Ontem à noite, já no inicio da madrugada, assisti a um documentário da GNT que tratava sobre o ser humano e a escolha da parceira ideal, do par ideal para compor a vida. A maneira de abordar tal assunto me pareceu um tanto batido e cansativo: discutir as características atraentes de ambos os sexos.
Primeiro se discutiu o que, quase de maneira animalesca, o homem se atrai numa mulher. Falou-se em beleza, vaidade, postura, confiança, olhar, jeito de andar... todos eles perceptíveis por um sentido apenas: a visão. Depois dissertaram sobre os cheiros, os jeitos, a criação, as afinidades, os objetivos em comum, a situação financeira, a educação, a capacidade reprodutora, o conservadorismo, a maturidade, o nível cultural, e o quanto esta mulher é desejada pelos outros homens (yes, isto importa), o que por conta da alta subjetividade, necessita de talvez mais um ou dois sentidos operantes para o julgo e a sentença de viabilidade.
Esta parte ocupou apenas um dos quatro blocos do documentário. Os outros três foram totalmente consumidos na busca feminina do parceiro ideal.
Nossa. Que massacre.
A quantidade de características masculinas evidenciadas para que a mulher possa eleger o seu companheiro foi absurda de tal forma, que a única conclusão viável (o que o programa não fez) é que este homem não existiu, não existe e nem nunca, JAMAIS, irá existir. Mais ou menos assim: Pegue tudo o que há de bom em todos os homens do mundo, jogue no caldeirão e misture... e mesmo assim algumas mulheres não ficarão satisfeitas. Se para nós homens, a maioria das características são facilmente julgadas apenas pela visão, para as mulheres os sentidos humanos utilizados são todos os cinco, e conta-se ainda com a sorte, o alinhamento dos astros, o estado de espírito, as orações e a força do Santo Antonio que coitado, faz um tempo que está lá afogado no copo.
A fase que me encontro é de transição. Saio de um tempo de escolhas calcadas em valores e belezas inexistentes para o palpável, o real, o existente. Atiro apenas em alvos específicos agora, não faço mais test-drive por fazer, só provo a roupa se realmente tenho interesse em comprá-la e só me envolvo com quem realmente me dá seguranças de envolvimento sadio para ambos.
Continuo cobrando um preço alto, eu sei. Os parâmetros continuam muito específicos, mas a abertura está acontecendo de maneira gradual. Começo a não idealizar tanto, e isto está me levando a enxergar um pouco mais a realidade. Quanto mais idealizamos, quanto mais tentamos atender as nossas expectativas, talvez mais longe estaremos de encontra-las. Esta na hora de seguir no sentido contrário.
Não quero entrar naquele velho papo de que todos nós temos medos, fragilidades e defeitos. Não quero ser enfadonho como o documentário foi, apenas quero externar que a mulher ideal, nestes casos, pode ser o contrário da mulher real...
O que faltou ao tal documentário foi justamente falar a verdade. A dificuldade maior que temos ao procurar (e não achar) esta pessoa ideal não são os outros que impõem, somos nós mesmos quem criamos. A culpa é em grande parte sim, nossa. É como se na caça ao tesouro perdido, nós mesmos colocássemos as armadilhas mortais no caminho, e olha que não é fácil desarma-las. Para seguirmos o mapa sem problemas, e acharmos o local onde o X indica estar o baú enterrado, temos de ter flexibilidade, capacidade de perdoar, humildade nos próprios defeitos e principalmente...
... ter clareza e coerência quanto ao que desejamos e ao que ofereçemos.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
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2 comentários:
bom pra não teres mais oque dizer estou fazendo um comentário a respeito da última postagem rsrsrss...bom pra começar concordo plenamente a respeito desta venda que os programas de televisão fazem as pessoas,de um homem ou mulher ideal,dos defeitos ou não de cada um,como se o instinto ou a atração fossem explicáveis hehehe !!! abraço.
Diferenças meu amigo... diferenças...!
Olha, concordo que instinto e atração sejam coisas um tanto quanto indomáveis... mas explicáveis a maioria das vezes podem ser. Sempre há uma razão para tudo...
Sejas bem vindo! Valeu pela visita!
Abraços!
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