quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Pensando em ti, minha Véia...

Segunda feira, oito horas da manhã, e já estou com saudades de ti. Com vontade de te ver.
A vida está mudando, já não é mais a mesma. Parece que as coisas, estando sozinho apenas, já não são mais inteiras. A falta que sinto de ti é a memória que meus sentimentos bons possuem, é algo que não me traz estranheza, mas nunca deixa de ser estranha. É algo impalpável, invisível, inodora, mas você a sente, sabe que ela está contigo, e a dor gostosa que ela causa é algo que não tem outra maneira como acalmar, apenas te reencontrando ou na tua presença.
Por vezes, sinto saudade do cheiro ótimo dos teus cabelos, do gosto, dos carinhos que me fazes, da tua cara de sono, do calor do teu rosto e do teu oi. Mas o mais engraçado é que mesmo quando a saudade vai embora, eu sinto saudades da própria saudade. Mas nesse caso ela não transborda nem me escorre pelos olhos... muito pelo contrário. Acabo sempre com aquele olhar...
Isso porque ela nunca deixa de ser uma lembrança nostálgica, mesmo que seja assim, de um par de horas atrás. E por mais que neguemos, não é só o museu que vive de passado, como ele, vivemos das lembranças presentes que o passado nos coloca minuto após minuto.
É claro, a saudade precisa de distancia para crescer, mas apesar da mesma, saber que estar tão próximo através de ti é reconfortante, até porque a distancia separa os olhares, mas não os sentimentos bons. A ausência aumenta as paixões, nos torna pessoas mais macias e fáceis. Pode até ser complicado de lidar, mas se encaminhar sempre de maneira correta, trás benefícios. Saudade nos desperta e relembra coisas a muito guardadas no fundo das gavetas de onde os sentimentos são criados, movimenta lados que já nem percebíamos que tínhamos ou que podíamos vir a chacoalhar um dia.
A tua distancia me causa saudades, mas não me causa esquecimento. Até porque só esquecemos o que não sentimos, e o sentimento vem do lugar diferente que a razão. A saudade é um sentimento que não é provido da razão.
Aquele que inventou a distancia, não conhecia a saudade, e muito menos os seus dois lados, o prazeroso e o sofrido. E a diferença entre os dois pode ser definida pelo nível de ausência. A saudade acontece em decorrência da ausência, todos sabem, mas é a ausência com ao menos perspectivas de definitiva que acaba por fazer sofrer sentindo imensa falta. E como dói. Mas passa. Não que esquecemos, mas apenas aprendemos a viver sem. Para sempre é muito tempo, e o tempo só pára através da falta, que um dia ameniza... mas enfim... esse não é nem de perto o nosso caso, mas era algo que eu queria te dizer mesmo assim...
Voltando a nós, ter saudade é muito melhor do que caminhar sozinho. Não importa se tu estas à apenas algumas quadras de mim, ou se estas do outro lado do estado, o que importa é que tu existes e fazes parte do contexto atual de minha vida, e sentir falta de ti chega a ter gosto doce...
Ensinaram-me uma vez: Viver de maneira que nossa presença não seja notada, mas que nossa ausência seja sentida, fazer de nossa ausência o bastante para que alguém sinta nossa falta, mas sem prolongá-la demais, porque este alguém pode aprender a viver sem.

Em cada momento há contido um pensamento. E em cada pensamento, há uma saudade. Em cada saudade que sinto, te vejo... quando te vejo, renovo minhas esperanças...

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