Chega um dia na vida, em que percebemos que não estamos sós.
Não foram poucas as reuniões sociais onde estive presente em que os assuntos “espíritos” ou “fantasmas” permearam o que seria dito durante grande parte da noite. Pessoas das mais variadas religiões, credos ou até mesmo níveis de instrução, sempre relataram histórias próprias ou de quem quer que seja, onde presenciaram das mais variadas formas o que ninguém na vida deseja ver: algo ali, parado ou se movendo, lhes assombrando.
Confesso que chegava a me sentir deslocado.
Sempre respeitei tais histórias e opiniões dos meus amigos e amigas naqueles momentos, mas sempre deixei claro que, nunca nada parecido havia acontecido comigo nem com ninguém de minha família, e que, portanto e por decorrência disto, era totalmente descrente na existência das tais “assombrações”. Isto durou até este momento.
O que aconteceu hoje não foi um fato especifico, nem ao menos alguma experiência física ou sensorial em que algum ectoplasma teve participação. Foi apenas uma constatação.
Acordei hoje com a extremamente incômoda sensação de que alguém estava me visitando. Mas não eram aqueles fantasmas brancos de senhoras velhas e sofridas das historias regadas a cabernets que eu tanto ouvia. Era outra coisa. Levei um tempo para perceber que aquilo... aquilo era outro tipo de fantasma: os do passado.
Sofro neste momento de um pequeno mal, uma pequena tristeza, uma pequena sensação de que algo se pendura em meu pescoço e me puxa para baixo com um pequeno vigor, como um peso que volta e meia, resolve pesar. O tal fantasma do passado hoje resolveu retornar, como acontece de tempos em tempos.
Nunca lhes dou boas vindas, apesar de perceber que eu mesmo às vezes, faço por onde para que os mesmos apareçam de vez em quando, acreditando inconscientemente que tal conduta seja corriqueira e normal para todos nós.
Corriqueira mas errada.
Isto nunca é saudável. Nunca faz bem reviver o passado e tentar entender o que estava entre a serpente e a estrela.
Todos nós temos os nossos fantasmas do passado e sentimos a influencia deles quando menos se espera. Sentimentos ruins retornam, decepções antigas ressurgem em nossos corações e nos causam dores que ainda brilham como novas. Fotos, sorrisos, abraços e carinhos daqueles que se foram em Terra. Coisas que nos pertenciam e que não nos pertencem mais.
Portanto hoje, motivado pelo fim da minha paciência não só com a simples existência de tais fantasmas, mas sim com o incômodo que os mesmos vêm me causando periodicamente durante anos, tomo uma decisão que beneficiará não só a mim, mas também às pessoas que, pela ação da justiça de Deus e do destino, cruzarão os seus caminhos com o meu.
Livro-me de vocês esta noite, fantasmas decadentes. No passado, vocês existiram, foram reais. Hoje, além de não serem mais a expressão do que é verdadeiro, não há qualquer beneficio ou razão nas suas existências. Se por alguma travessura, vocês se negarem a ir embora como usualmente têm feito, passo então, tal qual um esquizofrênico que não se livra nunca de seus companheiros imaginários, a ignorá-los com todas as minhas forças. Chega. Não agüento mais.
Passo hoje a declarar posse de meus sentimentos. Sei que tenho condições de direcioná-los em alguma direção. Como para um possível futuro feliz, por exemplo...
... agora, controlá-los é outra história.
domingo, 23 de agosto de 2009
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2 comentários:
Ficar preso no passado é atraso de vida, liberte-se dos fantasmas e procure a felicidade pois as vezes somos nós é que colocamos empecilho pra ela não invandir nossa vida.
Certinho! Acertaste em cheio com o que escrevi!
Bjos!
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