Desculpem-me pelo silêncio queridos leitores.
Não sou muito de locar DVD’s, apesar de gostar muito de assisti-los. Durante o final de semana passado, um casal de amigos me emprestou um filme que a muito tinha vontade de ver. Chama-se: “PS: Eu te amo”, filme que promete – e cumpre – lágrimas em quantidade industrial.
O que ocorreu é que sem medo algum de admitir, chorei feito criança do inicio ao final. E a semana inteira praticamente fiquei em bloqueio com as palavras por conta disto.
Se tu já assististe à película, sabe que a mesma gira em torno de um casal de jovens adultos – Holly e Gerry - que vivem um casamento em sua primeira década de existência, mas que tragicamente acaba interrompido pela morte de um deles. O desenrolar se dá em torno do integrante que ficou no plano terreno, todo o seu sofrimento e luto por conta da ausência não desejada da personificação de seu amor.
Amor e morte.
Sentimentos conflitantes, mas nem por isso antagônicos.
O amor e a morte. O amor na morte. A morte no amor. A morte do amor.
Ambos em seu fim representam um luto único que não se supera, apenas se contorna para seguir em frente. O filme trata justamente da união destes dois lutos: a impossibilidade de saciar o amor por conta da morte do ente amado. São duas dores, dois sofrimentos, dois motivos para sentir saudade de uma mesma pessoa. A tragédia insuperável. A tristeza sublime. O término definitivo. O sofrimento ao quadrado.
A palavra fim, segundo o Michaelis, entre outras coisas significa “morte, interrupção inesperada, grande transtorno do tempo que causa aflição, grande confusão”.
Nem o filme, nem eu neste momento, temos a pretensão de contrariar o dicionário. Em parte.
- “Mas o amor acaba após a morte...”? – Pergunta-me você.
Não acaba nunca, assim como no término de um relacionamento. Com o tempo o sofrimento da não saciedade apenas ameniza, deixa até que vivemos um novo amor. Mas o desejo pelo indivíduo sempre vai estar ali, tal qual um vício adquirido ou uma dependência química qualquer. É a história aquela do dói, mas passa.
Mas o que é que passa...?
O amor ou a crise de abstinência extremamente dolorida que ele gera...?
Penso que talvez não seja o amor que passe, que acabe, que não se sinta mais. Mas sim, é a dependência que ele nos impõe, que com o remédio ministrado pelo tempo, ameniza, tranquiliza, acalma. E passa.
Mas então quer dizer que nunca deixamos de amar o que amamos...? O sentimento nunca acaba...? Nunca morre...? Apenas passamos a não depender mais dele...?
Assista ao filme.
E pergunte para Holly...
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
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