sábado, 22 de março de 2008

Rotular pessoas...

Escutei hoje um termo que pode parecer comum, mas que odeio que digam sobre mim:

- “Tu és super romântico! Que querido”!

Quem diabos me colocou este rótulo na minha testa?

Mas enfim, filosofando de maneira muito barata, temos que ter noção claro, de que fazemos parte de uma sociedade habitada por indivíduos, que tem poderes de influenciar a sua vida e as dos outros. Esta complexidade toda faz com que reajamos positiva ou negativamente aos nossos próprios hábitos, um deles é a tal rotulação. E eu reagi mal no momento.
A gente tem mania de rotular as coisas, as situações, as pessoas. Alguém que não tem o nosso tempo de raciocínio facilmente vira retardado, deficiente físico é incapacitado, crentes, ricos, pobres, feios, bonitos, bêbados, drogados, homossexuais, prostitutas, negros, fracassados, bandidos, falcatruas, românticos, fúteis, vagabundas e tantos outros rótulos horríveis que costumamos usar de maneira pejorativa ou não.
É ruim rotular? Claro que é. Esquecemos sempre que rótulos atingem pessoas que amam, odeiam, choram e riem.
Não há clemência no rótulo, ele é frio, estático.
Lembremos também, que todo ser humano prejulga, faz parte da sua natureza.
Quer a prova real? Por acaso já pensaste: “Não vou com a cara daquele sujeito mesmo sem conhecê-lo...” ou “Quem usa camisa rosa é bicha”, ou ainda “Não vou me envolver com ele/ela porque é meu subordinado”, ou a famigerada “Homem/mulher é tudo igual”? Hum...
Impressões a gente tira sempre, não adianta dizer que não. Quantas vezes deixou de te envolver com alguém porque achava que ele/ela era muito romântico(a)? Porque achava que não era confiável? É mais fácil achar/rotular e eliminar possibilidades logo de cara... acreditamos sempre no que queremos acreditar.
Falta mansidão, falta compreensão, falta vontade de arriscar só para conhecer alguém novo (não precisa se envolver).
A maneira de se vestir, de falar, de tratar os outros indica muita coisa? Sim. Mas o íntimo da pessoa... fica explicitado? Não.
Os estereótipos crescem juntamente com os preconceitos. E a coisa funciona assim: Quem rotula age com preconceito, e quem age com preconceito tem preguiça. Preguiça de pensar, de conhecer.
Rotulamos pessoas da mesma maneira que rotulamos filmes, livros, revistas, artigos, garrafas de bebida, musica...
Devemos parar? Sim e não. Ai vai de cada um. Até porque devemos também sempre lembrar que o rótulo é uma maneira de defesa também.
Contudo... almas gêmeas que têm muito em comum podem estar perdidas no mar de preconceitos...

... se eu sou romantico?

Claro que sim. E me orgulho disso... só não gosto que falem...

Um comentário:

Designer Gráfico disse...

Adorei o artigo!
Parabéns! =D
Concordo com vc... Não devemos julgar as pessoas pelo que elas aparentam ser.. Até porque.. os melhores perfumes estão nos piores frascos!

Abraço!