quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Quem é o Marcelo?

Na história de ontem o Marcelo teve participação. Mas nunca expliquei quem é o Marcelo, de onde veio, o que é e o que faz. Como no passado já havia mencionado algumas vezes seu nome, algumas pessoas de ontem pra hoje me mandaram e-mails pedindo que explicasse quem é o tal.
Nada melhor que contar história para digamos, colocar alguém na vitrine e demonstrar a mercadoria. Mas para homenagear, hoje farei algo um pouco diferente.
O Marcelo nasceu faz 28 anos, no interior de Bagé, e sem fazer questão nenhuma de negar as suas origens (nem deve), até hoje é o autêntico gaúcho gente fina, mas mais grosso que cintura de sapo.
Mas não se enganem não. Grossura não é sinal de burrice nem de ignorância. Ele é um cara estudado, veio morar na (perto da) capital justamente para se formar e seguir carreira no que escolheu fazer: fotografia. Para estudar, trabalhou como soldador durante anos a fio, e não é tiração de sarro, mas ao mesmo tempo em que o cara é grosso, tem uma sensibilidade incrível com uma câmera na mão. As imagens que registra, sejam paisagens, cenas do cotidiano, pessoas ou qualquer outra coisa, são incríveis. O cara realmente tem o dom.
Claro, assim como todo gaúcho, o mesmo é mega-conservador em certas coisas, se diz “mais tradicional que formula de minâncora”. Vive dizendo que “esta tal de máquina digital” é uma porcaria, e que foto boa é aquela que “se resulta de um asa 400”. Enfim, mania de goipeca-veio não se discute.
O cara é mais sério que guri cagado, mas ao mesmo tempo é mais engraçado que gorda colocando as calças.
O mesmo se diz adepto da bigamia, nunca se prendeu a uma só pessoa mas cobra isto de todas as que ele conhece. Costuma dizer que o fato de ter muitas mulheres traz benefícios, mas também traz malefícios. Certa vez, perguntei a ele quais eram esses malefícios e ele me respondeu assim:

- São dois tchê. Um deles é que não tem dinheiro que chegue.
- E o outro Marcelo?
- Quanto mais mulheres se têm, mais sogras também. Sogra boa é sogra morta.

Mais sincero que vaca pro touro, o guasca não tem papas na língua. Fala o que quer na hora que quer, por esta causa me autorizou a escrever todos estes detalhes. Disse que esses dias (história que conta faz uns 4 anos, mas que continua com este mesmo início – “esses dias”) uma sogra que ele teve foi a uma cigana, pediu para que lhe lesse a mão. Mais tarde durante a janta, estava preocupada com o que a tal disse:

- A cigana me disse que eu vou morrer de forma violenta – contou ela.
- Mas este não é o problema – respondeu Marcelo.
- E qual seria?
- Só depois vou saber se serei absolvido pelo júri ou não...

Mas o melhor de tudo é quando ele resolve falar sobre cerveja. Gosta de contar que uma antiga namorada lhe perguntou o porquê que ele gostava mais da cerveja do que dela, e ele respondeu:

- Primeiro, cerveja está sempre molhadinha, segundo, cerveja não reclama quando estou assistindo ao jogo ou jogando futebol, terceiro, cerveja não me obriga a assistir filmes românticos, quarto, cerveja não tem mãe, quinto, cerveja não olha pra mim com aquela cara de desprezo quando broxo, sexto, cerveja não liga quando olho para outra cerveja, e por último, quando eu acabo de beber a cerveja... posso jogá-la fora...

Este é o Marcelo.

Nenhum comentário: