“Sempre acreditei nos números. Nas equações e na lógica
que levam à razão. E após uma vida toda de buscas, pergunto: o que realmente é
a lógica? Quem decide a razão? Minha procura me levou através do físico, do
metafísico, do ilusório, e de volta. Neste momento fiz a descoberta mais
importante da minha carreira. A descoberta mais importante da minha vida. É somente nas misteriosas equações do amor, que
qualquer lógica ou razão pode ser encontrada." – John Nash,
no filme Uma Mente Brilhante.
Linda afirmação. Mas além de linda, intrigante. Diria que
tal sentença mais me intriga do que me encanta.
As equações do amor são realmente, misteriosas. Peguei-me
aqui pensando com meus botões, sobre quanto o amor e a paixão foram mistérios
insolúveis para mim, partes integrantes de um cálculo que nunca chegou, mas espero um dia que chegue, ao seu
resultado final.
Já escrevi outrora que, não sou um heterossexual galinha,
nem cheguei perto de ser. Mas digamos que já tenha me envolvido amorosamente
com pessoas muito diferentes entre si, experiências que, além de me
proporcionar uma enorme montanha-russa de sentimentos, me fizeram buscar e
obter um autoconhecimento saudável e ao mesmo tempo, um pouco doloroso pela
capacidade de autocrítica exacerbada.
O autoconhecimento. Talvez ai se encontre o verdadeiro
mistério de todas as mentes pensantes que habitam qualquer mundo. No longo
caminho que esta questão requer, o principal passo, e o mais difícil de ser
dado, é justo o primeiro: O início, a decisão de se buscar algo que faça a
cabeça ser aberta, o conteúdo espalhado em cima da mesa, e analisado como nunca
antes fora.
Há alguns anos atrás, motivado pelo coração mais rompido
que já tive, e pelas consequências desastrosas acarretadas por tal fato,
cheguei a conclusão mais importante e que mais precisava na vida: a de que não
tinha condições de lidar com aquelas emoções sozinho. A partir deste momento,
fiz aquilo que há muito deveria ter feito. Busquei o telefone da psicoterapeuta
que mais confiava, e disquei.
Durante este tempo todo de análise, continuei vivendo e
não deixando de viver todos os relacionamentos que me propus, tendo como
experiência tudo aquilo que teria de ser experimentado. Every little thing era
motivo de aprendizado, e a consequência de tudo isto foi o diagnóstico mais puro
e verdadeiro que pude chegar.
Sim, eu sou
um auto sabotador.
Maneira mais
estranha de se concluir isto, nunca houve.
Estava eu assistindo
alguns clipes através da MTV, quando uma pequena reportagem sobre uma cantora
norte-americana da nova geração começou. Como não tinha mais nada para assistir,
nem fazer, continuei prestando atenção. O nome da menina era Demi Lovato, e
apesar de bem jovem, me pareceu que a mesma era ao mínimo competente no que
fazia. Não havia despertado maiores interesses por aquela figura, até que...
veio a bomba, a verdadeira flechada no coração disparada pelo cupido
filha-da-puta: relataram que a mesma sofria de distúrbios alimentares,
bipolaridade e até automutilação...
Automaticamente
uma vontade incrível, e incrivelmente estranha, apareceu. Uma vontade de
aconchegar aquela menina no colo, e como num passe de mágica, solucionar todos
os seus problemas, seus sofrimentos, suas aflições. Despertou-me o primeiro passo de um sentimento de carinho, assim como o conheço.
Juntei
minhas únicas e verdadeiras paixões, analisei com base neste sentimento e...
bingo!
Percebi com
uma simples reportagem televisiva que, o que realmente me encantava nas
mulheres não era sua beleza externa ou interna, seu caráter, sua personalidade,
ou detalhes e características boas e marcantes... eram sim, seus defeitos
aparentes e não aparentes.
Percebi de
uma vez por todas, que todas (eu disse todas) as mulheres que realmente me
apaixonei na vida (não todas que me envolvi), tinham uma coisa em comum:
distúrbios psicológicos capazes de me causar os problemas mais insolúveis que
se pode ter. E assim, meus olhos brilhavam descontroladamente.
A coisa funciona
de maneira bem simples... só consigo abrir meu coração e me entregar para
aquelas que possuem a estranha capacidade de me fazer sofrer, sem
possibilidades de chamar a assistência técnica ou de sarar a ferida. Só perco
meus freios realmente por aquelas mulheres que possam confirmar meus esquemas malignos.
Ai é que
está. A grande descoberta é que a perfeição que tanto busco, que tanto almejo e
tanto procuro nas mulheres que me relaciono talvez não seja bem o que é
perfeito, mas sim o que é imperfeito. Não busco a perfeição, mas sim a
imperfeição. Ou talvez minha perfeição seja a imperfeição.
Tal
constatação é ao mesmo tempo libertadora, e aprisionante. Pela primeira vez na
vida estou de frente a algo que realmente me modifica, e ao mesmo tempo me
apavora. Ultrapassar esta questão, e deixar-me inconscientemente levar por
alguém que realmente presta, passa a ser agora o que há de caminho aparente
para a felicidade amorosa. Mas o problema é sempre o mesmo: como fazer isto.
Gostar
apenas de mulheres-bomba não pode ser meu carma, minha custa, meu destino. Ninguém
merece tal pena. Me nego a arcar com tal sanção. Está na hora de mudar.
Todos dizem
que a perfeição não existe...
... mas uma
perfeição tão deturpada não poderia existir justamente nos meus parâmetros...
2 comentários:
Adorei o texto!
Profissional em Boates em Campinas, Campinas - SP
Muito interessante.
Solução de Cozinha Planejada, São Paulo - SP
Postar um comentário