Quem costuma visitar este blog frequentemente sabe que não tenho o hábito de ler livros. Não é que não goste, apenas não encontro uma parte do meu dia mega-cheio para me disciplinar a ler um livro, ao invés de conversar com alguém ou descansar.
Mas o que escrevo hoje, de maneira raríssima, é o resultado de um livro que acabei de ler. Tá, sei que o tempo lá fora está ótimo, e que não deveria fazer estes atos milagrosos quando há sol...
Li um livrinho que confesso, tinha preconceito por achar que seria algo extremamente comercial, mas derrepente um dia, cheguei a seguinte conclusão: “Dane-se que seja comercial, já não leio nada mesmo, que diferença vai fazer...”?
O que li foi “Marley e Eu”, livro americano de autoria de um colunista de jornal, mas que resolveu, de maneira surpreendente, revelar detalhes íntimos de seu casamento, do nascimento de seus filhos, e do seu... cachorro labrador chamado Marley.
O tal cachorro representava o inferno na terra: quebrava portas, roia sapatos, engolia pingentes de ouro, se grudava nas pernas das visitas, se jogava em todos, evacuava feito um louco e chegava a destruir garagens em surtos psicóticos movidos ao medo de trovoadas.
Mas o tal cachorro apaixonou-me. Alias, o livro consegue isto. Durante a leitura, aprendemos a nos divertir e a amar Marley de tal maneira, que quase não dá pra acreditar. Méritos ao autor.
E sem medo de estragar a surpresa do final, confesso que chorei feito criança quando li sobre a morte dele (com 13 anos de idade, devido a inúmeras complicações da velhice canina).
Enfim...
Tenho um pequeno Marley em casa chamado “Pico-Pico”, é um fox-paulistinha preto que tem 8 anos de idade, pesa 4,5 kg e gosta muito de latir para estranhos.
O Pico-Pico não tem nem metade dos defeitos que Marley tinha, e isso que nós nem precisamos castrá-lo. Ele nunca roeu um sapato nem sofá, nunca se grudou em ninguém e muito menos comeu algo que não devia comer. Digamos que se fossemos analisar de uma perspectiva canina, veríamos que ele é o João Paulo II dos cães.
Mas ontem, pela primeira vez, chorei de medo de perdê-lo. Foi preciso ler o relato de alguém que perdeu seu cachorro querido para que eu passasse a vê-lo da maneira que ele merece: um ente familiar, que chora, brinca, deita junto, se emociona, se irrita, ri, defende, e o principal, ama a todos e tem uma lealdade que beira a devoção a nós, seus colegas de moradia. O Pico-Pico nos será leal e nunca nos trairá até a sua morte.
E o pior de tudo é que, com a sutileza de um rinoceronte, ao acabar de ler o tal livro, tomei a consciência de que o dia da morte dele chegará, e que não vai demorar tanto quanto se imagina. Peguei-me pensando em como seria os primeiros dias após a ida dele para outro plano, em todo nosso sofrimento e em toda falta que ele fará.
E será enorme.
Portanto, pense bem naquele ser que tens dentro da casinha, pense bem no carinho e tratamento que ele merece.
Um dia ele faltará. Um dia, ele não estará contigo em momentos que incondicionalmente te apóia. Ai vem aquela velha história: Não adianta dar valor depois que perdeu. Inclusive em se ele for pulguento ou cheirar mal...
Ele não tem fama de “amigo fiel” à toa...
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
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