sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O nome do Blog

As aulas recomeçaram. E o convívio dos corredores acadêmicos voltou a fazer parte da minha rotina diária. Mas deixaremos para falar sobre isto outra hora, o que importa agora é a pergunta que me fizeram ontem, em pleno corredor da universidade:

- “O que quer dizer saudades-de-mim? Porque tu escolheste este nome pro teu blog?”

Pois é. Boa pergunta. Me fez pensar mais seriamente sobre o assunto.
No inicio das publicações, lá por outubro do ano passado, confesso que utilizei este nome para o blog pura-e-simplesmente porque achei bonito. É decepcionante, eu sei. Mas é a verdade. Lembro-me que a primeira publicação que fiz citava coisas que faziam parte do meu cotidiano na época (nossa...faz menos de um ano e eu estou falando como se fosse uma década...é que gente, o que vocês tem que compreender é que o salto que dei este ano valeu realmente pelos últimos 10 anos. Podemos fazer uma analogia com o governo brasileiro de outrora: o que para eles era “50 anos em 5”, para mim é “10 anos em 1”) como insônia, psicoterapia, incertezas, auto-menosprezo. No final completava dizendo que tinha “saudades de mim mesmo”.
Pois é.
Mentira.
Não tenho saudades de mim mesmo.
Não sinto falta do Rafael que passou, aquele que foi embora com o passar dos dias ou com o trem das 11. Não quero me aprofundar muito sobre o assunto, até porque o considero vergonhoso, mas aquele Rafael era muito maléfico e nocivo para si mesmo. E além do que eu não gostava dele mesmo. Achava-o chato, feio, cínico e um pouco complexado demais por conta de acontecimentos de um passado não muito distante. Sorte minha que ele já se foi... O que entrou no lugar é perfeito, interessante, lindo, realista e auto-confiante. Fizeram a mão e perderam a forma desta vez...
Ta, tudo bem. Não vamos exagerar. Não me acho desta maneira claro, apenas aprendi a gostar de mim. Mas tem algumas coisas que sinto saudade sim. Era uma época em que eu não me preocupava com muita coisa, ou melhor, as coisas com o que eu me preocupava não eram tão sérias assim (pseudo-namoradas que na verdade não significavam nada, por exemplo), a ignorância sobre a maioria dos assuntos me trazia felicidade, pois obvio, eu não tinha nem maturidade nem experiência para enxergar as mazelas e os defeitos do mundo, quanto mais de mim mesmo. Aquela velha historia que a ignorância na real, pode ser traduzida em felicidade verdadeira.
Não que o sofrimento não existisse, ele estava ali, mas eu apenas não tinha a percepção aguçada o suficiente para perceber seus efeitos.
Mas do que eu sinto saudade mesmo? Bom...sinto saudade da minha adolescência, das primeiras festas, das primeiras meninas, dos primeiros beijos, dos amigos do segundo grau, da época de cursinho, do início do Coméx, da falta de responsabilidade... dá pra perceber que não sinto falta de mim mesmo, mas sim do contexto em que estava inserido.
Mas enfim, o que importa é que o tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua numa boa (nem é mais assim que se chama o tal banco...). Falando sério: agradeço aos céus todo dia por estar vivendo a melhor época de minha vida, por ter criado a capacidade de aprender com os erros/infelicidades, e com a esperança de um futuro feliz ao lado de quem gosta de mim. Isto por si só já seria motivo para estourar uma Freixeinet Demi-sec, mas agora está chegando na hora de fazer balanços de tudo o que está acontecendo... após isto, comemoro.

Isto claro, se a minha falta de tempo deixar...

Obs.: Mudar nome do Blog porque não reflete a realidade? Nem pensar! Qualquer coisa eu boto a culpa na tal “licença poética...”

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