Antes de começar a ler este artigo, proponho um desafio e ofereço um prêmio surpresa aqueles que conseguirem desvendar o segredo contido no mesmo. Leiam com atenção. Ps.: resposta via e-mail.
Nos últimos tempos, passei a compreender que processos de mudança requerem sacrifícios que antes eu me achava incapaz de realizar.
Um dos grandes passos para o auto-aperfeiçoamento é saber reconhecer erros, admiti-los e tentar se redimir. Faz parte do processo para o encaminhamento da evolução pessoal, demonstra personalidade, caráter e auto-estima.
Escrevo-te esta meu amigo, para te pedir desculpas, e tentar me retratar dos males que te causei. Peço-te antes de tudo paciência e compreensão, pois acredito que seja importante explicitá-las ao máximo possível. Tu te lembrarás de muito mais aspectos ruins no futuro, que por puro esquecimento, não citarei aqui, peço-te perdão previamente por estes também.
Isto é muito sério. Por trás de cada pedido de desculpas, há uma infinidade de assuntos mal resolvidos.
Respirando fundo...e começando por onde todos nós, um dia, deveríamos começar. Pelo início.
Desculpe-me por fazer-te acreditar que tu eras um fracassado;
Por te convencer que amavas a quem na verdade, não nutrias nenhum sentimento;
Por insistentemente e todos os dias te fazer sofrer por mentiras que eu te contava;
Por nunca ter deixado tu te mexer e buscar coisa melhor do que ela;
E o pior de tudo, te fazer acreditar que ela era a pessoa ideal, e que todas eram iguais;
Por ter te cobrado tanta seriedade e perfeição durante estes anos todos;
Por te fazer comer manga com leite;
Por ter te convencido que vale a pena fumar 5 a 10 cigarros diários;
Por sempre lutar para que tu não enxergasses que tu és um grande homem;
Por nunca te respeitar;
Por não te levar a sério;
Por sempre te julgar menor e mais fraco do que os outros, quaisquer que fossem;
Por não te defender, e nunca ter deixado que tu fizesses isso por ti mesmo;
Por te convencer que ficar quieto e agüentar era a melhor solução;
Desculpe-me por ser, de longe, o teu pior crítico;
E por te criticar sempre, em qualquer momento e local;
Por em todas as situações, te condenar veementemente e sem piedade;
Por te viciar em Discovery Channel;
Por te fazer gostar de usar camisa preta no verão;
Por te obrigar a comer abóbora e moranga;
Por nunca ter te permitido aprender a dançar pagode ou qualquer dança de salão;
Por ter te aplicado preconceitos ridículos, que nunca te serviram pra nada;
Por ter te julgado incompetente pra tudo;
Por te achar incapaz;
Por te incentivar a seguir caminhos muito errados;
Por te iludir que determinadas pessoas seriam as certas;
Por nunca filtrar as criticas que as outras pessoas fazem sobre ti;
Por sempre ressaltar os teus defeitos;
Por nunca ressaltar as tuas qualidades;
Por te obrigar a escutar funk carioca no carro só pra agradar aos outros;
Por te sufocar com assuntos acabados ou criados por mim mesmo;
Por inventar problemas para discutir;
Por não te deixar nunca quieto em casa;
Por viver te mandando limpar o nariz;
Por sempre te chamar de feioso, magricela, narigudo e careca;
Por de maneira nenhuma depositar confiança em ti;
Por não te permitir se aventurar em outras profissões ou negócios;
Desculpe-me se por vezes, te achei e te chamei de nojento;
E por todas as outras ofensas graves que te fiz durante todo este tempo;
Por te anular;
Por deixar que te desrespeitassem;
Por ser tão exigente;
Por te pré-julgar;
Perdoa-me se nas horas em que tu estavas bem, sempre inventei algo que te deixasse mal;
Por na época de colégio, deixar que os valentões te batessem;
Por nunca te defender;
Por deixar que teu pai te humilhasse;
Por te fazer comer rabanete;
E junto com ele, pimentão, cebolinha e ovo em conserva;
Por te fazer tantas perguntas – porquês – e não te dar nenhuma resposta;
Por obrigar que as tuas decisões fossem sempre definitivas;
Para depois te fazer sentir mal e fraco se tu declinasses delas;
Por nunca ter te deixado ter uma tatuagem, um piercing ou cabelos cumpridos;
Nem ao menos pintar os cabelos;
Por sufocar qualquer ato de rebeldia teu;
Por ter o prazer mórbido de te dizer: “Viu, eu te avisei!”;
Por te obrigar a sentir cheiro de gás butano;
Por te convencer de que amar e não ser amado é normal;
Por tantas cobranças;
Por te magoar tanto;
Por passar uma imagem tua para os outros de lobo mau;
Quando na verdade diziam que tu eras um Deus grego com crachá de príncipe encantado;
Por impor barreiras para que tu nunca entendesses esse tipo de elogio;
Por te importunar com os meus problemas, te fazendo passar noites e mais noites em claro;
Por sempre te dizer que tu não és competente para estar com quem tu desejas;
Por te dizer que tu não conquistas ninguém;
E que não és capaz de tomar alguma atitude;
Por te chamar de miserável;
Por deixar claro que não gosto de estar sozinho contigo, sem motivo aparente;
Isto enfim e graças a Deus, mudou, adoro estar contigo;
Por te deixar ter preguiça, e claro, te condenar depois por ser preguiçoso;
Por nem ao menos valorizar a tua ficha escolar estupenda;
Por não te valorizar também na tua capacidade de trabalho e produção;
Por te convencer de que tudo o que tu fazes é ruim e de má qualidade;
Por não te encorajar a nada;
Enfim, por ser este crápula que eu sou contigo. Prazer mórbido em te fazer mal.
Querido amigo quero que tu entendas claro, que esta lista não é nada perto do que te devo, como ser humano, como amigo, e como uma pessoa que sempre te amou. Te fiz e te faço, muitas vezes sem perceber ainda, muito mais chagas do que estas. Afinal, são mais de 20 anos de convívio.
Nestes últimos tempos miro no espelho, e vejo que tu és como outra pessoa, em constante mutação e evolução. Penso que o caminho que percorres é tão incerto quanto melhor do que tu estavas e estas agora.
Espero que entendas, compreendas e aceites as minhas mais sinceras desculpas, pois apesar de tudo, sei que continuarei errando inconscientemente, mas não é por mau guri. Espero também,que daqui pra frente, possamos viver em paz.
Amigo, sinto falta da pessoa que tu eras. Torço e me predisponho a te ajudar a voltar a ter o mesmo brilho no olhar de alguns tempos atrás, e que tu tenhas a mesma gana de viver.
Te amo amigo!
"Retroceder nunca, render-se jamais!"
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
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