Eu conheci música com dez, onze anos de idade.
Nesta idade geralmente nós estamos sujeitos aos modismos momentâneos que a industria fonográfica brasileira teima em inventar. E que sempre dão certo, vendem rios de cd´s (na minha época eu comprava fitas cassete porque o aparelho de cd nem havia chegado ao Brasil) e enriquecem seus interpretes marionetes.
Mas enfim, nesta época eu me lembro que o que fazia sucesso eram as duplas sertanejas, estilo que estava sendo redescoberto com a aparição de Leandro e Leonardo, e uns seis meses depois, Zezé de Camargo e Luciano. Eu claro, como toda criança com a primeira década de vida recém completada, sabia e cantava todas as músicas da moda de cor (bom, graças a Deus que tenho 26 anos, pois se eu tivesse 10 agora, eu estaria cantando “Que sou rebeldiiiii”).
Tenho um irmão mais velho que eu, uns dois anos e meio. E foi ele, foi ele quem me apresentou as guitarras distorcidas, baixos tocados apenas com o indicador e baterias tão simples que três meses de lições práticas bastam. É, o bom e velho Rock. Ou melhor, naquela época era o Punk. Ele nunca soube que, foi através das fitas que ele tinha em casa, que geralmente eram gravadas de LP´s dos amigos mais afortunados, que eu fazia as minhas cópias também. Foram através destas fitas que eu descobri a minha primeira (e como costumo dizer, a última também) banda, o Ramones. Até hoje eu escuto as músicas deles com um tesão e um entusiasmo como se fossem a primeira vez.
Logo após, descobri outras bandas-clichês de roqueiros, como Metallica, Black Sabbath, Megadeath, Sex Pistols, Clash, Led Zeppelin, AC/DC entre tantas outras que se seguiram.
Geralmente o roqueiro pré-adolescente, ainda iniciante, que toca guitarra, segue pelo que eu chamo “lado negro da força”, acaba por rapidinho, se tornar um sujeito super preconceituoso com qualquer outro estilo de musica. Comigo não foi diferente. Eu era de usar camiseta preta do Metallica com uma caveira enorme em chamas em pleno verão de 40 graus. E como canta o coro de punk´s em cada show do Replicantes que eu vou, para mim, “pagodeiro era tudo pau no cú”.
O problema era manter esta fachada de roqueiro para os outros. Óbvio, o preconceito funcionava tanto para mim quanto para as outras pessoas. Eu me “auto-aplicava” uma reprovação enorme porque na verdade, em casa, escondidinho no meu quarto, e no volume mais baixo possível, eu escutava e adorava as famigeradas “co-comerciais”. SPC, Negritude Jr., Mamonas Assassinas, Gabriel o Pensador, Backstreet Boys, Britney Spears. Todas eu adorava e todas eu sabia. Mas isso era segredo absoluto, ái de mim se os meus amigos pseudo-roqueiros ficassem sabendo que eu era um “vendido”.
Não sei, só sei que foi assim. Na frente dos outros um roqueiro porra louca, em casa um adolescente comum e feliz.
Até o dia em que eu me rebelei. Resolvi que escutaria tudo o que me alterasse de estado, fosse para ficar alegre, triste, com a adrenalina em alta, entusiasmado, etc... Ou seja, tudo o que eu gostava.
Hoje eu escuto, canto e danço todo tipo de música, desde o velho e ótimo Ramones que eu tanto amo, até “Toca um samba ai” do Inimigos...
Essa mudança em meu gosto musical aconteceu faz alguns anos, quando a maturidade suficiente para isto chegou.
Agora outra grande mudança está acontecendo, e também é devido à chegada de um outro grande salto de maturidade que está acontecendo.
Da mesma maneira que em referência a música, eu decidi apenas fazer o que me faz bem, na minha vida inteira estou implementando esta resolução. É claro que isto não funciona como uma MP do poder executivo federal, que derrepente, pegando todos de calças curtas, do dia para noite, aparece e muda tudo o que vinha sendo feito. Isto é uma decisão que da mesma maneira que esta sendo tomada gradualmente, a sua implementação também foi, é e será.
Enfim, podemos exemplificar esta mudanças de tal maneira: Antes eu tocava apenas guitarra, o que me trazia muito prazer. Hoje em dia eu toco até guitarra, baixo, violão, viola e cavaquinho...
Começar a procurar um outro nível de felicidade é ótimo. Imagina quando eu encontrar então...
Ah! Mudando de assunto. Antes que eu me esqueça:
AQUI PRA TI OH!!!!! (Neste momento, Fulana, imagine eu te dando uma “banana” com o braço...)
segunda-feira, 22 de janeiro de 2007
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