sexta-feira, 16 de março de 2007

É só dar o primeiro passo

Como a vida muda, não? Como melhorei nos últimos tempos. E de maneira tão sutil que nem percebi todo o processo.
Estou me analisando muito ainda, talvez seja a época da vida que mais tenha feito isto. E com a auto-analise vem certas constatações que sinceramente gostei de perceber. Digamos que em mudanças lentas, mas sensíveis, as grandes diferenças saltam aos olhos só depois de muito tempo.
Antes de tudo, deixei de ser uma pessoa que se autocondena em tudo. Tinha por hábito culpar-me por qualquer infelicidade de uma maneira muito atroz. Era o maior crítico que alguém poderia ser, tendo o alvo estampado em minha própria testa. Todos os erros eram motivos para julgamentos acirrados, incertezas absurdas, automenosprezo feroz e uma condenação violenta. Sempre me puni de maneira muito forte. Hoje em dia sei me defender, inclusive de mim mesmo. Não me permitia ser feliz de maneira alguma, vivia e me apaixonava só por pessoas que me faziam mal, hoje eu vejo que na verdade, as procurava, e sendo assim, elas apenas confirmavam minhas crenças de fracasso, injustiça e desprezo. Aquela velha história do “quanto mais pisa, mais gosto”. Digamos que sofrer era um vício, era um prazerzinho mórbido e vergonhoso, e que estas pessoas só serviram para me dar o que eu queria. Acredito que nunca as tenha amado de verdade. Não as considero, nem me recordo mais de suas feições.
Não era um homem que me achava bonito. Muito pelo contrário, em todas (exatamente, todas!) partes de meu corpo tinha algo a criticar ou alguns defeitos a apontar. Defeitos que não me deixavam a vontade nem para me vestir de maneira que valorizasse... comprar roupas, certamente, era um pesadelo.
Digamos que isto tenha mudado após o que chamo de “revolta da insatisfação pessoal”, resolvi de uma vez por todas que não continuaria sendo magro. Entrei em uma academia, malhei de maneira muito disciplinada, tomei suplementos calóricos em doses industriais (mas indicadas), e inchei 10 quilos. Ganhei 25 cm de circunferência torácica, que conta ombros, peitos e dorsais juntos. Infelizmente o calor veio, a minha cirurgia, a doença de meu pai, a falta de tempo, e tantas outras desculpas que me indisciplinaram e me afastaram de lá. Mas no mais tardar semana que vem estou voltando. Minha meta é perder “os acessórios” (barriga de cerveja, etc...), recuperar o inchaço e chegar aos 80 quilos de pura massa muscular, contando coxas e glúteos, que já deram uma boa crescida, mas precisam de mais tamanho. Não há de ser difícil.
Admito que a psicoterapia foi o que me deu forças para iniciar o grande conflito, e após isto, a grande virada. Se há algo que eu recomendo a todas as pessoas, indiferente da especificidade de seus problemas e tragédias pessoais, é este tipo de tratamento. Aprendi que a vida realmente é complicada, mas não podemos esmorecer não, e temos de parar de nos vitimizar. É preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana, sempre. E não é bom termos vergonha ou preconceitos referentes a pedir ajuda a terceiros. Se pensarmos bem, quem é auto-suficiente? Quem é que consegue sozinho? Se acharem, escrevam a autobiografia, porque é algo inédito. Será uma grande mentira, mas que valerá muito dinheiro, valerá.
Sei que o caminho é longo e que com certeza falta muito, mas o elemento cerne da questão não é isto, é a condição que temos de transpô-lo, qual o meio de transporte que utilizaremos, a quantidade de combustível que dispomos, e principalmente, se sabemos fazer a manutenção (da cabeça) de maneira correta.
Hoje, ontem, mês e ano passado, eu joguei tanta coisa fora. A vida segue, a fila anda, as rugas, cabelos brancos e calvície aparecem, e nós não podemos ficar parados. O tempo não para, mas falta um tanto ainda eu sei, para ele correr macio. Retroceder nunca, render-se jamais.
Não abaixe a cabeça, não desista.
Sei sim, as forças às vezes se esgotam, mas seja otimista. Chore, chore muito. E sempre lembre de que existe válvula de escape, furos de suspiro no tanque das lamúrias. Há em algum lugar um amigo, uma mãe, um ombro confortável que podemos nos encostar. Na falta destes, há sempre um parque de arvores verdes, um sol a nascer, um bom livro, um programa de tv, um filme ou uma música que podem nos animar ou talvez nos colocar em outra trajetória nestes momentos. Don’t worry/about a thing/cause every little thing/it’s gonna be alright…

E lembrem-se...

Deus sempre está ali... pertinho... a um simples pensamento de distancia...

2 comentários:

Anônimo disse...

Amor... (nem sei se devo mais te chamar assim, mas como eu havia dito não vou mudar meu jeito de te tratar). Agora que passou alguns dias, com a cabeça um pouco mais fria, consegui ler e compreender um pouco mais este teu último artigo, começando a pensar um pouco mais com a razão (ainda bem, senão juro, iria surtar ... hehehe... bem capaz né??!!), tenho que concordar contigo em muitos dos aspectos colocados nele por ti.
Com certeza estou superando toda esta crise, pelo menos o que ela esta representando á minha pessoa, sinceramente não sei o tempo tudo isso pode durar, mas, posso afirmar que jamais vou demostrar falta de amor próprio, com certeza tenho que me valorizar... senão??
Bom tu entendeu (espero).... bom enrolei e no fim não escrevi o objetivo que me fez entrar aqui para escrever o comentário...
Apesar de ter sentido um pouco de frieza nele, como já havia te dito... serviu-me muito, pois combina exatamente com o momento impar que estou passando (logo à quem estou referindo isso, mas mesmo assim ele vem a me servir como um "up", nesta fase, me inspirando a seguir em frente e dar valor as coisas que realmente valem a pena...e com certeza dar a volta por cima ( não estou me referindo a você, de forma alguma, pois foi ou melhor está sendo a coisa mais importante que me aconteceu nestes últimos meses, como tu mesmo diz...PRA MIM TU É MEGA ESPECIAL em todos os aspctos possíveis)... vendo isso tudo então, coisas assim só vem a somar... como tudo na vida acredito que passamos por testes, onde somos aprovados ou não, mas mesmo sendo reprovados, sempre aprendemos algo... muitos chamam isso de experiência, isso é fato aprendemos com erros... é uma pena que isso venha a ocorrer, mas somos humanos, agimos de formas muitas vezes que nem nós mesmos não nos reconhecemos, e por encrível que pareça surpreendemos muito mais quem esta a nossa volta... e sempre devemos tirar tudo o que for proveitoso e positivo da melhor maneira possível .. é isso a palavra mais certa para este momento é OTIMISMO... acho que estou aprendendo, rsrsrsrs
Nossa escrevi um texto.... hehehe ...
Espero que tu venha a ler isso.
TE ADORO MUITOOOOO!!!!
Bjus!!!

Anônimo disse...

Darling...!
Lindo isto que tu escreveste...
I hope que tu estejas realmente pensando assim.
Ahm...acho que tu começas a entender a coisa da maneira que eu acho ideal. Especiais um ao outro nós somos...e isto é ótimo. Mas o que vale pra ti neste momento é sentir que tu és especial para tua própria pessoa.
A falta de privacidade me impede de escrever mais, mas estamos ai.
Muito obrigado Darling...!

Bjos!

Rafa