oferecia seus braços para que felizes e perplexos espectadores pregassem pregos de 20 centímetros de comprimento neles...
Dizem que estas pessoas podem estar em condições extremas, como dentro de um freezer, de um forno, passar dias sem comer nem beber, tomarem uma facada ou serem baleados que nem piscar piscam. E acreditem, isto é real.
Não é o que todo amante de histórias de super-heróis gostaria de ser? Imune a dor como o Super-Homem? Como o Hulk? Poder ser ferido e não sentir nadica-de-nada?

Mas pérai... não é também o que todos nós gostaríamos de ser no que tange aos nossos sentimentos...? Imunes a qualquer tipo de dor que sintamos...? Imunes a qualquer tipo de mal que nos façam?
Claro que é! Já imaginou que maravilha? Nunca mais sofrer... nunca mais chorar por ninguém... nunca mais nos humilhar em troco de alguma atitude-analgésica da outra pessoa que traga um pouco de alento para aquele tipo de dor dilacerante que teima em não passar...
Seria o paraíso.
Se eu tivesse este dom, confesso que muita coisa teria sido diferente, muitas lágrimas não teriam sido derramadas, muito momentos de tristeza não teriam acontecido e muito sofrimento que senti não teria nem ao menos feito cosquinhas.

Continuando a ler a reportagem, descobri que as pessoas que são imunes à dor física vivem no máximo até os 20 anos de idade. Isto porque o fato de não sentirem dor acaba por fazê-los se machucarem sem nem ao menos perceber isto. Naquelas páginas havia o relato de um menino brasileiro que usava óculos de mergulhador para evitar que ficasse cego, pois cutucava o seu olho sem parar até quase estourá-lo, e que também fazia exames gerais e minuciosos a cada mês que vasculhavam seu organismo em busca de algum vírus ou doença não diagnosticada, pois já que não sentia dor alguma, qualquer coisinha poderia levá-lo até a morte sem qualquer aviso prévio.
Em outras palavras, as pessoas se machucam sem querer, adoecem sem saber, definham sem doer e morrem sem nem ao menos perceber. Não há como se tratar e não há como prevenir que se machuquem, o organismo simplesmente nunca avisa que algo está errado.
E esta é a definição da dor. É uma defesa que temos, é um aviso natural. É a maneira que nosso corpo e nossa mente têm de nos avisar que algo está errado. Se a perna dói, é porque há algo de errado com a perna, se as costas doem, é porque há algo de errado com as costas, se a cabeça dói, é porque há algo de errado com a cabeça...
... se o coração dói, é porque existe algo de errado que deve ser tratado...

Por vezes nossa vida dói. Mas não deveríamos enxergar isto como uma coisa tão ruim assim a ponto de perdermos as esperanças.

Ela apenas está nos avisando que há algo que não vai bem, que precisa de tratamento, de concerto. Se não doesse tu nunca ias perceber que algo não está como deveria... e isto ia te consumir até a morte sem nem tu perceberes.

Então vai lá, levante a cabeça. Busque forças. Busque ajuda se necessário.

Trate o que está doendo.

domingo, 4 de janeiro de 2009

1001 discos...

Este outro convite recebi da Mônica Guinle (http://blogs.abril.com.br/humanopossivel), e consiste em um proposta um tanto curiosa. Mas antes de tudo, aviso que estou estendendo o convite novamente a todos que estão me lendo agora. Vamos ao que me (nos) é proposto:

*Pegar o livro mais próximo;
*Abrir na página 161;
*Procurar a 5º frase completa;
*Colocar a frase no blog;
*Não escolher a melhor frase nem o melhor livro.

Vamos à frase:

“Ele queria ser notado – mas não precisava ter se preocupado: a música era boa o suficiente para chamar a atenção”.

É a quinta frase completa da página 161 do livro 1001 Discos para ouvir antes de morrer, livro este escrito por Michael Lydon (co-fundador da revista Rolling Stone) e Robert Dimery, seu editor chefe. Ganhei este livro de natal do meu irmão, e confesso que se tornou um hábito consultá-lo sempre que escuto alguma banda ou disco que não conheço.
Para quem é amante da música, assim como eu, recomendo veementemente. Garante boas horas de diversão e informação.

Fico por aqui neste domingo. Vejo vocês a partir de amanhã...

Já que as minhas férias acabaram antecipadamente... por conta da chuva em Santa Catarina...

Faças por merecer o que desejas...

Estou de volta neste início de 2009. E antes de qualquer coisa, aceitarei o convite que recebi da Red (http://blogs.abril.com.br/procurandoorgasmos) para fazer uma simples lista sobre o que desejo neste ano que se inicia. Serve para muitas coisas, incluso para os descrentes no futuro encontrarem o caminho novamente...

Regras básicas:

*Listar 5 coisas que tu mais queres em 2009. Sejam elas de qualquer gênero, número, espécie, sentimento e matéria, sejam para ti ou para todos.
*Convide 5 amigos para participar.
(Aqui devo fazer um adendo: me permito não seguir esta regra. Não da maneira que ela foi instituída. Não convidarei ninguém especificamente, estenderei o convite a todos que lêem-me agora. O exercício é bom, façam).

Vamos aos meus desejos:

- Que neste 2009... ninguém vá embora. Tenho um medo absurdo de que meus entes queridos possam se ir por algo que sofra influência minha. Seja esta perda da maneira que for. Que neste ano nada disto aconteça.

- Saúde e boa forma. Neste ano reiniciarei a minha saga em busca da beleza física e da boa disposição. Claro que me motivo não porque simplesmente um ano novo se iniciou, mas sim porque adquiri alguns quilos (pança) durante o veraneio... e tinha muita gente por lá que estava muito melhor que eu. Já está mais do que na hora de tomar vergonha na cara e voltar a entrar numa academia.

- Dinheiro. Quero chegar a um novo patamar de administração dos recursos financeiros pessoais. Talvez investir em algo diferente. O que eu quero é poder ter mais dinheiro para que meus sonhos de consumo possam sair do campo do sonho.

- Voltar para a atividade que me leva estudar os humanos (incluso eu) como nenhuma outra. A terapia.

- Rir mais. O riso é essencial para muita coisa. Mas por mais incrível que pareça, só nós podemos nos permitir a rir.

Entendo que para muitos o fato de fazer listas de final de ano parece algo banal ou simplesmente... chiste de gente simples, crente em mudanças que se motivam nesta época do ano. Mas olhe... acredito realmente que estas mudanças são de nossa inteira responsabilidade, baseado nisto, podes ler novamente os meus cinco desejos e com toda certeza perceberás que todos eles dependem única e exclusivamente... de mim.
E é esta a mensagem que deixo para ti neste começo de ano.

A coisa precisa ser diferente? A vida está seguindo caminhos que não são exatamente os desejados? Não consegues saber mais o que fazer para que as coisas mudem?

Faças por onde. Faças por merecer. Faças o que tens de fazer para que possas garantir o que tanto desejas. Tudo depende apenas de ti.

Pense nisto.