domingo, 3 de maio de 2009

Uma coisa antes (depende) da outra...

Hoje durante minha volta da praia, meu cão, o querido Pico, repentinamente agitou-se no banco de trás do carro, onde normalmente ele viaja tranqüilo. Passou por cima do meu colo no banco da frente e parou abrigado embaixo das minhas pernas, tremendo. Perguntei a ele o que havia acontecido (como se alguma resposta fosse possível, coisas que só quem ama cachorro faz...), o único movimento que obtive foi um olhar medroso e o topo de sua cabeça encostada fortemente contra a parte posterior do meu joelho, como se dissesse: “Me ajuda...”.
Passei a procurar o motivo de tal medo, o que estava fazendo mal ao meu menino. Foi quando avistei uma enorme mosca-verde voando livremente pelo automóvel, que neste momento trafegava de vidros completamente fechados por conta do ar-condicionado. Olhei para o meu cão, pisquei para ele e disse: -“Deixa comigo que eu cuido dela...”.
Bastou um vidro abaixado para que o vento se encarregasse de encerrar o assunto.

O sentimento que tive naquele momento foi estranho. Fazia tempo que alguém não me procurava buscando proteção. Fazia tempo que alguém não me demonstrava carinho desta maneira. Fazia tempo que eu não constatava que sou apto a dar abrigo.
Deste sentimento bom, passei quase que imediatamente a um sentimento de preocupação...

Seria o desejo de paternidade acusando que chegou...?

Na vida, com o passar do tempo, os valores das coisas e dos seus respectivos sentimentos se flexibilizam, variam, aumentam e diminuem de acordo com a fase que estamos atravessando. O contrário, amplamente divulgado por ai, em minha opinião não é verdadeiro. Hoje em dia as pessoas não endurecem com os anos adquiridos, como os nossos avós e bisavós faziam, elas amolecem isso sim. Elas ganham capacidades afetivas que antes nem imaginavam ter. E perdem tantas outras também...

Me vi desejando ter alguém para proteger. Não que o Pico não tenha seu valor neste sentido... mas realmente vai chegar a hora que ele não vai estar mais aqui, já vai ter passado desta pra melhor... e o sentimento paterno que hoje em dia desconto quase que totalmente nele, vai estar em um patamar enorme e sem alvo certo.

Que medo que me deu. Juro. Tremi as pernas pior do que o Pico fez por conta da enorme Varejeira.
Seria a maturidade chegando de vez? Seria aquele sentimento que quase todos nós sentimos, de que a hora de dar continuísmo a espécie está chegando? Estaria eu pronto para isto...?

Veja bem... de acordo com minha criação e com o que sinto, pensar em filhos é quase impossível sem associar esta imagem à pessoa certa. Filhos para mim estão completamente linkados a concebê-los junto de minha alma gêmea. Sem ela junto de mim, simplesmente não rola.
E sim, eu acredito que ela existe... pelo menos agora.

Portanto, minha metade da maçã, meu chinelo velho, minha princesa encantada, minha mulher certa... toma conta da tua posição duma vez, por favor.

Meus filhos precisam de ti para que venham a este mundo...

E eu preciso de ti para amar-te como ninguém jamais foi...

2 comentários:

Bina disse...

Aiiiiiiiii que fofo!
Mto lindo, Rafa!
Mas eu te digo uma coisa... se tu não tiver filhos logo, eu te empresto a Tekila! Ela se livra dessa mosca maldida em segundos! hehehehehee

Mas, falando sério, eu quero ser a dindaaaaaa!!!!

Bjus

Rafa Pires disse...

Meu Deus... dai-me forças... Hahahaha...
Dinda...? Mas mas mas mas.... tu bebeu o que? Hehehehe...
É óbvio que se um dia eu tiver filhos tu vais ser uma ótima dinda... mas se neste texto eu justamente reclamo que não posso te-los porque não acho a pessoa certa para tal coisa... imagina já ir pensando na dinda! Hehehehe...
Seria colocar a carroça totalmente na frente dos bois... Hehehehe...

Tirando toda esta brincadeira a parte, te digo que é ótimo te ter devolta por aqui, me visitando depois deste longo período de reclusão teu. Gosto muito.

Bjos enormes e carinhosíssimos!

Rafa