terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Medo de cair...

Não me recordo se já comentei isto com vocês, mas eu tenho fobia à altura.
Não é bem a altura, é mais a sensação de estar caindo. Verdadeiro horror. Tenho tremores nas pernas só de imaginar.
Vivo em um apartamento de sacadas amplas e que fica no 9º andar de meu prédio. A sacada em si não me traz grandes desafios, nem o ato de olhar para baixo, mas a simples menção de movimento em direção a rua me faz vertiginar. Certa feita, fui pular de uma cachoeira de 4 metros de altura aqui do interior, e tive de fazer uma lavagem cerebral de 30 minutos até conseguir reunir coragem. O tempo em que fiquei no ar não passou de um segundo, mas a desagradável sensação de estar caindo foi tão marcante que a sinto até hoje. Pulei e caí uma vez, e nunca mais pularei.
Parque de diversões então, é um local que não me traz grandes atrativos, isto porque a maioria dos brinquedos apela para esta sensação corpórea. Não agrada nem um pouco me imaginar em uma montanha russa ou em um elevador em queda livre. Nestes casos sou barrão sim, e admito. Fico no carro-choque e na casa dos horrores com o maior prazer do mundo. Tenho de estar no chão, necessito dele, e sou feliz por isto.
Algumas pessoas me perguntam se eu tive algum trauma de infância, ou se tenho sonhos recorrentes onde o chão some debaixo dos meus pés. Nem um nem outro, nunca caí de lugar algum, nem em sonho.
Outros tentam me explicar que esta fobia vem de vidas passadas, e que provavelmente em uma delas, a encarnação tenha acabado em decorrência de uma queda. Pelo sim, pelo não, prefiro acreditar que eu nunca caí, nem nestas vidas passadas que (sem desmerecimento as crenças de ninguém) os outros dizem que existiram, nem na atual.
Existem algumas situações que não nos trazem prazer nem em imaginação, e isto é fato.
Em certas fases de nossa vida temos a certeza absoluta de estarmos vivendo em um ciclo momentâneo. Dizem por ai que a vida é dividida neles, e que dentro dos mesmos alguns sentimentos mudam de valor, coisa como hoje gostar do estado suspenso da paixão, daqui a algum tempo não, sentir medo de se apaixonar, daqui a algum tempo não. Os temores mudam, as indiferenças também, as perspectivas e desejos idem.
Vivo em um ciclo que espero estar se fechando em pouco tempo (ou o mais rápido possível, para ser mais exato), pois sempre acreditei que temos controle sobre a velocidade do tempo nestes casos.
O meu medo de cair não vem do ciclo da infância. Recordo-me muito claramente de me arriscar pelo lado de fora de janelas e sacadas altas nas casas e apartamentos dos meus vizinhos. O monstro foi crescendo com o tempo, motivado e alimentado sabe-se lá pelo quê.
O meu temor de me apaixonar também não vem da infância. Quando mais jovem, vivia correndo atrás desta sensação sem explicações ou parâmetros, e o fato de estar junto de alguém me significava vitória. Hoje significa perigo.
Isto pode ser mudado, tenho a mais absoluta certeza. Faltam achar o caminho certo, as ferramentas e os procedimentos corretos para que este pequeno desvio no caminho seja concertado.

Não tenho a mínima vontade de perder o medo de cair, e isto eu nunca vou me esforçar para concertar.

Contudo, quero me apaixonar novamente, e o primeiro passo para isto estou dando.

Ter a tal vontade de perder o medo.

Nenhum comentário: