quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A Bahia e seus encantos...

Visitei a Bahia neste final de ano. Passei minhas férias por lá. Mais especificamente em Porto Seguro, que todos dizem (com razão) que é um local mágico. Vale imensamente pelos passeios, pelos mergulhos e pelas belezas naturais. Aliás, a beleza natural que mais se destacou pra mim não foram os recifes, a maré, as praias, ou nem ao menos o clima. A beleza natural mais clara está no povo da Bahia...
“Figura” seria uma designação até injusta para designar um simples baiano. O calor e a simpatia do povo são evidentes logo na chegada, há uma incrível mistura de raças (brancos, negros, mulatos, índios...) e de crenças (candomblé e o catolicismo em geral).
Eles são alegres, festivos e trabalhadores, entusiasmados e como nós gaúchos, um povo que ama sua terra acima de qualquer outra. A simpatia, esta alegria e a força de trabalho desta gente, que ao mesmo tempo são espertos demais, criativos demais, cultos demais e inteligentes demais, contagia.
O estrangeiro/turista que chega a Bahia logo percebe que o povo baiano tem características diferentes das nossas, como a hospitalidade exarcebada, a vontade de trabalhar, e em contrapartida ao mesmo tempo uma baita falta de ambição (o baiano ambicioso foge da Bahia, foram eles mesmos que me disseram). Mas esta questão me parece que a maioria nem percebe. A vida deles é sofrida desde o nascimento, um menino começa a vender bugigangas na praia com 6 anos de idade e vai até os 80 se facilitar, vivendo quase na miséria pela vida inteira. Pode-se perceber, portanto, que esta carência de ambição é substituída pela característica de terem uma garra sem igual para o trabalho, que por vezes, transcende a expressão “de sol a sol”. Porto Seguro, por exemplo, é uma cidade de 140 mil habitantes, onde a criminalidade é praticamente zero (quem rouba é turista). Todos trabalham, se não há emprego, há milhares de vendedores na beira da praia, vendendo desde óculos, miçangas até os espetinhos de queijo (chega a ser chato dizer tanto não, incomoda).
Existem sentenças que se traduzem em realidade quando temos contato pessoal com este povo, uma delas é a que diz que a baianada realmente tem, digamos assim, “uma velocidade diferente” para se fazer as coisas, ou até mesmo para se levar a vida. Aqui cabe ressaltar que de maneira nenhuma a fama de preguiçoso procede, até porque a diferença não está na vontade ou na jornada/quantidade de trabalho (a deles chega a ser muito maior e árdua do que a nossa, com o agravante de se viver numa terra em que o sol literalmente castiga), mas sim na velocidade que as coisas acontecem. Esta sim, não há como negar, é bem mais devagar. Experimente ir a um restaurante e pedir uma bebida ao garçom por exemplo, ai tu me entenderás...
A outra característica é a que mais se ressalta: “o baiano não nasce, estréia”! Eles foram feitos para darem show. Desde o gari de rua, passando pela vendedora de capeta, o capitão do barco ou o deputado federal, todos eles têm o dom nato para o espetáculo. Eles não falam, cantam. Eles não conversam, explicam. Eles não vendem, agradam o cliente. Eles não reclamam, fazem questão de demonstrar que são emotivos, portanto choram quase copiosamente. Este último quesito então, é o que há de mais engraçado. Eles se sentem magoados fácil-fácil.
Resolvi certa noite, não comprar o ingresso de determinada festa das mãos de um cambista, ele para minha total surpresa, me indagou quase com lagrimas nos olhos: “Ô Sinhô não cónfio em mim”? Disse. Eu respondi que não era esta a questão, pois o balconista do hotel me fez um preço mais barato. Ele portanto, respondeu-me que para falar-lhe, a partir daquele momento, eu teria que pagá-lo um real por frase...
Se responderes um “não obrigado” de maneira mais incisiva para algum vendendor de praia, ele provavelmente vai fazer questão de deixar claro que magoou-se, respondendo com alguma frase que exponha desaprovação, como “sorria! Você está na Bahia!”, ou “tem que entrar no clima”, ou ainda “o sinhô ixtá ixtressado? Não me trate deste jeito não...”
Mas há algo que realmente, para nós estrangeiros em terras do descobrimento, muda demais. O tempero da comida e a qualidade da água...

Tente comer um acarajé pela manha, um camarão na beira da praia pelo meio dia e uma moqueca de peixe pela janta... ou tomar um copo da água da torneira...

Te garanto que o efeito é melhor que 3 comprimidos de Almeida Prado 46...

3 comentários:

Anônimo disse...

Vai escrever o preguiçoso!!!!
Ahahaha atualiza ae, vai....

Saudades. Aparece essa semana. Tenho q te contar da prova de hj!

Bjuuuuu

Sabrina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Amore....

saudades!!!
Cadê tu??? Me bloqueou no msn??? rsrsrsrs olha só... matei a pau na prova! Um arraso total! Depois te conto...
Mas preciso de uma ajuda urgente... tenho dúvida numa parte da matéria e tô divergindo da idéia do meu professor... e tem a ver com direito do trabalho de certa forma... de repente a Deni me socorre... Me chama qdo entrar no msn! Ninguém me segura! hehehe

Bjo bjo