(Antes de tudo: este texto não foi nem ao menos revisado. Foi escrito em 15 minutos entre meu banho e meu café da manhã. A qualidade é mais baixinha e desculpem-me eventuais erros de português.... Vamos a ele:)
Quem nunca sofreu por amor? Isto é tão natural assim?
Como diria um professor que ministrou-me aulas de ciências no primário:
“Não podemos nos alimentar de xurume...!”
Antes das perguntas que possam surgir sobre o que há em comum entre “xurume” e o luto amoroso, uma breve explicação: O termo “xurume” aplica-se a aquele liquido fétido e de aspecto tenebroso, que escorre sempre dos sacos de lixo, depositados na calçada, em lixeiras ou em lixões. O odor e a probabilidade tóxica deste líquido são igualmente grandes e horríveis.
Pois bem, o “xurume” é o derivado da decomposição do que jogamos fora, do lixo, do que nós não queremos usar, ou ao menos ter.
Não podemos nos alimentar do que jogamos fora, nem da decomposição destes. Se em algum momento da vida, desejamos que determinado aspecto, ou determinada pessoa, não esteja mais entre o nosso convívio, jogamos fora. Trocando em miúdos: Após os términos de relacionamentos, geralmente demoramos um tempinho para levantar a cabeça e partir para outra. Durante este tempo, há pessoas, assim como eu, que costuma se alimentar do sofrimento que o antigo relacionamento causa, causou e vai causar. Imagine sempre, o quanto que, por exemplo, uma discussão com uma ex-companheira, revivendo e trazendo a tona assuntos e sentimentos negativos que a muito já deveriam estar guardados, pode ser tóxico e fazer-nos mal.
Antes de tudo, entendo que temos que compreender o que estamos sentindo, até porque é enormemente comum que nesta fase nós façamos confusões envoltas dos seguidos furacões que costumam passar pela nossa cabeça, deixando claro, um pequeno estrago.
Geralmente, sentimos um misto de medo, dúvida, frustração, tristeza, dor, mágoa, raiva, desespero e um ardente desejo de revide. Não basta só estes sentimentos acontecerem todos juntos e misturados, mas eles ficam tão intensos que é até difícil identificar o que se esta sentindo na maioria dos momentos.
Sabemos e sempre temos certeza de uma coisa. O que dói, e o que faz mal.O motivo da dor vive mudando. Essas dores costumam alternar-se entre coisas pequenas, medias e grandes. Pode ser por um simples momento de discussão que você se lembrou, ou por um grande motivo relacionado a aspectos importantíssimos, como fidelidade. O que interessa é que dói, sempre dói vermos nossos sonhos não realizados, nem sermos atendidos em nossos desejos, e com certeza, a decepção e o orgulho ferido.
Eu sempre pensei que amava as pessoas de forma madura, racional. E que quando um amor, ou uma paixão (sempre será difícil definir), acabava, sentir tristeza era normal, junto claro, com os inconformismos momentâneos. Dizem que o amor é maior que todos estes sentimentos, que tem a capacidade de reequilibrar os corações aflitos. Será que é verdade?
Acho as vezes que não. Se o mesmo fosse tão importante ou grande assim, porque que a maioria das pessoas tornam um problema qualquer a ser resolvido em suas vidas particulares, mais importante do que uma pessoa amada? Incógnita...
Conheci uma pessoa certa vez. Esta pessoa estava em uma fase de encantamentos. Apaixonada. Pena que o alvo de sua paixão a trocou por outra.
Como que esta pessoa não poderia deixar de sentir raiva, e instaurar inúmeras dúvidas sobre si mesmo!? Impossível, simplesmente impossível.
Temos que compreender que isto é natural do ser humano, um pouco mais intenso em pessoas sensíveis. O que acontece é que pessoas muito racionais, e ao mesmo tempo sentimentais, assim como eu e esta pessoa, costumamos julgar e questionar muito o que acontece de errado durante os nossos respectivos caminhos. É obvio que estes julgamentos, feitos em momentos intempestivos e de profunda introspecção e sofrimento, dão quase sempre resultados ruins.
O importante nestes momentos de sofrimento, dúvida e solidão, é não oferecer barreiras ao amor-próprio. Assim desta maneira, renovam-se as forças da vida, a coragem de prosseguir, e as possibilidades de sermos felizes ao lado de alguém que nem percebemos, mas está ali...a um passo, ou as vezes, a um “click” de distancia.
Acredito que o que nos faz sofrer também é nunca, em momento algum, alguém nos ter ensinado que a boa convivência, e a boa comunicação, tanto com os outros, como conosco mesmo é a grande chave. É justamente o perfeccionismo que atrelamos ao sucesso de uma relação afetiva que nos faz sofrer. Temos que saber conviver com o fato de que não somos perfeitos, não somos capazes nem tão importantes assim a ponto de conseguirmos moldar alguém a imagem ideal que temos de “alma-gêmea”. Pense bem: Realmente temos autoconhecimento?
A única coisa, que penso que posso passar adiante, é a certeza de que nunca podemos nos encostar em alguém, na esperança que esse alguém possa nos fazer felizes plenamente. Somos nossos próprios donos, temos direitos e deveres sobre nós mesmos, e não podemos nunca achar que temos os mesmos direitos e deveres sobre as outras pessoas. Traduzindo: Que cuidemos de nossas próprias felicidades. Ninguém tem o dever, e pensando bem, o direito também, de zelar por nós E que saibamos retirar dos percalços da vida, emoções, lições e sentimentos benéficos para o auto-convivio futuro.
Chega de “xurume”. Chega de nos alimentar do que a gente sabe que não presta.
No meu caso, se a busca da felicidade cabe só a mim, decidi apenas me alimentar do que me faz bem.
Como diria meu professor de ciências do primário: “Somos reflexo daquilo que nos alimentamos”.
Pois é...
segunda-feira, 30 de outubro de 2006
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