segunda-feira, 14 de abril de 2008

Inverninho querido... nao me judia, por favor.

Hoje o meu tão querido inverno começou a dar as caras. E com eu gosto deste friozinho amado que fez hoje.
Inverno me apetece muito. Costumo dizer que nestes meses que circundam a metade da temporada eu sou muito mais feliz. Feliz, elegante, satisfeito, bem-humorado, disposto e até limpinho (isso claro, porque no inverno não costumo suar nem um pouquinho...).
Mas confesso: tem sempre algumas coisas que me fazem falta nesta estação que vem se anunciando assim... de mancinho.
Uma delas é de companhia. Não to falando qualquer companhia. To falando “daquela” companhia, aquela que neste momento em que está lendo este artigo sem estrutura alguma está pensando na mesma coisa que eu enquanto o escrevo. O quanto faz falta não ter alguém nestes meses.
“Cobertor de orelha” sabe? Corpo quente pra se esquentar, pra fazer um peso sobre o nosso. Cozinhar juntos... abrir uma garrafa de Cabernet Chileno qualquer... acender a lareira pra ver um filme e comer o que se quer comer, enroscar as pernas quentes deitado embaixo do edredom rosto-a-rosto e ter preguiça para levantar e pegar o controle do DVD...
Sair para comer fondue, ir pra casa “dos parente” no interior comer polenta com galinha, tomar chimarrão com hortelã, se esquentar em volta do fogão a lenha, para mais tarde a noite, ler um livro enquanto escuto histórias do que se está lendo, jogar conversa fora, escutar com atenção o barulho do mato, trocar olhares de carinho, fazer cafuné, beijar bochecha gelada, rir do sotaque do tio velho, da tia velha chingando os primos... da meia furada que era a única que estava limpa.
Voltar para a capital, tomar banho junto, cheirar pescoço, enrolar toalha, contar do passado, contar do presente, contar do futuro. Correr para colocar a roupa que quiser colocar, xingar o outro por estar de pé no chão, calçar as pantufas, fazer um capuccino, beber da mesma caneca, beijar lábios quentes sentindo ponta do nariz frio... e mais uma vez ir para baixo do edredom se aconchegar bem agarradinho...
Acordar ao meio-dia se der vontade, acordar cedo se der vontade também. Almoçar qualquer coisa sem compromisso, e lagartear no sol de qualquer lugar, dizendo: “como tu estás bonita”, e ouvindo: “de onde mesmo que tu saiu...”?
Conversar horas no telefone, bater os papos mais furados que existem, dizer que precisa desligar 20 vezes antes de fazê-lo, e não estar nem ai pra tal conta que vai vir no final do mês. Sentir saudade, cheirar fronha perfumada, é se ver num dia e se agarrar feito louco quando se reencontra no outro.
É assistir filme velho e filme novo, ouvir musica velha e musica nova, tomar quentão bem quente enquanto cheira/beija novamente o pescoço de quem está sentado coladinho ao lado, com as pernas recolhidas, os joelhos altos e os pés encima do sofá, tentando puxar o último espacinho do cobertor velho aquele...
- “Amor, liga a estufa”? – Me dirias. E eu talvez respondesse, brincando: - “Ahh... to com preguiça... liga tu”, sendo que eu sempre acabaria ligando.

Tá muito na cara, né?
Eu to sim, sentindo falta. Mas não é de alguém, muito menos de alguém “em especial”...
To sentindo falta é de me apaixonar, coisa que não acontece faz um tempão.
De me apaixonar pela mocinha séria aquela, aquela mesma que tem vergonha, timidez e receio. Aquela que enquanto o tempo passa levando junto momentos que poderiam ser de felicidade verdadeira com alguém verdadeiro, sabe que as coisas podem mudar simplesmente se pequenas atitudes fossem tomadas.

E a dificuldade para tomar estas atitudes não é maior do que a que tenho no momento de tirar o computador do colo, levantar daqui e pegar um edredonzinho... mas me dá uma preguiça...

2 comentários:

Anônimo disse...

EVOLUÇÃO!!!!!!!!!!!
Amei o texto. Se não te conhecesse, comprava-te! hauhauhauhauauhauah
Beijos querido! Cy

Rafa Pires disse...

Como assim se não me conhecesse, me comprava!?
Era justamente tu que tinha que ao contrário "dos meus defeitos", atestar que este sim... TUDO É VERDADE!

Bjos amada! Continua comentando!