segunda-feira, 25 de março de 2013

A busca pela perfeição


“Sempre acreditei nos números. Nas equações e na lógica que levam à razão. E após uma vida toda de buscas, pergunto: o que realmente é a lógica? Quem decide a razão? Minha procura me levou através do físico, do metafísico, do ilusório, e de volta. Neste momento fiz a descoberta mais importante da minha carreira. A descoberta mais importante da minha vida. É somente nas misteriosas equações do amor, que qualquer lógica ou razão pode ser encontrada." – John Nash, no filme Uma Mente Brilhante.

Linda afirmação. Mas além de linda, intrigante. Diria que tal sentença mais me intriga do que me encanta.
As equações do amor são realmente, misteriosas. Peguei-me aqui pensando com meus botões, sobre quanto o amor e a paixão foram mistérios insolúveis para mim, partes integrantes de um cálculo que nunca chegou, mas espero um dia que chegue, ao seu resultado final.
Já escrevi outrora que, não sou um heterossexual galinha, nem cheguei perto de ser. Mas digamos que já tenha me envolvido amorosamente com pessoas muito diferentes entre si, experiências que, além de me proporcionar uma enorme montanha-russa de sentimentos, me fizeram buscar e obter um autoconhecimento saudável e ao mesmo tempo, um pouco doloroso pela capacidade de autocrítica exacerbada.

O autoconhecimento. Talvez ai se encontre o verdadeiro mistério de todas as mentes pensantes que habitam qualquer mundo. No longo caminho que esta questão requer, o principal passo, e o mais difícil de ser dado, é justo o primeiro: O início, a decisão de se buscar algo que faça a cabeça ser aberta, o conteúdo espalhado em cima da mesa, e analisado como nunca antes fora.
Há alguns anos atrás, motivado pelo coração mais rompido que já tive, e pelas consequências desastrosas acarretadas por tal fato, cheguei a conclusão mais importante e que mais precisava na vida: a de que não tinha condições de lidar com aquelas emoções sozinho. A partir deste momento, fiz aquilo que há muito deveria ter feito. Busquei o telefone da psicoterapeuta que mais confiava, e disquei.
Durante este tempo todo de análise, continuei vivendo e não deixando de viver todos os relacionamentos que me propus, tendo como experiência tudo aquilo que teria de ser experimentado. Every little thing era motivo de aprendizado, e a consequência de tudo isto foi o diagnóstico mais puro e verdadeiro que pude chegar.

Sim, eu sou um auto sabotador.

Maneira mais estranha de se concluir isto, nunca houve.
Estava eu assistindo alguns clipes através da MTV, quando uma pequena reportagem sobre uma cantora norte-americana da nova geração começou. Como não tinha mais nada para assistir, nem fazer, continuei prestando atenção. O nome da menina era Demi Lovato, e apesar de bem jovem, me pareceu que a mesma era ao mínimo competente no que fazia. Não havia despertado maiores interesses por aquela figura, até que... veio a bomba, a verdadeira flechada no coração disparada pelo cupido filha-da-puta: relataram que a mesma sofria de distúrbios alimentares, bipolaridade e até automutilação...

Automaticamente uma vontade incrível, e incrivelmente estranha, apareceu. Uma vontade de aconchegar aquela menina no colo, e como num passe de mágica, solucionar todos os seus problemas, seus sofrimentos, suas aflições. Despertou-me o primeiro passo de um sentimento de carinho, assim como o conheço.
Juntei minhas únicas e verdadeiras paixões, analisei com base neste sentimento e... bingo!
Percebi com uma simples reportagem televisiva que, o que realmente me encantava nas mulheres não era sua beleza externa ou interna, seu caráter, sua personalidade, ou detalhes e características boas e marcantes... eram sim, seus defeitos aparentes e não aparentes.
Percebi de uma vez por todas, que todas (eu disse todas) as mulheres que realmente me apaixonei na vida (não todas que me envolvi), tinham uma coisa em comum: distúrbios psicológicos capazes de me causar os problemas mais insolúveis que se pode ter. E assim, meus olhos brilhavam descontroladamente.
A coisa funciona de maneira bem simples... só consigo abrir meu coração e me entregar para aquelas que possuem a estranha capacidade de me fazer sofrer, sem possibilidades de chamar a assistência técnica ou de sarar a ferida. Só perco meus freios realmente por aquelas mulheres que possam confirmar meus esquemas malignos.

Ai é que está. A grande descoberta é que a perfeição que tanto busco, que tanto almejo e tanto procuro nas mulheres que me relaciono talvez não seja bem o que é perfeito, mas sim o que é imperfeito. Não busco a perfeição, mas sim a imperfeição. Ou talvez minha perfeição seja a imperfeição.

Tal constatação é ao mesmo tempo libertadora, e aprisionante. Pela primeira vez na vida estou de frente a algo que realmente me modifica, e ao mesmo tempo me apavora. Ultrapassar esta questão, e deixar-me inconscientemente levar por alguém que realmente presta, passa a ser agora o que há de caminho aparente para a felicidade amorosa. Mas o problema é sempre o mesmo: como fazer isto.

Gostar apenas de mulheres-bomba não pode ser meu carma, minha custa, meu destino. Ninguém merece tal pena. Me nego a arcar com tal sanção. Está na hora de mudar.

Todos dizem que a perfeição não existe...

... mas uma perfeição tão deturpada não poderia existir justamente nos meus parâmetros...

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o texto!
Profissional em Boates em Campinas, Campinas - SP

Anônimo disse...

Muito interessante.
Solução de Cozinha Planejada, São Paulo - SP