sexta-feira, 13 de março de 2009

Imortalidade

Filosofar barato é algo que não tenho preconceito nenhum com quem faz. Eu mesmo faço, e confesso que gosto demais, tanto da filosofia em si quanto dos seus resultados.
Jogue a primeira pedra quem não gosta.
Não faz muito tempo, me vi filosofando em meio a um galeto assado ao molho pedra na moringa* enquanto tomava uma Polar bem gelada.
Não sei de onde, mas o assunto “imortalidade” apareceu, e pra quem me conhece... sabe que este tipo de coisa é um prato cheio pra mim e alguns dos meus amigos passarem horas desenvolvendo teorias.
Enquanto as pessoas falavam, eu de principio me mantive quieto, apenas pensando sobre o que a imortalidade me significava.
Seria nunca morrer? Permanecer na face da terra para todo o sempre, centenas de anos... até milênios...? Todos sabem como isto funciona... a mente ou a alma podem até querer ficar, mas o corpo humano é frágil, e tem prazo de validade de acordo com o estilo de vida que levamos. Aliás, o nosso estilo de vida é que determina o nosso estilo de morte, mas isso não é assunto para agora.
Morreremos um dia, por mais redundante que isto possa ser. Mas será realmente que não existe uma maneira de sermos imortalizados? Será que não existem imortais por ai?
Logo quando pensei nisto, me lembrei do apelido que minha tão querida torcida gremista colocou no nosso tão querido Tricolor dos Pampas: Imortal.
- “Mas porque imortal”? – Perguntam-me os colorados mais exaltados. – “Vocês vivem sendo eliminados das competições que disputam”...
Sempre respondo que o conceito de imortal para a torcida tricolor não tem nada a ver com vitórias ou derrotas... mas sim com o amor que nós torcedores temos pelo clube, pelo estádio, pela camisa, pelos símbolos... O Grêmio é imortal porque será amado para todo o sempre, nem que esteja jogando na segunda divisão do varzeano de Sapucaia do Sul.
Pense em ídolos da música também: Lennon, Elvis e Morrisson, por exemplo. Gerações se passam e cada vez mais as pessoas amam estes indivíduos, mesmo os que não os viram vivos. E assim suas respectivas imortalidades se estabelecem.

Podemos concluir algo daí já, não...?
Nunca morreremos nos corações de quem nos ama (e vice-versa), nunca iremos embora da mente de quem pensa sobre nós com carinho, esta é a verdade.

O amor que os laços consangüíneos atingem para mim é determinante a ponto de torná-lo imortal. Por mais que passemos momentos em que este amor necessita de renovação do oxigênio pulmonar, ele nunca morre.
Imortalidade nestes casos remete a marcas, trajetórias, apoio incluso em momentos de distância. Mesmo que meu corpo morresse hoje, tenho certeza que viveria para sempre no coração dos meus pais e irmãos.

Tenho medo da morte claro...

Mas mesmo tendo este medo... sei que para sempre serei imortal... e eles também...


* Molho pedra na moringa: utilizado para preparo de galeto assado, baseado em cerveja, cachaça, alho e manteiga. É minha única criação culinária...

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