quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Aos 30...

Colocar no papel as palavras soltas que me aparecem voando na mente me faz falta, confesso. Mas que desculpa mais posso dar?

Me falta tempo? Me falta cabeça? Não tenho mais inspiração? O que estou vivendo atualmente, realmente vale a pena escrever?

A resposta é sim. Para todas as perguntas.

Este blog foi criado há quatro anos atrás para primeiramente retratar as crises, os problemas, as felicidades e a vida de um jovem adulto de vinte e cinco anos de idade. Pois é. Hoje já não tenho mais vinte e cinco... tenho trinta. E como este intervalo de alguns anos muda a cabeça da gente. Já não me considero mais um jovem adulto, mas sim um adulto real, e que sendo sincero, tem dificuldades para lidar com as responsabilidades que a vida impõe neste momento. Clichê demais.

Mas e quem não as tem...? E mais: Quem nos proibiu de sofrer com estas dificuldades...?

“Bem vindo a vida adulta”. – me disse alguém que, ao escutar minhas reclamações e sofrimentos, soube resumir apenas nesta frase tudo o que havia para se dizer em um determinado momento de um passado recente.

Não há escapatória. Nós não temos para onde fugir. Tudo bem que de vez em quando dá vontade de correr e se jogar no colo da mãe... (mas e quem disse também que nós não podemos sentir esta vontade?). O que devemos perceber é que há muito não somos mais crianças, não somos mais adolescentes e, infelizmente aos poucos e gradualmente, estamos deixando de ser jovens...

A vida adulta é esta que está ai. É esta que pinta na nossa frente com cara de Shrek, mas que se formos analisar e enfrentar, é apenas um monstro dócil e gentil, que nos devolve apenas aquilo que oferecemos, e principalmente, queremos.

Por isto, peço: Cuidado com o querer, com o que se quer, principalmente para si. Procure saber o real, o que está por trás de tudo. Procure conhecer. Procure SE conhecer. Muitas vezes as razões (verdadeiras) do que nos acontece estão tão escondidas que sem um necessário aprofundamento no local mais temido que existe (nossa própria cabeça...), nós nunca vamos desencravá-las. E se não abrir para operar, não vai ter como melhorar só com remedinho. Acredite.

E tenham certeza:

Aquele papinho de que temos poder nas mãos sobre tudo o que vivemos ou queremos viver... é a mais pura verdade. Digo mais: é tudo nossa culpa. Tudo o que vivemos é nossa culpa. Tudo o que sofremos é de nossa única e exclusiva culpa. Paremos de nos vitimizar.

Dói, eu sei.

Mas quanto mais cedo tomarmos consciência disto, melhor...

2 comentários:

Lariza disse...

Concordo plenamente.
Sempre achei que somos fruto das nossas escolhas e, como muito se diz por aí, para cada escolha, há uma renúncia.
Vim aqui comentar isso em função de uma certa conversa que tivemos há pouco tempo! =) Hehehe.
Concordo muito com isso! Tanto que tenho dificuldades pra conviver com gente que se vitimiza o tempo todo. Não tenho saco, tempo, nem paciência pra isso! E digo mais: não gosto de gente fraca.
Fazer a escolha errada é tão natural quanto fazer a escolha certa. O grande problema é matar no peito o que vem depois e admitir, PARA SI MESMO, que erramos ao escolher. Esse tipo de "prática" exige muita coragem, humildade, autoconhecimento e força de personalidade, coisa que a maioria esmagadora das pessoas não têm.
Segurança em saber quem se é e o que se quer é uma coisa que só vem com o tempo. Só a maturidade é capaz de trazer isso para as pessoas e fazê-las enxergar que, de fato, cada um faz o que quer da própria vida.
Ter responsabilidade para escolher (ou achar que tem) implica em ter responsabilidade para arcar com o exercício do livre arbítrio.
Mais uma vez, ponto pro Rafael pelo texto fantástico!

Rafa Pires disse...

Lari,

Ponto para ti pelos comentários também. Na minha opinião, acertaste na mosca na mensagem que eu quis transmitir. E mais: enriqueceste o texto ao comentar do repúdio a pessoas fracas. Confesso que tambem sou assim. Mas ai é que entra a minha duvida: Mesmo as fortes, será que intimamente não escondem suas fraquezas? Claro que sim. É algo que todos temos em comum. Mesmo nós, os "duros na queda", caimos em alguns momentos sim. Mas é ai que se encontra a diferença.
Esta tal diferença tu mesma citaste no teu texto: quem mata no peito e enfrenta.
Neste texto se encontravam varios cliches da auto ajuda, mas como se não bastasse, aqui vai mais um.

Enfrente. Melhor (e mais dificil) ainda: ENFRENTE-SE.

Bjos!