Chegou quinta pela manhã.
De maneira bem direta, alguns dias atrás, eu comentei que iria revelar um sonho que tive faz algumas noites.
Aqui está:
Sonhei não só que conquistas importantes seriam possíveis, mas principalmente com fatores que me fizeram dormir feliz, satisfeito, e principalmente, em paz.
Sonhei que pertencia a um povo pacífico, que não brigava, não discutia, que respeitava diferenças, sejam de gostos, preferências, simpatias ou características.
Sonhei em pertencer a um território onde a valorização da derrota do próximo não era mais importante do que a vitória própria, mesmo sendo ela merecida.
Rivalidade, na minha opinião, mais um problema a nos preocupar dentro do cotidiano já carregado. Sim, ela havia sumido.
As pessoas só discutiam por atos corriqueiros, por fatos acontecidos que as atingiam de maneira pessoal, significativa, danosa e lesiva. Mas mesmo assim, nunca ofensas eram proferidas por alguém de maneira gratuita, visando atingir o máximo possível, ferindo suas honras, crenças, admirações e principalmente, suas paixões.
Me lembrei das pessoas que se auto-denominavam pertencentes a lados opostos, que ofendiam e proferiam ofensas. Vi o quanto os pecados capitais da ira, inveja e da raiva eram banalizados, o quanto os tornamos corriqueiros ao longo do tempo. O quanto os utilizavam como desculpa, para justificar palavras mal utilizadas, ofensas lançadas, e até, violência totalmente desnecessária e injustificável. Agora era diferente.
Acordei, e vi que um novo dia começava. E que mudanças poderiam ser feitas.
Pessoas morreram esta madrugada por conta das rivalidades. Pessoas pertencentes a estes chamados lados opostos. Não há neste momento, só a perda das vidas, mas também há os momentos trágicos subseqüentes aos seus entes queridos, que muitas vezes, até foram divergentes nos mesmos motivos.
Por isto, e por tantas outras razões, encarecidamente digo e peço:
Gremistas e colorados; Direitistas e esquerdistas; Pobres e ricos; Brancos, negros e representantes de todas as etnias; Heteros, homos, gays, lésbicas, pans e representantes de qualquer outro tipo de preferência sexual existente; Gordos e magros; Altos, baixos, feios, bonitos, narigudos e anasalados; Derrotados e vencedores... Chimangos e maragatos.
Parem.
Parem de se degladiar. Parem de se ofender. Parem de desonrar a quem, pela simples razão de não nos ser igual, é julgado um inimigo, muitas vezes até mortal.
Não somos inimigos de ninguém. Não somos diferentes de ninguém. Não precisamos lutar por nada, apenas por conquistar um lugar ao sol, a saúde de nossos filhos, a comida na mesa, a prosperidade e as vitórias pessoais.
Me sinto angustiado por pertencer de coração a um estado que amo tanto (Rio Grande do Sul), e ao mesmo tempo ter que lidar com características atuais que remetem a antigos tempos, onde antepassados matavam por rivalidades políticas. Confesso, sou temeroso a ponto de pensar que a vida dos meus entes queridos, em um descuido qualquer, pode ser perdida na próxima rodada do final de semana.
Não agüento mais escutar termos limitados como “rivalidade saudável”, que para mim remete preconceito, e consequentemente, remete a algo que nunca foi nem nunca vai ser saudável, o desrespeito e o descaso.
Parem e pensem: perante as leis divinas e humanas, todos nós temos características diferentes, mas somos iguais. Somos todos passíveis dos mesmos erros, condenações, mudanças e perdões.
Portanto, tenham consciência da banalização das integridades físicas e morais, e o mais sério, da vida do próximo...
E por favor. Mudem.
quinta-feira, 21 de junho de 2007
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Um comentário:
MAGNÂNIMO
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