Ontem cheguei em casa já um pouco tarde e me deitei para assistir televisão, enquanto o sono não vinha.
No Telecine Premium estava passando um filme que eu ainda não havia assistido. O nome é “Entre o Céu e o Inferno”, lançado em 2006, que tem Samuel L. Jackson (Lazarus), Christina Ricci (Rae), Justin Timberlake (Ronnie) e John Cothran Jr. (Rev. R.L.) no elenco.
Rae é uma menina que foi abusada sexualmente na infância, e que na vida adulta se tornou viciada e ninfomaníaca ao extremo, a ponto de não poder ver um homem que já enrosca a perna envolta. Lazarus é um bluseiro que acabou de ser abandonado pela esposa, e que busca na religião a superação da dor que sente. Ambos se aproximam em uma amizade tocante durante o filme, envoltos em situações que beiram o descontrole.
Em determinado momento, logo após Rae (que estava acorrentada) ter se despido e literalmente atacado sexualmente um menino (óbvio que o menino aproveitou), Lazarus pede para que Reverendo R.L. converse com ela sobre o assunto. Durante a conversa, o Reverendo faz a seguinte pergunta:
- “Rae, qual é o seu paraíso...?"
Confesso que esta pergunta foi o elemento cerne da minha noite. Algo tão conflituoso que até agora, cedo pela manhã, está me fundindo os neurônios.
Tentei respondê-la. Mas a resposta é dificílima.
Vale qualquer coisa? Sejam lugares, pessoas, emoções, situações, companhias, poderes, conquistas financeiras...?
Não quero ser chato, mas no meu caso isto envolveria uma enorme série de fatores e acontecimentos do passado, que com toda certeza não seriam de possível realização. Muita coisa não poderia ter acontecido, muita coisa não poderia acontecer mais, muita gente teria que mudar e muitas coisas deveriam se realizar. Mas vamos além.
Se pudéssemos escolher o que seria esta situação utópica que nos representasse a paz de espírito e a felicidade eterna, será que conseguiríamos? ...será...?
Acredito que não.
Será que realmente o paraíso seria tão atraente? Já que a posse é o túmulo do desejo, será que a felicidade eterna realmente nos seria eternamente satisfatória...? Talvez saibamos a resposta, talvez não. Talvez a admitamos, talvez não. Talvez busquemos motivos para não admitir, talvez não.
Talvez o paraíso exista em forma de auto-redenção, talvez não...
Prefiro passar a bola e deixar-te pensar um pouco:
Para ti, qual seria o teu paraíso...?
A resposta de Rae para a questão era Ronnie... seu namorado militar que ela traía com outros homens todos os dias...
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
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2 comentários:
Rafa,
Pra mim essa pergunta é fácil de responder. Paraíso é quando estou com a minha família linda. Meu marido, pelo qual sou absolutamente apaixonada mesmo depois de vários anos de relacionamento e meus dois filhos que são a minha vida.
Eu contruí o meu paraíso. Eu dei a chance para ele acontecer. Descobri muito cedo na minha vida que o amor verdadeiro é o único bem realmente valioso que precisamos preservar. Todo o resto é besteira, é bônus...
Mas se reavaliar e pensar sempre sobre a sua própria vida e caminhos que está percorrendo é uma tarefa importante. Uma noite de insônia não é um preço tão alto assim! ;-)
BJKS
Guria,
Com este comentário, me deste vários assuntos a serem analisados e possivelmente escritos:
A importância da familia; A importância do amor; A importância dos filhos; A reavaliação necessária e salutar; O preço que pagamos por pensar tanto;...
Nossa... não sei nem por onde começar.
Mas em resposta, entendo que realmente o Paraíso é algo que talvez não seja tão complicado alcançar assim. Eu que dificulto.
Vejo pelos exemplos que tenho em casa... o paraíso de minha mãe é estar totalmente suja e pintada porque a neta de 4 anos de idade inventou de brincar de ser "maquiadora e cabelereira"...
Me fizeste pensar muito. Ótimo!
Inspiração!
Bjos!
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