quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Fruto da mudança de idéia...

Confesso que o meu artigo de hoje seria algo forte, como um xingamento, um tapa na cara de quem sofre parado e teima em não se mecher, achando que sofrimento se cura deixando passar.
Mas desisti no meio do caminho.
Até porque me percebi que a tal sacudida que em alguns momentos se mostra necessária, eu não tenho competência de dar através de palavras escritas. O único que me lembro que fazia isso com competência era o Renato Russo, e como se pode perceber... to longe de ser como ele.
A gente tem que abaixar a bola de vez em quando. Reconhecer que o texto tá uma merda e que não alcança os seus objetivos. Hoje estava disposto a fazer as vezes de “homem mau”, ia xingar todo mundo, como se pessoalmente gritasse com alguém para que tome uma atitude e largue o sofrimentozinho prazeroso que certas dores proporcionam.
Ao invés disto, e graças a um tempinho que dei entre terminar e publicar o texto no blog, percebi que o que devo oferecer a estas pessoas não é a minha fúria, mas sim o meu olhar terno, o meu ombro redondo, meu peito e meu carinho que nunca cessa, justamente o que falta para elas. Se a pessoa sofre, é porque se condena de alguma maneira, e não vou ser eu quem vai julgar e condenar junto. Sou bom com sorrisos, com afagos, com palavras educadas, mas que atingem seus objetivos.
Pois então, já que o discurso forte ia ser um fracasso, vou seguir no sentido contrário, farei algo ameno, tal qual o complexo vitamínico que tomo agora, momentos antes de ir malhar.
Muitas vezes me perguntei qual é o principal combatente do pessimismo, e talvez eu tenha achado a resposta...

O otimismo. Hahahahaha...

Coisa muito básica né...?
Ai é que tu te enganas...
Tu sabes como que a gente faz pra ser otimista...?
...Imaginei que não. Acompanhe o raciocínio comigo:
Pisar no freio eu sei que é necessário. Olhar envolta e avaliar a situação também. Talvez arriscar e escolher um caminho a se seguir... pode ser que sim. Mas para isso necessitamos de confirmações de que aquele caminho vai dar onde a gente imagina. E nestas horas que o ombro amigo entra, para que a escolha seja feita de maneira mais tranqüila, mais fácil. Ai só falta ligar o motor, engatar a primeira e acelerar. Mas com valentia, senão é tempo perdido.
Gente, estrada esburacada existe, pneu que fure também, motor que ferva, vidro que entre água... tudo isso é natural. O carro estraga às vezes também, sem falar nos outros motoristas que teimam em nos fechar. Vá à velocidade que tu achares confortável, mas respeite os limites, pois algum acidente grave pode acontecer. Durante a noite, na escuridão, procure não rodar, se mesmo assim constatares que tens que seguir, ligue os faróis, diminua a velocidade e vá com cuidado.

A singela mensagem de hoje, apesar de ter mudado todo o texto, é esta: não desista, siga em frente, não pare agora. Sabes que tem muito caminho pela frente, e que esse caminho pode ser feliz. Tenha força, te abastece com o combustível que melhor serve no teu tanque e vai. Tudo vai dar certo, o amanhã há de ser melhor e todos os problemas não vão ser nada no futuro.
De onde vem o otimismo?
Da esperança.
Como se conquista a esperança?
Lutando. Insistindo até o final.
Por isso tens de secar as lagrimas, olhar janela a fora e tomar fôlego. Vai lá, dorme uma noite de sono bom, descansa, abraça os teus, bebe algo (seja uma caneca de leite morno ou um porre homérico), ri um pouco, te alimenta do que tu mais gosta e depois volta. Volta ao batente, volta à luta. Ergue os punhos e tenha coragem. Não te entrega.

E se por um acaso tu te perderes no caminho.

Peça ajuda. Não é demérito pra ninguém.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo!
Não te conheço pessoalmente, mas sempre espero ansciosamente pelas suas palavras lindas!
Me ajudou muito os teus dois ultimos textos!

Beijos mil Gauchinho!

Rafa