Ontem estava com saudades das épocas de vacas super gordas. Hoje em dia não tenho mais condições parecidas.
Isto tudo porque encontrei as fotos das viagens que fiz quando tinha vinte e poucos anos (como se fosse muito tempo atrás...).
Visitei lugares super legais, países interessantíssimos, culturas diferentes...
Um destes lugares foi Portugal. Visitei a capital, o litoral, o além-Tejo e fiz minha peregrinação religiosa indo até o Santuário de Fátima. Tomei inúmeras garrafas de vinho e depois segui para a Espanha (caminho de Santiago...).
Falando apenas dos nossos principais colonizadores, realmente eles não têm do que reclamar. Além de uma economia sólida, uma vida confortável, um país maravilhoso e de clima ameno em tudo, o seu povo é realmente encantador, e cheio de particularidades...
Antes de tudo, desmistifico aqui a fama de burrice que injustamente os nossos irmãos mais velhos têm. Passam realmente longe de serem pessoas sem estudo ou cultura.
A única diferença é que realmente, e isto não posso negar, pensar de maneira lógica não é o forte do povo lusitano, derrepente até porque os mesmos não têm o jogo de cintura que temos. A vida não os obrigou a ter.
Costumo contar duas histórias verídicas e que aconteceram comigo, que servem como exemplo clássico do processamento de dados diferente deles.
Estava eu defronte ao hotel, numa manhã fria de final de inverno, esperando um táxi que havia chamado, pois queria me dirigir ao Mosteiro dos Jerónimos. O táxi parou (lá praticamente todos os carros de praça eram Mercedes-Benz de última geração), entrei no banco de trás e perguntei ao taxista português, uma figura clássica de bigode que tinha por volta de uns 60 anos de idade:
- O senhor sabe onde fica o Mosteiro dos Jerónimos?
- Sei sim senhoire. – Respondeu-me, virando-se para frente e ficando completamente inerte e quieto, por um longo período de tempo.
- O senhor poderia me levar até lá? – Indaguei novamente, pensando que se fosse no Brasil, o carro já se encontraria na esquina.
- Puderia sim senhoire. – Respondeu-me novamente, ainda sem esboçar reação alguma, pior ainda, desligando o carro e abrindo o vidro. Fiquei pensando em que tipo de senha deveria utilizar para que ele me levasse. Mais um longo período de tempo se passou.
- Pois então o senhor me leve. – Afirmei, quase sem paciência.
- O senhoire gostaria que eu estivesse a levá-lo? – Perguntou-me.
- Com toda a certeza. – Eu ia descer do táxi neste momento.
- Pois então. O senhor não havia me dito...
Outra aconteceu mais tarde, em um café chamado “Brasileirinha”, que ficava no bairro do Rossio, onde eu comi o melhor doce do mundo: o Pastel de Belém.
Enfim, o que houve foi que ao pagar a conta, perguntei para o caixa português:
- O senhor poderia trocar uma nota de vinte euros para mim?
- Puderia sim senhoire.
- O que bom! – Exclamei, pois realmente estava com dificuldades para fazer troco. Alcancei a nota de vinte euros para ele.
- Aqui está. – Disse-me ao devolver o fruto da troca.
Quando olhei o que ele havia me devolvido quase não acreditei...
Era outra nota de vinte euros mais nova...
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
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