Assistindo às reportagens da programação vespertina obtive a idéia para este texto. Geralmente neste horário a maioria dos canais exibe programas policiais onde histórias humanas reais (ou nem tanto) são exploradas a esmo. Dentro delas estavam duas que me fizeram pensar na seguinte pergunta: O que define a qualidade de um ser humano? Ou melhor: o que define o quanto uma pessoa é boa ou má?
A primeira reportagem mostrava um benfeitor. Ressaltava as suas qualidades, os trabalhos voluntários em que já havia salvado várias vidas, as campanhas beneficentes, a doação de toda sua fortuna para as causas sociais, a generosidade extremada e os bons serviços prestados a comunidade carente da pequena cidade em que morava... até todos na mesma cidade descobrirem que ele agia com extrema violência com seus avós idosos, agredindo-os com socos e pontapés diariamente. Seria ele bom ou mal...?
Logo após, em outro canal, assisti ao caso de um motorista de caminhão que, cansado da jornada de quatro dias e mais de 16 horas ininterruptas de estrada, dormiu na direção e causou um acidente onde 3 pessoas da mesma família morreram tragicamente. Na investigação do sinistro, descobriu-se que aquele motorista sustentava com seu serviço três filhos biológicos e mais sete adotados (todos requerendo cuidados especiais ou com alguma doença grave), e que aquele frete apressado era necessário para o pagamento da cirurgia cardíaca de uma de suas filhas adotadas, uma menina de 5 meses de idade que tinha Síndrome de Down. E este, seria bom ou mal...?
É de costume natural do ser humano condenar ou absolver. Mas também é costumeiro que entre indivíduos hajam divergências de julgamento.
Porque por exemplo, irmãos que nascem numa mesma casa, que recebem o mesmo tratamento e carinho de seus pais, têm afinidades completamente contrárias com os mesmos? O que define se estes pais são bons ou maus? O julgo de um ou outro filho? Pense bem.
Todos nós temos uma história única, uma vida traçada de maneira extremamente particular, incluso os que vêm do mesmo ventre. Esta vida com traços diferentes faz com que o julgo entre o bem e o mal ou o certo e errado seja, por vezes, contrário. Analise: se até irmãos têm vidas diferentes, sentimentos diferentes e principalmente, afinidades diferentes, é perfeitamente aceitável que o conceito de bom para um, pode não ser o do outro.
Infelizmente o que não está claro para a maioria de nós são as verdadeiras moradias do mal, ou seja, de onde vieram a causa de nossos problemas. As divergências continuam neste campo também, pois o que para um pode ser sinônimo de uma infelicidade eterna, para outro nem problema é, ou seja, para o primeiro nunca se sabe de onde os sofrimentos surgem, e quando surgem, geralmente atribui-se culpa as causas erradas, para o segundo, pequenos sintomas já são o bastante para um diagnóstico/tratamento acertado.
Exemplo?
Da mesma maneira que alguns julgam o motorista de caminhão culpado, outros o julgam inocente. Até ai tudo bem. O problema é quando alguém busca atribuir culpa de todo o acontecido ao nascimento da pequena menina adotada que necessita de uma cirurgia. Sinto dizer, mas ai as idéias estão realmente necessitando encontrar rumo, e desse jeito vai demorar.
Toda avalanche necessita de um pequeno tremor para acontecer. Mas o tremor não é o culpado pelo acumulo de neve no topo do monte. Muitas vezes atribuímos causa pela dor ou dizemos que alguém é má pessoa simplesmente porque ela é coadjuvante de um pequeno fato, e deste mesmo fato toda uma vida de infelicidades vem à tona. Como diria o Rei, “pare para pensar e pense muito bem”: nestes casos a verdadeira causa de tudo está ligada a traumas e complexos adquiridos durante toda esta vida, e que em nada tem a ver com o tal tremor.
Enfim, pessoas/atitudes boas ou más existem, mas são julgadas de maneira diferente dentro da cabeça de cada pessoa... agora, todos precisam entender que a culpa das mortes em um deslizamento de terra não é da coitada da chuva... mas sim do terreno instável e de quem construiu a sua casa no pé do morro...
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
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8 comentários:
bom dia Rafael!vc ta de parabens em tudo que você escrever, siga assim mesmo e boa sorte.
Bom dia Jozinaldo!
Muito obrigado pelo carinho e pela visita! Tu também estas de parabéns pelo teu blog! Importantíssimo ressaltar as belezas de nossas terras...
Abraços!
Rafael
Bah... que texto bem "facada nos rim!" Sabe aquele texto que te faz lembrar de qtas vezes tu pré julgou algo aou alguém e te faz sentir vergonha? Mais ou menos por aí...
Não adianta... temos pré conceitos e eles atrapalham mto nossas vidas! O negócio é tormamos isso cada vez mais consciente para que possamos deixá-los de lado e enxergarmos o real!
PS> maL = bem
maU = bom
No caso do texto, não seria MAU aou invés de MAL?
Bjuuuus
Isso mesmo meu bem... apesar de não ter sido a idéia central do texto, pegaste direitinho o espírito da coisa...
Quanto ao "mal ou mau": existe uma mensagem implicita no erro proposital... pra variar um pouco. Coisas de Rafael...
Bjos mil!
Tu é o máximo messssmoooo!
Ai de ti se ficar famoso e me esquecer! hehehehehe
Bjuuuus!
PS> Cadê um post com as fotinhos do aníver! Tava maaaaassa! Bjs.
Não... não sou o máximo não...
Se fosse eu já estaria ao lado do David Coimbra e da Martha Medeiros nas colunas da ZH...
Te esquecer...? Não acontecerá.
Post com fotos? Aguarde e confie.
Bjos bjos!
Ótimo texto.
Precisamos parar de ficar colocando a culpa em terceiros e pré julgando as pessoas, e começar a assumir a nossa responsabilidade nos fatos.
Beijos
Ariadne
Obrigado Ariadne!
(Alias, lindo nome...)
Novamente acertaste em cheio na idéia central do texto. Fico feliz com isto! Continue comentando, por favor, pois teus comentários acertam em cheio!
Bjos Bjos!
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