sábado, 23 de maio de 2009

Particularidades inestimáveis...

Vivo lendo reportagens, artigos e comentários sobre a importância de sermos nós mesmos. O que me intriga são as razões destes artigos. Sempre as tais razões.
Utilizo-me de apenas uma pergunta retórica: Porque estas teses que defendem a verdade individual estão pipocando dia-após-dia?
Simples: Porque cada vez mais, seja em nosso trabalho ou em qualquer aspecto de nossa vida social, da mais íntima até a mais superficial, nós somos forçados a desempenhar diferentes papéis, diferentes atuações, sermos diferentes pessoas para atingirmos objetivos ou agradar a quem temos de agradar. Ninguém mais se preocupa em respeitar os seus próprios sentimentos/limites em prol da felicidade plena e totalmente... particular. O que vale é agradar, é ser, aparecer, fazer ou não-fazer nada contra o que tenha sido socialmente convencionado nos últimos 15 dias. A determinação do que somos ou fazemos não cabe mais a nós mesmos, e fácil assim, deixamos de ser verdadeiros para estarmos enquadrados, sabe-se lá no que.
Estes dias recebi umas fotos de uma das últimas Playboys que saíram nas bancas e, ao acessá-las, curioso para saber como aquela mulher conhecidíssima (e linda) da capa era, nua, tive uma decepcionante surpresa.
Ela era igual às outras.
Igual a praticamente TODAS as outras.
Fiquei até indignado. Não com este fato, mas sim por constatar que a igualdade de corpos é buscada hoje em dia por total escolha particular das suas donas. Esquecem-se como nasceram, os traços genéticos herdados, as suas origens, as suas identidades, etc.
Perdeu a graça.
A verdadeira beleza física feminina é basicamente formada pelas particularidades que cada uma delas tem. Seus cabelos ondulados, lisos, crespos, longos, curtos, loiros, ruivos ou morenos... suas alturas baixas, médias ou altas... seus corpos magros, curvilíneos ou um pouco mais servidos... suas ancas pequenas, largas, redondas, empinadinhas ou um pouco mais retas... seus seios pequenos, médios ou grandes, ajeitadinhos ou empinados, de auréolas grandes, pequenas ou médias com as mais variadas cores e formatos...

Esqueça. Isto está a caminho de não existir mais. Já era. Bons tempos os que uma mulher poderia ter todas estas variáveis físicas.

Respeitando padrões seguidos na maioria dos casos, cabelos são pintados e alisados, alturas ajustadas através dos saltos, os corpos têm a obrigação de serem magros, curvas são calculadamente forjadas a ferro e fogo na academia ou nas clinicas, bundas são grandes, enormes, cada vez maiores e os seios... bom os seios... estes sim são os que mais padecem com a uniformidade.
Hoje em dia todos os seios são iguais. Pelos menos suas donas querem que eles sejam. A coisa chega a tal gravidade, que existem pouquíssimos formatos pré-estabelecidos de próteses de silicone, o que varia são apenas os tamanhos, mas a sua escolha também não varia muito. Não há mais graça, repito. Todas elas têm seios iguaizinhos: grandes, redondos feito um melão partido ao meio, mais duros e empinados que um vulcão.
Parecem de plástico. Completamente artificiais.
Sim, minha querida leitora, eu cansei de seios siliconados. Acho-os horríveis, terríveis, aterrorizantes! Uma afronta ao bom gosto e ao refinamento. Não há mais surpresas, não há mais desejos, não há mais imaginação.
Marasmo em forma de seios femininos.

Por estas e outras razões, faço um apelo, talvez o primeiro apelo neste sentido da história:

Mulheres, por favor, parem de se turbinar, sejam vocês mesmas em sua plenitude. Não coloquem mais próteses, principalmente nos seios... a imaginação está acabando, o desejo está acabando, a sedução está acabando. Não modifiquem as suas lindas particularidades. Não estraguem as suas lindas particularidades.

Lembrem-se: Os seus corpos, do jeitinho que são e sempre foram, são os mais lindos que podem existir... simplesmente por uma razão:

Eles são únicos! Não existem outros iguais a eles! Não há como estimar valor a esta particularidade!

2 comentários:

Manuela disse...

Chato de novo!
Eu tenho silicone tah? E o que tu tem contra isto?

To brincandoooo! Eu entendi o que tu quiz dizer! Soh acho que silicone foi feito para aumentar a auto-estima de uma mulher!

Beiju!

Rafa Pires disse...

Darling... não me entenda mal. Defendo mesmo a cirurgia plástica para se melhorar a imagem (eu mesmo faria se tivesse oportunidade) e consequentemente a autoestima.
Não reclamo do silicone em si, reclamo da finalidade dele. Se é pra aumentar o tamanho, mas ficar com o peito igual ao das outras, não coloque protese, foi o que eu quiz dizer. Convenhamos: pega todas as mulheres frutas que temos por ai na mídia, e compara os peitos... em um jogo de 7 diferenças não se acha nem 3...

Quanto aos teus peitos, acredito que o teu marido goste. Eu, realmente, não tenho base para saber como são... Hehehehe... (balança a mão que passa...)

Bjos!