terça-feira, 30 de outubro de 2007

Ignorância de quem usa cartolas

O Brasil vai sediar a copa. Hoje confirmaram. Que bom. Mais do que bom, que ótimo.
Digo isto não pelo fato de que teremos os mais festejados jogos de futebol no quintal de nossa casa, que por si só já seriam motivo de total alegria. Digo, pois creio piamente que nesses sete anos que faltam para a copa do mundo de 2014, muita coisa neste país vai melhorar. Ou melhor, muita coisa vai ter que melhorar obrigatoriamente, e quem colhe os louros disso somos nós, povo brasileiro.
Sinceramente, havemos de concordar que se a copa fosse hoje, não haveria nem como querer realizar tais jogos por aqui. Não há estrutura, e não estou falando apenas de arquibancadas ou salas de imprensa, estou falando de segurança, trânsito, hospitais, rede hoteleira, e tantas outras coisas. Isto vai melhorar muito até lá. Há esta obrigação agora, de que haja vontade política para que as coisas ocorram.
Mas tem coisas que sinceramente, me deixam muito triste e sensibilizado. Falo agora não como torcedor, nem como gaúcho, mas como ser humano que zela pelo bem estar e segurança não só de si ou de seus entes queridos, mas de todos, e que cobra de qualquer um que seja, gremista ou colorado, retratação por atitudes que venham a causar problemas ao próximo.
Com o tempo considero que evolui como torcedor. Não que tenha deixado a paixão pelo meu clube de lado, mas o que deixei de lado foi o fanatismo horrendo e doentio que tinha. Explico: deixei de pensar que o time para qual torço é algo que seja tão determinante assim... me trás alegrias e tristezas claro, mas não é nada que justifique um dia de mau humor por exemplo. Mas sem enrolar muito, vou direto ao ponto.
Tem outra coisa que eu gostaria de ver mudada, que também é motivo de preocupação social não só por parte de autoridades, mas também por inúmeros pais e mães que estão por ai, preocupados com o fato de seus filhos estarem indo para os estádios assistirem jogos de futebol. Não estou falando da violência em si, mas sim do que a antecede: rivalidade futebolística.
Li uma notícia agora que me deixou profundamente consternado. Um cartola gaúcho, Sr. Vitório Píffero, deu uma infeliz declaração enfogueirando ainda mais a rivalidade já periclitante entre os torcedores da dupla Gre-Nal. Disse que a copa do mundo é um orgulho não só brasileiro e gaúcho, mas principalmente colorado. Disse mais ainda, que o fato de o Beira-Rio ser uma das prováveis sedes dos jogos é algo que desperta a mais profunda ira e inveja do clube rival. Vou frisar novamente: o que escreverei agora não é escrito por um torcedor, mas sim por um ser humano.
Sr. Vitório: O Senhor ou seus filhos, freqüentam as arquibancadas do beira-rio, ou do olímpico monumental? O Senhor ou seus filhos, andam pelas ruas em dias de jogos, vestindo camisetas dos clubes para os quais torcem? O Senhor ou seus filhos, estão a par da tamanha violência e periculosidade que é hoje em dia, falar sobre futebol em qualquer lugar que seja? O senhor sabe o que está acontecendo? Sinceramente, não acredito que saiba. Se soubesse, não falaria o que fala.
A rivalidade hoje é tamanha, mas tamanha, que ou pessoas de bom senso param de falar sobre futebol, ou passam perigo discutindo, entende? As pessoas nas ruas perderam o juízo do que é aceitável nestes casos. Não é raro ou incomum que alguns até percam suas vidas em discussões bobas, ou agressões que são motivadas pelo simples fato de estarem vestindo uma camiseta que representa a sua preferência futebolística.
Respeitado Presidente, peço não só ao Senhor, mas sim também a todos que neste momento estão lendo este artigo, que pensem a respeito das declarações proferidas através da imprensa. O reflexo disto pode ser, por exemplo, a morte de alguém, que vem a participar de alguma discussão inflamada no boteco da esquina, inflamado e incitado pela noticia que leu no jornal, onde o seu presidente de clube ridiculariza o lado contrario pelo grande fato de seu estádio estar talvez entre um dos escolhidos para sediar uma copa do mundo. Esta morte é justificável? Isto pode ser considerado normal?
Não. E não há nada que me convença do contrário. Futebol é motivo de alegrias e entretenimentos. Não é motivo para qualquer manifestação infeliz que incita a violência, e possíveis mortes até. Não é mesmo.

Já perdi amigos nesta guerra, alguns gremistas, alguns colorados, todos iguais em meu coração. Todos foram mortos por discussões banais e violência totalmente desnecessária, que decorria dessa rivalidade doentia que existe entre nós, seres humanos pensantes, gaúchos e torcedores da dupla Gre-Nal.
Uma parcela de culpa é sim Senhor, dos senhores colorados e gremistas, que acham que suas palavras não vão ecoar por ai, na cabeça oca dos torcedores mais fanáticos, aqueles que agem como animais, e gostam de uma boa briga motivada-por-motivo-algum...

Espero sinceramente, que esta Copa do Mundo seja otimamente sediada onde quer que seja, no Beira-Rio, na Arena Gremista, ou no estádio do Sapucaiense. E que nós, o povo gaúcho, tenhamos as melhores condições possíveis para acompanhar este evento que pode ser classificado como um dos mais importantes mundialmente. Mas o que realmente espero, é que desperte a consciência na cabeça de todos, de que a vida humana e o bem estar geral é o que mais vale.

E também que nossos cartolas, que mais parecem quepes sujos de graxa, tomem consciência disto...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Da série: "Mistérios do corpo humano" - O retorno...

Voltei para esta série. Atendendo a inúmeros pedidos...
E como de praxe, escreverei sobre um assunto que é quase inesgotável: os efeitos do álcool no nosso organismo...

A primeira pergunta foi feita por uma amiga, que no exato momento estava assistindo um desenho do Pica-Pau onde o São Bernardo com o barrilzinho no pescoço socorria alguém que estava congelando.

- “Realmente a bebida alcoólica faz o corpo esquentar”?

Infelizmente, não. Para se aquecer qualquer tipo de bebida não serve para nada. Na verdade, como ela retira um pouco a capacidade dos nossos sentidos, o seu consumo quando se está passando frio tem por conseqüência amortecer um pouco o nosso tato. Já explico o porquê, mas já vou dizendo que aquela situação clássica do desenho, não existe. O que acontece é justamente o contrário, o consumo de bebidas alcoólicas pode ser perigosíssimo nas condições de extremo frio, já que ele diminui a circulação de sangue, o que aumenta a perda de calor e piora em casos de congelamento. Mas com a baixa circulação de sangue, nossos sentidos “desaceleram” por assim dizer, e perdemos um pouco a capacidade de sentir frio e calor.

Esta outra pergunta me foi feita pela parentada Italiana lá de Guaporé, que adora beber vinho e bradar a todos os ventos que estão, ao invés de procurando se entorpecer, cuidando de suas respectivas saúdes.

- “É verdade que vinho faz bem para o coração”?

Confesso que esta resposta eu já sabia, e imagino que todos tem uma certa noção, até porque está idéia é amplamente difundida. Todo mundo escutou ou conhece alguém que ouviu do médico que um cálice de vinho durante as refeições pode prevenir infartos.
O que existe de concreto são estudos de campo que atestam que os povos que mais ingerem vinhos, os europeus, apesar da dieta riquíssima em gordura e de serem em sua maioria fumantes compulsivos e inveterados, tem em sua população geral um número de doenças cardíacas muito abaixo do esperado.
É obvio que o consumo moderado de vinho, ou de bebidas alcoólicas, está intimamente ligado a este fato, e há continuações: o vinho também está associado à redução do risco de desenvolver alguns tipos de câncer, arteriosclerose e até mesmo gripes e pneumonias.

Agora, não dá pra exagerar viu gente...

Não vamos fazer como o famigerado tio aquele, que bebe duas garrafas de vinho a cada refeição... e ainda diz, com a maior cara lavada que foi o médico que mandou.

Ele argumenta dizendo que “a cama pode até rodar, mas que eu não terei ataque cardíaco enquanto roda, não terei...”

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Pensando em ti, minha Véia...

Segunda feira, oito horas da manhã, e já estou com saudades de ti. Com vontade de te ver.
A vida está mudando, já não é mais a mesma. Parece que as coisas, estando sozinho apenas, já não são mais inteiras. A falta que sinto de ti é a memória que meus sentimentos bons possuem, é algo que não me traz estranheza, mas nunca deixa de ser estranha. É algo impalpável, invisível, inodora, mas você a sente, sabe que ela está contigo, e a dor gostosa que ela causa é algo que não tem outra maneira como acalmar, apenas te reencontrando ou na tua presença.
Por vezes, sinto saudade do cheiro ótimo dos teus cabelos, do gosto, dos carinhos que me fazes, da tua cara de sono, do calor do teu rosto e do teu oi. Mas o mais engraçado é que mesmo quando a saudade vai embora, eu sinto saudades da própria saudade. Mas nesse caso ela não transborda nem me escorre pelos olhos... muito pelo contrário. Acabo sempre com aquele olhar...
Isso porque ela nunca deixa de ser uma lembrança nostálgica, mesmo que seja assim, de um par de horas atrás. E por mais que neguemos, não é só o museu que vive de passado, como ele, vivemos das lembranças presentes que o passado nos coloca minuto após minuto.
É claro, a saudade precisa de distancia para crescer, mas apesar da mesma, saber que estar tão próximo através de ti é reconfortante, até porque a distancia separa os olhares, mas não os sentimentos bons. A ausência aumenta as paixões, nos torna pessoas mais macias e fáceis. Pode até ser complicado de lidar, mas se encaminhar sempre de maneira correta, trás benefícios. Saudade nos desperta e relembra coisas a muito guardadas no fundo das gavetas de onde os sentimentos são criados, movimenta lados que já nem percebíamos que tínhamos ou que podíamos vir a chacoalhar um dia.
A tua distancia me causa saudades, mas não me causa esquecimento. Até porque só esquecemos o que não sentimos, e o sentimento vem do lugar diferente que a razão. A saudade é um sentimento que não é provido da razão.
Aquele que inventou a distancia, não conhecia a saudade, e muito menos os seus dois lados, o prazeroso e o sofrido. E a diferença entre os dois pode ser definida pelo nível de ausência. A saudade acontece em decorrência da ausência, todos sabem, mas é a ausência com ao menos perspectivas de definitiva que acaba por fazer sofrer sentindo imensa falta. E como dói. Mas passa. Não que esquecemos, mas apenas aprendemos a viver sem. Para sempre é muito tempo, e o tempo só pára através da falta, que um dia ameniza... mas enfim... esse não é nem de perto o nosso caso, mas era algo que eu queria te dizer mesmo assim...
Voltando a nós, ter saudade é muito melhor do que caminhar sozinho. Não importa se tu estas à apenas algumas quadras de mim, ou se estas do outro lado do estado, o que importa é que tu existes e fazes parte do contexto atual de minha vida, e sentir falta de ti chega a ter gosto doce...
Ensinaram-me uma vez: Viver de maneira que nossa presença não seja notada, mas que nossa ausência seja sentida, fazer de nossa ausência o bastante para que alguém sinta nossa falta, mas sem prolongá-la demais, porque este alguém pode aprender a viver sem.

Em cada momento há contido um pensamento. E em cada pensamento, há uma saudade. Em cada saudade que sinto, te vejo... quando te vejo, renovo minhas esperanças...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Frases urbanas...

Frases e palavras simples, que são as que mais ouvimos na rotina urbana. Garanto que todos nós já as escutamos alguma vez na vida, seja de quem for:

- “Será que chove”?
- “Pamonha! Pamonha! Pamonha fresquinha”!
- “Como tá frio hoje”!
- “Aposto que é só uma garoa...”.
- “Ué! Tá chovendo”?
- “Que calor né”?
- “Vem, vem, pode vim, agora, isso, desfaz, desfaz...”!
- “Alô”!
- “Passinho pro fundo do carro ae, por favor”!
- “O que seria”?
- “Que mais pro senhor”?
- “Bom dia, vai para onde”?
- “Que dia que é hoje mesmo”?
- “Não entendi...”.
- “Não tem, acabou”.
- “Onde que tá”?
- “Ai que canseira... to com uma preguiça”!
- “Mas eu não consigo...”.
- “Tem mais é que matar mesmo”!
- “Sejamos realistas...”.
- “Quer um cafezinho”?
- “O senhor nos perdoe, mas o sistema está fora do ar...”.
- “Me caiu os butiá do bolso”!
- “Tu vem sempre aqui”?
- “Sabe onde que é”?
- “Amor da minha vida, minha patente entupida...”.
- “Tem prova hoje”?
- “Me dá uma carona”?
- “Tem fogo”?
- “To fudido e mal pago”!
- “Que cheiro ruim...”.
- “E o teu time, como tá”?
- “Já to atrasado...”
- “Tem uma moedinha ai tio”?
- “Puta que pariu, agora fudeu”!
- “Bah, que gostosa”!
- “Qual o andar”?
- “Quer com alho e pimenta”?
- “Mas será o pé do benedito...”!
- “Mas nem fudendo que eu faço isso...”!
- “Eu não sei como que faz...”.
- “Lá vem o caminhão do gás... gás, da Liquigás...”.
- “Olha o piiiicoooléééé cremôs....”!
- “Ceva, refri e águaaaa...”!
- “Ai como eu to gorda...”.
- “Habilitação e documentos do veículo, por favor...”.
- “Leva um casaquinho...”.
- “O que não mata engorda”.
- “Se for, já foi”!
- “Ai páraaaaa”!
- “Nem te conto o que aconteceu... to com uma saindo do forno...”.
- “Deixa de ser chato guri”!
- “Cedêêêêê! Devedêêêêêê...”!

E a clássica:

- “Compro vale! Vendo vale”!

domingo, 14 de outubro de 2007

Pérolas do Perfil...

Eu nunca havia jogado “Perfil”.
Vocês conhecem?
É um jogo que envolve alguns participantes envolta de um tabuleiro, dicas, adivinhações e muita cultura inútil, aquele tipo de cultura que geralmente quem faz muita palavra cruzada acumula.
Gostei, o jogo é ótimo. To pensando até em comprar um pra mim. Não só porque o jogo em si é divertido, mas também porque as pérolas que saem durante as horas gastas jogando são realmente... pérolas.
Enfim, sexta agora eu cheguei a anotar as que saíram. E aqui vai a lista das mesmas, acompanhadas de seus respectivos autores:

- “O avião e o dirigível foram inventados na década de 60...”. – Paulo, perdido no ar...
- “Célebro algo”. – Marcelo, querendo dizer que algo era celebrado...
- “Autor? Seria o Adriano Suassena?” – Pedrita, querendo falar sobre Ariano Suassuna...
- “Buceta e Camisinha causam danos aos dentes...” – Paulo é óbvio, do nada.
- “Diretor de cinema? Vúzi Allen!” – Pedrita, seria Woody Allen?
- “A União Soviética pertenceu à Rússia...”. – Marcelo, que não sabia patavina do que estava falando.
- “Em 1986 houve uma festa no Coliseu, que destruiu o lugar daquele jeito...”. – Paulo, tentando explicar a deterioração dos monumentos milenares e históricos.
- “O cigarro pode soltar bomba”! – Marcelo, enquanto acendia um Carlton.
- “Água Viva é uma cidade”. – Marcelo, boiando.
- “Napoleão Bonaparte brigou com D. Pedro II”. – Paulo, se perdendo no tempo...
- “Os anos enxergam muito...”. – Paulo, querendo dizer sabe-se lá o que...
- “Luiz Pasteur não fez o ópio...!” – Marcelo, também perdido entre os inventores...
- “As pirâmides do Egito foram construídas sobre ruínas Romanas...”. – Pedrita, mostrando todas as suas noções de geografia...
- “A Emilia do Sitio do Pica Pau Amarelo é uma lição de anatomia”. – Marcelo, sem comentários...
- “Existe uma cidade chamada Morte e Vida Severina! Eu juro”! – Paulo, viajando em direção a este lugar talvez...
- “O integrante mais importante da banda de forró é aquele véinho... aquele... aquele que fica fazendo Nhãm-Nhãm...”. – Paulo, quase um Luis Gonzaga.
- “Os dois maiores times do Rio Grande do Sul são o Internacional e o... o... (fazendo cara de quem não lembra)... o Rio Grande”!. – Marcelo, que é Paulista...
- “Monteiro Lobato era holandês! Eu sei que era”! – Paulo, viajando um pouquinho mais longe...
- “Mandela era filho de imigrantes espanhóis...”. – Pedrita, mostrando que sabe tudo de África do Sul.
- “Lugar que o Papa mora? A Itália claro”! – Pedrita, mostrando que é católica fervorosa...

E para terminar, a melhor de todas:

- “O vento é uma quantidade enorme de ar que se mexe..., portanto, o ar é o vento inerte”. – Alguém, que para própria sorte, não consegui identificar...

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Evolução = tranquilidade?

Qual é a sua idade...?

Pergunta básica.

Você sabe...?

É complicado para alguns responderem. Não porque não se sabe a data do nascimento...
O que acontece é que muitos não têm muita noção do que é comemorar aniversário e evoluir...
Digo isso pelo assombro que me causa, ver a grande maioria chegar a idades que na verdade não são suas. Muita gente chegando aos 20 e poucos, 20 e muitos, 30 e poucos... continuando a ser (e a se enxergar) aquele(a) adolescente de sempre...
“Mas isso é natural”, diriam alguns.
Olha, o que sempre respondo é que o natural é evoluir, é crescer, é amadurecer. O natural do ser humano é ir para frente, e não ficar estagnado. O que não é natural é envelhecer e continuar pensando e agindo como se estivesse na puberdade, “a idade onde não se tem responsabilidade”, como diriam os meus familiares...
O meu assombro é que no passado, a falta de evolução era quase exclusividade masculina. Hoje me apavoro, porque as mulheres já nos superaram nisto. Vejo muitas mulheres adultas preocupadas com balada ainda, com bolsa da moda, com a bota que a fulana tem, invejando riqueza, invejando status, invejando carro, invejando até namorado da amiga (não se iludam, é porque o cara é bem vestido, rico e tem carrão, e não porque derrepente é uma santa alma neste mundo... esses não provocam inveja...).
Mas enfim, minha fase de ficar reclamando já passou, mas não por completo. E isto por si só já é sinal de evolução.
O que eu queria relatar é o que já relatei por aqui algumas vezes: como é bom evoluir.
A gente não se preocupa mais com o que era motivo de preocupação no passado, nem ao menos se interessa pelos mesmos assuntos... não se dá o mínimo valor pelos mesmos problemas. O que antes parecia intransponível, hoje é tão difícil quanto abrir lata de cerveja.
Veja bem, não estou falando que EU sou evoluído, estou falando apenas que a evolução necessária para minha condição de adulto chegou, porque eu deixei chegar, e principalmente, porque eu DESEJEI que ela chegasse. Fiz questão de trabalhar arduamente isto dentro de minha cachola. Abrir as portas e janelas para deixar o aprendizado entrar, para que os fantasmas da juventude inexperiente saíssem, e os erros do passado se transformassem em traços positivos, e para que os mesmos servissem para não errar novamente. Vocês não sabem o quanto é bom... os motivos de preocupações que se tinha a alguns anos caem pela metade...
É. É exatamente isto que você está pensando. Quer parar de se preocupar com o carro novo do namorado da fulana, que alias, tem mais dinheiro que o teu? Com a bolsa nova que a mesma fulana comprou? Com a balada aquela na terça-feira, que tu não vais poder ir por qualquer motivo? Bem simples as soluções: Não despreze o namorado que tu tens, procurando outro que tenha mais... deixe de se importar se a fulana tem uma LV que solta as alças, compre uma bolsa que seja linda e ao mesmo tempo de ótima qualidade, mas que custa 60 reais... e tente aprender a gostar de si mesma, a ponto de conseguir estar sozinha... Apenas amadureça... tu vais ver que o sofrimento que a ansiedade e a insatisfação trazem vai passar por completo...
Alias, o que é melhor:

Quando a gente amadurece, geralmente passa a gostar e muito de si próprio, ou seja, passa a se dar mais valor, a gostar de estar sozinho fazendo companhia apenas para si, sem ter que se esforçar em fazer propaganda pessoal, estar o melhor apresentável possível para os outros...
Uma amiga minha respondeu a pergunta inicial, e quase fez um conceito do que é viver realmente como um jovem adulto...:

“Eu tenho a idade que tenho, aproveito ela como é pra ser e com a maturidade necessária, e a cada dia que passo sou uma pessoa melhor, porque tenho a capacidade de aprender um pouco mais...”

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Trapézio dolorido...

Estes dias estava malhando, e comecei a prestar atenção nas musicas que estavam tocando no aparelho da academia, enquanto fazia exercícios para trabalhar o trapézio.
Estava tocando uma música do Justin Timberlake (Eca...!), que se chama “What goes around... comes around...”, confesso que fiquei pensando sobre o título desta música... e constatando que o mesmo traduz uma verdade. Tudo o que vai volta. A gente planta o que colhe.
Mas vamos por esta questão em julgamento, até para comprovar esta sentença, e para que isto aconteça, temos que buscar evidências. As mesmas a gente encontra apenas analisando o cotidiano das pessoas, e como as suas vidas seguiram adiante.
Vou pegar alguns exemplos próximos.
Conheço alguém que sempre procurou ser uma pessoa correta, sempre ajudou a quem lhe pedia, mesmo que depois se sentisse um pouco mal pela ingratidão dos ajudados.
Esta pessoa gostava de ser assim, de ser boa, de ser agradável, de ser prestativa. Não via mal nenhum nisso, muito pelo contrário, achava que a humildade exagerada não era um defeito, mas sim uma virtude, pois em geral, as pessoas humildes são adoradas.
Até um limite.
A tendência sempre é a ingratidão e o desrespeito. E foi exatamente isto que aconteceu.
Lembro-me desta pessoa chorando compulsivamente, sentindo-se violentada, tamanho o abuso que sofreu nas mãos de pessoas de má índole. E o pior, crendo piamente que era um fracasso como ser humano...
Mas como canta o cabelinho de miojo, “ex N-SINC”, tudo o que vai, volta.
A bondade vai, e volta duplicada.
Hoje em dia, esta pessoa bondosa está perfeitamente feliz, amando e sendo amada, super bem financeiramente, colhendo os frutos de uma dedicação sem igual à honestidade e ao respeito com o próximo. Achou alguém que dê o verdadeiro valor a isto, e quem sabe dar valor tem sorte, pois os ganhos de se estar ao lado de alguém assim são infinitos. Aprendeu que o exagero não faz bem em nenhuma instância, e principalmente, aprendeu que à medida que os problemas vão sendo superados, o ser humano passa a gostar-se muito mais. Desde que pare de se auto-sabotar.
Hoje em dia está tão em paz consigo mesma, a pessoa, que chega até a se perdoar pela ingenuidade do passado. Sabendo que hoje em dia, saberia se proteger muito melhor.
Mas sempre há a contrapartida: da mesma maneira que disse que a bondade vai, e depois volta duplicada, a maldade também. Ao contrário da justiça usualmente vista no Jornal Nacional, ela tarda, mas não falha.
Os(as) algozes desta pessoa, que tanto a tripudiaram, tanto a menosprezaram, hoje em dia colhem os louros por tanto mal-caratísmo.
São pessoas que não encontram felicidade em nenhum aspecto da vida atual, pelo contrário, elas têm saudades do passado onde tinham a quem sugar e abusar. A desunião geralmente toma conta de indivíduos assim, cada um vai para seu lado, pois todos são errados, e todos sofrem com os seus próprios erros e com os dos outros também. Nada do que fazem dá certo, nada do que dá errado é válido nem para o aprendizado, apenas para o prazer do martírio-próprio. E é isso que é o mais estranho...
Geralmente quem semeia a maldade e depois a colhe em dobro, acaba gostando de ser (ou se fazer) vítima perante os outros, como se assim justificassem seus erros.
Impossível. Geralmente ninguém acredita nestas performances dignas de filme chinês de luta que passa na BAND. E o pior é que vira vício... se fazem de coitadas para passarem bem, e fazem isso como se não conseguissem ser diferentes. Mas mal sabem que quando são notadas (isso quando são, porque geralmente estas pessoas são insignificantes aos outros, não são nem ao menos percebidas), são desprezadas como seres dignos de pena.
Mas enfim, tudo o que vai volta, em dobro. Com a felicidade é assim, e infelizmente (felizmente em alguns casos onde se merece punição, bem feito), a infelicidade também é.

Mas para minha infelicidade, fiquei prestando atenção na música enquanto malhava, e me esqueci do que estava fazendo.

Meu trapézio ta lindo, super inchadão...

Agora me pergunta se não tá doendo...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Aperto de mãos

Outra dúvida cruel, e de resposta extremamente útil, que surgiu em um momento de total ócio:
Porque apertamos as mãos dos outros?
É. Porque apertamos as mãos das pessoas para cumprimentá-las, para fechar um negócio, celebrar um acordo formal, ou o que seja? O que significa isto?
O aperto de mão, além de uma forma de cumprimento, é um gesto social que expressa algum tipo de sentimento positivo, seja de amizade, afinidade, ou confiança. Faz parte da tal linguagem corporal.
Pra que serve: Esta é a melhor modalidade de cumprimento quando se está conhecendo alguém pela primeira vez, ou até entre pessoas que não tem intimidade para trocar beijos no rosto. Para despedidas frias também serve...
Se pensares bem: qual é o nexo do aperto de mão? Não poderia ser outra coisa? Como um esfregar de cotovelos, por exemplo? Ou uma bica nas canelas? Quem sabe uma cheirada no cangote?
No Tibet, por exemplo, indivíduos de tribos diferentes mostram-se as respectivas línguas ao se cumprimentarem. No Japão, além da reverência tão tradicional aquela, onde as pessoas abaixam o corpo, tapinha nas costas ao se cumprimentar alguém representa um insulto. E os Russos? Além dos tão célebres beijinhos no rosto entre os homens, há aqueles que trocam selinhos quando não se vêem há tempos...
Sério gente, vocês já pensaram sobre o assunto? O porquê do aperto de mão?
A resposta é até lógica: O aperto de mão é uma convenção dos tempos antigos (Idade Média) que significa “vim em paz”, é feito sempre com a mão direita para mostrar que ela está vazia, pois na mesma antiguidade, era a mão direita que sacava a arma, seja a espada, seja qualquer outra coisa usada para ferir o outro.
Portanto, o ato de segurar a mão era uma segurança de que o outro não estava armado, ou uma demonstração prévia de que não se queria atacar ninguém.
Podemos entender que na origem, era um símbolo de lealdade e ausência de más intenções. Hoje não quer dizer muita coisa, apenas uma forma de cortesia. Não significa quase nada, nem símbolo de entendimento mutuo é mais.
Alias, dizem que o aperto de mão já é uma versão simplificada de outro cumprimento que existia na época: o “meio-abraço”, que era o ato de apertar e depois segurar o braço do outro, com as duas mãos. Como se fosse segurar a pessoa, para que ela não sacasse nada escondido.
Já pensou se o sujeito fosse neurótico? O que ele faria? Iria querer passar a mão na cintura do outro...
Depois o meio-abraço foi ficando mais simples claro, apenas uma mão estendida e apertada. Hoje em dia existe a simplificação do aperto também, que é o aceno. Pensaste bem? O que fazemos quando acenamos para alguém na rua? Mostramos nossa mão direita livre de qualquer coisa. Pois é, o significado disto pode ser “não seguro arma nenhuma, para ti eu desejo paz!”
Eu sempre procuro apertar a mão das pessoas de maneira firme, nunca frouxo. O aperto de mão, assim como qualquer outra linguagem corporal, transmite impressões múltiplas sobre nós mesmos. Mas sempre tomo cuidado. A intenção é fazer com que a pessoa sinta a minha presença segura, e não com que fique se retorcendo de dor, e também não gosto de chacoalhar até o ombro quando faço isto, acho estranho...
A linguagem corporal é a extensão de nossos pensamentos, idéias, sentimentos e até de nossa sensualidade. Sua função é permitir que as pessoas entendam até os mais íntimos sentidos, inclusive aqueles que nunca deveriam ser demonstrados. Claro que linguagem não tem necessariamente que tomar forma de palavras, sejam faladas ou escritas.
Por vezes, isto a que me refiro é tão importante a ponto de atrair ou até afastar as pessoas de nós, simplesmente pela mensagem que estamos passando através de nossa postura, nosso modo de andar, nosso olhar e expressão. Pense novamente: quantas vezes percebemos falta de sinceridade nas palavras das pessoas, porque a sua mensagem corporal está desconexa?

Só acho uma coisa: bem que ao invés do aperto de mão, os brasileiros poderiam ter adotado uma bolinada na bunda como cumprimento...